Mercantilização &amp; contramovimento: agricultura sustentada pela comunidade (CSA): estudo de caso em Minas Gerais, Brasil

Matzembacher, Daniele Eckert; Meira, Fábio Bittencourt

doi:10.1590/1984-9270942

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“…No Japão, o movimento teria surgido a partir dos princípios do movimento Teikei, em 1978, com o objetivo de garantir e manter as atividades agrícolas e obter alimentos mais "limpos" e de qualidade. Tais princípios reforçam aspectos que hoje representam a base ideológica das CSAs: o estímulo ao aprofundamento das relações, do esforço colaborativo, ao compartilhamento do conhecimento e dos riscos, ao planejamento da produção e do aceite prévio desta produção pelo consumidor, mitigando os impactos ambientais (ECKERT, 2016).…”

Section: As Csas Rumo Ao Distrito Federalunclassified

Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSA): percepção de agricultores e coagricultores

Junior¹,

Junqueira²,

Pantoja³

et al. 2023

Inter

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Expandem-se pelo mundo as redes alternativas de alimentos, como grupos solidários de compras, mercados de agricultores e, particularmente, as Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSA). Em uma CSA tradicional, os consumidores aderem a uma cota da CSA e concordam em pagar uma quantia que financie a produção agrícola e, em contrapartida, os agricultores entregam produtos, como hortaliças, frutas, entre outros, aos consumidores. Os riscos de produção são transferidos dos produtores para os membros da comunidade. O objetivo deste estudo foi caracterizar as CSAs no Distrito Federal, Brasil, e avaliar os impactos desses novos arranjos de produção e comercialização sob o ponto de vista dos agricultores e coagricultores. A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas, em amostra com 14 CSAs e 34 coagricultores, a partir de roteiro semiestruturado, composto por seis dimensões: Estrutura Organizacional; Cultura de Organização do Trabalho; Comunicação; Socioambiental; Logística; e Economia. Os resultados mais relevantes foram: para os agricultores − segurança, planejamento, estabilidade e independência financeira da atividade; adoção de métodos de agricultura orgânica; aumento da qualidade e diversidade do produto; melhoria na qualidade de vida; reconhecimento e valorização do trabalho rural; treinamento e adoção de práticas preservacionistas. Para os coagricultores − aumento da consciência socioambiental; preocupação com a saúde; conhecimento de novos produtos agrícolas e novos usos; redução de resíduos; empatia e racionalidade. Para a sociedade, esse novo arranjo de produção e distribuição de alimentos é positivo em diversos aspectos, principalmente devido ao aumento da conscientização ambiental, à diminuição do desperdício, à valorização da atividade rural e a uma maior autonomia financeira dos agricultores, o que pode auxiliar na redução da pobreza no campo.

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Section: As Csas Rumo Ao Distrito Federalunclassified

Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSA): percepção de agricultores e coagricultores

Junior¹,

Junqueira²,

Pantoja³

et al. 2023

Inter

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“…Esse conjunto de situações tem provocado que, mesmo havendo consciência da relevância de se pensar a produção em longo prazo, o curto prazo tem predominado. Pois o pensamento numa perspectiva da sustentabilidade exige-se que seja estendido no tempo de longo prazo, considerando décadas para recuperação de ambientes degradados, e que considere as várias dimensões: sociais, ambientais e econômicas (SACHS, 2002;MATZEMBACHER;MEIRA, 2020).…”

Section: Gliessman E Um Olhar Para Os Sistemas De Bases Agroecológicasunclassified

Assistência Técnica E Extensão Rural Agroecológica Na Perspectiva Da Soberania E Segurança Alimentar

Costa Leite Pereira,

Da Silva,

Lins Lira

et al. 2023

REI

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A insegurança alimentar no meio rural desafia as instituições de Assistência Técnica e Extensão Rural (ATER) a encontrarem metodologias adequadas para dialogarem e desenvolverem ações, que alcancem de forma efetiva, as famílias de agricultores, e que sejam capazes de transformar positivamente a sua realidade. O objetivo deste artigo é analisar as principais ações executadas e metodologias adotadas pela equipe técnica de ATER junto às agricultoras e agricultores no Projeto AGROSAN, em Pernambuco, com vistas no alcance da segurança alimentar destas famílias. A metodologia adotada para pesquisa foi qualitativa, de método descritivo, amparado em revisão narrativa, com pesquisa documental, e análise de vídeos documentários, com depoimentos das famílias beneficiadas do Projeto. A abordagem teórico-conceitual se encontra principalmente focada em três bases: extensão rural participativa; Agroecologia como ciência, movimento e prática; e a atual compreensão de Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional nas políticas públicas. Como resultados evidencia-se a eficiência da estratégia adotada pelo Projeto no que se refere ao processo de formação da equipe de ATER, e a metodologia de abordagem às famílias. Consideramos que o Projeto AGROSSAN foi assertivo e produziu impactos importantes sobre as famílias beneficiadas, contribuindo para a qualificação adequada dos técnicos envolvidos.

