Estudantes, Docentes E Profissionais Na Atenção Básica: Coexistência Segundo a Fenomenologia Heideggeriana

Abstract

Re su mo O estudo buscou compreender a coexistên-cia entre estudantes, docentes e profissionais em unidades básicas de saúde. Tratou-se de pesquisa de natureza qualitativa, com abordagem fenomenológica hermenêutica, apoiada no referencial teórico filosó-fico de Martin Heidegger, realizada com estudantes, profissionais da rede de serviços e docentes que acompanham estudantes em atividades realizadas em unidades básicas de saúde da região metropolitana de um município de grande porte do sul do Brasil. A coleta dos dados aconteceu entre os meses de novembro de 2013 e março de 2015, por meio de entrevistas gravadas e orientadas por um roteiro de questões. Os participantes foram selecionados intencionalmente, totalizando 23 entrevistados. A coexistência entre estudantes, docentes e profissionais na unidade básica de saúde mostrou-se permeada por diferentes modos de ser. Nela desvelaram-se conflitos ligados à linguagem, mais precisamente na verbalização e na escuta. Essa relação foi reconhecida como importante para o ensino-aprendizagem e para reflexões sobre adequações no processo de trabalho. Pa la vras-cha ve educação superior; atenção primária à saúde; serviços de integração docente-assistencial; estágios; pesquisa qualitativa. Abs tractThis study sought to understand the coexistence between students, professors, and professionals at basic health units. This was a qualitative research study with a hermeneutic phenomenological approach, based on the philosophical theoretical frameworks of Martin Heidegger and carried out with students, network services professionals, and professors monitoring students in their activities at basic health units in the metropolitan area of a large city in southern Brazil. Data were collected through recorded interviews guided by a list of questions from November 2013 to March 2015. Participants, totaling 23 respondents, were selected intentionally. Coexistence among students, professors, and professionals at the basic health unit proved to be permeated by different ways of being. They unveiled conflicts related to language, specifically in verbalization and listening. This relationship was recognized as important for teachinglearning and for reflections on adjustments in the work process.

Estágio extracurricular de Enfermagem: estratégia para a formação profissional

“…A maior parte do grupo estudado conquistou a primeira contratação profissional na área de maneira precoce, com menos de seis meses; isso está associado, dentre outras causas, ao fato do estágio extracurricular possibilitar ao participante a formação de uma rede de contatos dentro da instituição de atuação, ou seja, a capacidade de formar vínculos profissionais mediante a realização de suas atividades com competência ética e da apresentação de um bom desempenho (12,13) . profissional, características que são fundamentais para a inserção no mercado de trabalho (14) .…”

“…Durante os estágios, torna-se imprescindível que os estudantes usufruam das possibilidades para destacar-se, adquiram uma conduta ética e busquem comprometer-se com os serviços, estabelecendo relações saudáveis, superando os desafios inerentes ao trabalho em equipe, buscando otimizar os resultados na implementação do cuidado de qualidade (12,13) . Após adentrarem ao mercado de trabalho, os enfermeiros reportaram aptidão para as atividades de enfermagem, atribuindo tal fato à associação entre a instituição de ensino e o serviço de saúde, uma vez que isso contribui para o amadurecimento dos conteúdos debatidos não só no campo de estágio, mas também em sala de aula (13) .…”

Significados do estágio em Unidades Básicas de Saúde para estudantes de graduação

“…Tais valores e atitudes podem ser despertados e/ou reavivados em todas as pessoas que coexistem na UBS. O ensinar e o aprender são possibilidades sempre abertas no 'ser-com-outro' 8 . Quando o estudante compartilha o espaço com os profissionais, estes se sentem estimulados a estudar.…”

“…Assim, as instituições formadoras em saúde necessitam diversificar os cenários de ensinoaprendizagem para além da sala de aula, visando à ampliação da compreensão da complexidade do processo saúde-doença e a do cuidado de pessoas, a partir de variadas realidades socioeconômicas, culturais e ambientais [5][6][7][8] . Outro aspecto a ser considerado é a realidade brasileira, na qual a formação profissional é estratégica e fundamental para o Sistema Único de Saúde (SUS) [9][10][11] .…”

Integração ensino-serviço na Atenção Básica: qual a percepção dos profissionais de saúde que atuam nas Unidades Básicas de Saúde da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo?

“…Reibnitz et al[47] relatam que "a inserção em cenários reais de trabalho agregou sentido prático reflexivo para os conhecimentos teóricos, ampliando também a preparação para a prática profissional nos diversos cenários de atuação do Sistema Único de Saúde" e concluem que a implantação do Pró-Saúde "impactou positivamente no processo de formação, preparando enfermeiros para atuar nos diversos níveis de atenção, além de poder ter uma visão geral de como o SUS funciona com suas potencialidades e desafios".Em uma revisão integrativa, Brehmer e Ramos[41] relatam que "a inserção de alunos em cenários reais do cuidado e do trabalho agrega sentido prático para os conhecimentos teóricos. No contexto de profundas transformações nas áreas da educação e da saúde, novos conceitos e práticas são apresentados às experiências No estudo de Codato et al[49], "o vínculo com a população desvelou-se importante para o processo ensino-aprendizagem do estudante, inclusive de questões que envolvem ética, cidadania e comprometimento social, porque Dois profissionais não preceptores não relataram na sua entrevista percepções sobre esta importância.5.3.2.3 Identificação de dificuldades no desenvolvimento de atividades de ensino na unidade As dificuldades apontadas são relacionadas à estruturada da unidade, como limitação do espaço físico e agendamento lotado, como também relacionado aos profissionais da equipe da unidade, devido à rigidez de alguns profissionais e à ausência de carga horária para atividade de preceptoria. Essas dificuldades podem ser representadas por algumas falas: à integração da academia com o cenário de prática (tais como: melhor estruturação do papel do preceptor; garantia de carga horária protegida para o desempenho das funções de preceptor; participação dos profissionais no processo de escolha da equipe de trabalho dos programas; maior integração das atividades de ensino às atividades da unidade; e maior articulação da instituição de ensino com a unidade no planejamento das atividades de ensino e ao preparo dos alunos (maior conhecimento do estudante sobre as políticas do SUS).…”