A elaboração da lei de violência doméstica e familiar contra a mulher, conhecida como Lei Maria da Penha representou uma bem sucedida intervenção feminista no campo do direito, evidenciando o feminismo como um sujeito que ocupou um lugar de fala não autorizado pelo tradicionalismo jurídico. A lei concebe a violência doméstica como um tema complexo, integral, interdisciplinar e interinstitucional, mas a aplicação dessa perspectiva vem sendo obstaculizada por resistências institucionais e teóricas originadas no sistema de justiça. Além disso, proposições legislativas que visam alterar a lei também colocam em risco a sua perspectiva feminista. Este artigo analisa os obstáculos à efetividade da Lei Maria da Penha como uma forte reação ao protagonismo do feminismo jurídico no Brasil. Palavras-chave: feminismo jurídico; resistências; lei de violência doméstica; Resumen La elaboración de la ley de violencia doméstica y familiar contra la mujer, conocida como Ley Maria da Penha representó una exitosa intervención feminista en el campo del derecho, evidenciando el feminismo como un sujeto que ocupó un lugar de habla no autorizado por el tradicionalismo jurídico. La ley concibe la violencia doméstica como un tema complejo, integral, interdisciplinario e interinstitucional, pero la aplicación de esa perspectiva viene siendo obstaculizada por resistencias institucionales y teóricas originadas en el sistema de justicia. Además, las proposiciones legislativas que apuntan a cambiar la ley también ponen en riesgo su perspectiva feminista. Este artículo analiza los obstáculos a la efectividad de la Ley Maria da Penha como una fuerte reacción al protagonismo del feminismo jurídico en Brasil.