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“…Este crescimento se deu entre as décadas de 60 e 70, com a Revolução Verde, que se baseou na maximização da produção agrícola através do uso de agroquímicos, adubos, fertilizantes industriais (agrotóxicos), uso de maquinários entre outras técnicas (MATZEMBACHER, MEIRA, 2020;ESCHER, 2011;SCHNEIDER;ESCHER, 2011;GAZOLLA, 2004, DALMORO et al, 2017. A agricultura familiar fora consequentemente marginalizada, resultando no êxodo rural em busca de novas oportunidades na cidade (CAPORAL;PETERSEN, 2011;TEIXEIRA et al, 2016;NARCISA-OLIVEIRA et al, 2018).…”

Section: Introductionunclassified

Representações Sociais De Coagricultores Acerca De Agroecologia E Comunidade Que Sustenta a Agricultura

OLIVEIRA¹,

RODRIGUES²,

RIBEIRO³

2023

Anais Do XI Congresso Internacional De Ciência, Tecnologia E Desenvolvimento: XI CICTED 2022

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ResumoA Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA) é uma tecnologia social que está pautada na produção de base agroecológica e representa novos arranjos na relação entre os produtores e a sociedade, ultrapassa a lógica de mercado, e espelha anseios de agricultores e coagricultores (consumidores inseridos neste contexto), que buscam uma forma consciente de tratar o cultivo e o consumo de alimentos, assim como as relações de com o meio ambiente e a sustentabilidade. O objetivo desta pesquisa é investigar o perfil sociodemográfico e de consumo alimentar de membros da CSA da Região Metropolitana do Vale do Paraíba (SP). A população estudada foi caracterizada pelos coagricultores que fazem parte das CSA's nas cidades de Monteiro Lobato, São José dos Campos e Taubaté, que atendem a Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte (RMVale), formada por 39 municípios de portes e características socioeconômicas heterogêneas. A coleta de dados foi realizada por meio de questionário sobre o perfil sociodemográfico e de consumo, tabulados e analisados no software excel ®. Participaram da pesquisa 19 indivíduos. Foi identificado um perfil de indivíduos que priorizam a saúde e associam tal conceito ao acesso a alimentos orgânicos, diversos e de procedência conhecida, além da consequente aproximação, valorização e redescoberta das culturas alimentares de base agroecológica, que ultrapassam o significado econômico e financeiro tangível. O ingresso dos membros CSA's, foi pautada em motivações sociais em prol da economia solidária. Além da busca por alimentos mais saudáveis e a questão social, outra motivação para se tornarem coagricultores, foi a preocupação com o meio ambiente, o que reflete a associação da forma de produção orgânica e sustentável, com o sentimento de pertencimento e integração ao meio, que se contrapõe ao modelo hegemônico de produção, comercialização e consumo de alimentos. Conclui-se que as motivações dos participantes ultrapassam a busca pela garantia de saúde pelo acesso a alimentos orgânicos. A melhoria da qualidade alimentar está alinhada à uma construção de ideais dada pelo reforço do posicionamento social, econômico, cultural no campo, para além dos núcleos familiares. A vivência dos coagricultores com o campo e os agricultores, torna ativa sua participação para a construção de uma comunidade integrada e corresponsável pela produção, uma vez que os coagricultores consolidam e exercitam ações fundamentais nas iniciativas das CSA's, que sobejam a participação nos custos de plantio anual, com o oferecimento voluntário da mão de obra em outras atividades, tais como funções administrativas, participação em mutirões de plantios e colheitas, práticas educativas e outras.

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Mercantilização & contramovimento: agricultura sustentada pela comunidade (CSA): estudo de caso em Minas Gerais, Brasil

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Comunidades que Sustentam a Agricultura (CSA): percepção de agricultores e coagricultores

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