BERGO, E. S. et al. Avaliação do desenvolvimento larval de Anopheles darlingi criado em laboratório sob diferentes dietas. Rev. Saúde públ., S. Paulo, 24: 95-100, 1990RESUMO: São testadas tres dietas para larvas de A. darlingi, buscando-se os seguintes parâmetros indicativos de desenvolvimento nesta fase: tempo de evolução total e de cada estádio, sobrevivência ao estádio, diária e total. A metodologia utilizada na determinação desses parâmetros constitui-se da combinação de dois métodos de análise da estatística vital, adaptados ao estudo de populações mantidas em laboratório. Os tempos de evolução total e de cada estádio foram determinados gráficamente a partir das curvas de tendência dos estádios medianos da colônia, em inspeções sucessivas. Os valores de sobrevivência diária, ao estádio e total foram calculados a partir de tábuas de sobrevivência. Os resultados permitiram eleger a dieta composta de uma parte de farinha de peixe para duas partes de farinha de pão e duas partes de germe de trigo como a mais adequada ao desenvolvimento larval, com duração de 12,9 dias entre o primerio estádio e a emersão do adulto e sobrevivência total de 95%.
DESCRITORES:
INTRODUÇÃOA criação de mosquitos em laboratórios exige o controle de fatores ambientais como temperatura, umidade relativa do ar e luminosidade, imprescindíveis para a sobrevivência, longevidade e reprodução dos adultos. Por outro lado, a adequação do alimento oferecido às larvas é condição básica para a sustentação de colônias. Do ponto de vista apenas da aceitação de alimentos, pode-se considerar que as formas imaturas dos culicídeos são pouco exigentes, ingerindo quase tudo que lhes é oferecido, desde refinadas dietas químicas até infusões preparadas com excremento de cobaias (Gerberg 9 , 1970). Parece, ainda, não haver grande redução de possibilidades quando se consideram apenas as espécies de anofelinos. Entretanto, os dados de literatura revelam-se contraditórios quanto aos resultados obtidos, com ampla variação nas dietas utilizadas para diferentes espécies de Anopheles. Assim, enquanto alguns Nyssorhynchus exigem infusões que contenham determinados ciliados (Galvão e col. 8 , 1944), A. darlingi desenvolve-se bem sem eles, (Corrêa e col. 3 , 1970). Outros autores, no entanto, consideram necessária a presença de infusórios na alimentação pelo menos dos dois últimos estádios larvais de A. darlingi (Freire e col. 7 , 1947, Santos e col. 12 , 1981.Verificam-se discordâncias também quanto às vantagens na utilização de fermento biológico (Fleischmann) na dieta larval. Freire 7 observou elevada mortalidade de larvas de 4 o estádio de A. darlingi quando alimentadas com esse fermento, enquanto Corrêa 3 o utilizou justamente para os estádios finais da mesma espécie, como complemento de uma dieta preparada à base de ração de aves, confirmando resultados obtidos por Giglioli 10 (1947). O grande número de dietas preconizadas é decorrência, em grande parte, da falta de padronização, tanto em composição de nutrientes quanto em formulações que possam ser reproduzidas...