Liberdade e medo: o impacto das ideias liberais no Rio de Janeiro do Primeiro Reinado

Abstract

RESUMO Os ideais liberais da revolução do Porto reconheciam a representação popular e o governo pautado em leis. Se havia o medo do retorno do absolutismo, temia-se sobretudo a forma como as ideias liberais se desenhariam em solo brasileiro e impactariam a vida dos indivíduos. Portanto, aumentou-se o controle e a vigilância no que se referia às ideias que circulavam e àqueles que desembarcavam no Brasil, dado que a Corte era multiétnica e multirracial, conhecendo bem o que ocorria no mundo atlântico. Havia um constitucionalismo popular entre trabalhadores brancos pobres, escravos e libertos, os quais esperavam um tratamento igualitário perante a lei. Tais indivíduos não pertenciam a partidos políticos ou a movimentos sociais organizados coletivamente, agindo individualmente e, às vezes, como membros de algum grupo profissional. A circulação transnacional dessas ideias acaba contribuindo para a queda de D. Pedro I.

I Encontro Internacional de Jovens Investigadores de História e Cultura Luso-Brasileira

“…Com a música, a criança aprende "maneiras de dizer e de fazer, maneiras de estar no mundo", desenvolvendo as três áreas de formação do ser social: a motora, a cognitiva e a afetiva. (Ribeiro & Pereira, 2009).…”

O arquivo e a prisão: a premissa de inferioridade dos indivíduos incômodos (Brasil, 1930 - ao tempo presente)

“…Seu comprometimento, contudo, se transformou mais em práticas institucionais do que em dispositivos legais. O "fracasso" do pensamento lombrosiano no campo normativo, no Brasil, não impediu a sua dispersão pelas práticas de controle social e pela organização cotidiana das instituições penais (Alvarez, 2002;2003). É possível perceber seus efeitos no padrão arquitetônico adotado pelas instituições que foram criadas, no perfil dos profissionais que foram contratados, nos exames e diagnósticos elaborados e, ainda, nas prescrições adotadas para os internos e na configuração dos documentos institucionais que elencam as características consideradas relevantes para o registro e o controle dos presos (Borges;Salla, 2023).…”

Postcolonial social drama: The case of Brazilian dentists in Portugal

“…In her analysis of Luso-Brazilian relationships, Feldman-Bianco (2001a) describes this ambiguity as a play of sameness and difference that is expressed in an old rhetoric of common descent. Since Brazilian independence in 1822, Brazilians and Portuguese have used an idiom of Luso-Brazilian brotherhood, of common historical roots, friendship links, and reciprocity of treatment (Ribeiro, 2002, 2010) that has continued to be called on in recent exchanges between the two countries. However, together with this magnanimous idiom of common descent, comes a set of resilient and pliable racialised colonial and postcolonial stereotypes.…”

“…Between the late 1980s and early 2000s, the dentists’ case became a widespread trope for this unprecedented presence of middle-class professional Brazilians in Portugal. Old mutual prejudices (Ribeiro, 2002) reappeared with new political garb as Portugal found itself caught between its then recent position as a member of the European Union (EU), with all the regulations with which it had to comply, and its equally recent situation as a destination for immigrants from its former colonies. Like every phase in the Luso-Brazilian postcolonial cycle, this encounter had its own idiosyncratic elements; the various mechanisms put in place to define Brazilians as immigrants according to immigration control policies consonant with EU regulations triggered a public discussion about the validity of the links which had tied together the destiny of both countries.…”

“…Cautious about the idea of rupture which studies on postcoloniality have often emphasised (Bastos et al, 2002), Feldman-Bianco (2001b) urges scholars to examine the continuities of the former colonial relationships in terms of sameness as well as difference in order to understand the rearrangement of colonial legacies within contemporary global capitalism. Other authors have examined different aspects of Luso-Brazilian relationships, and their combined production provides a much more nuanced presentation of this history than I have room to set out here (see Feldman-Bianco, 2001a;Horta, 2009;Ribeiro, 2002Ribeiro, , 2010Souza et al, 2010;Thomaz, 2002;Vieira, 1991). Following Feldman-Bianco (2001a), this analysis focuses on how a specific chapter in the relationships between Brazil and Portugal brought into relief this cycle of sameness and difference and marked the onset of the current disposition of Luso-Brazilian ties.…”