Os mercados, para a agricultura familiar, são estratégias historicamente requisitadas. Cabe, no entanto, questionar que tipos de mercados e quais são aqueles condizentes com as suas dinâmicas e suas especificidades. Por isso, os debates relacionados aos canais curtos de comercialização e às vendas diretas assumiram, atualmente, uma agenda central na construção de estratégias sustentáveis e de maior autonomia para a agricultura familiar. Diante disso, este trabalho tem como objetivo geral discutir o potencial das entregas de cestas como um mercado compatível com a agricultura familiar, capaz de aproximar consumidor e produtor, bem como a contribuição da agroecologia neste processo. Especificamente, este trabalho apresenta as distinções de mercado dentro da agricultura familiar, assim como verificar, na literatura, as experiências com o mercado de cestas, a fim de discutir suas vantagens e desvantagens. Para isso, foram realizadas revisões bibliográficas e utilizado o método de análise denominado FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças). Entre os fatores positivos, as cestas ampliam a garantia de compra e venda o que aprimora o planejamento de plantio e colheita. No que se referem às questões negativas, destacam-se a limitação de mão-de-obra e a não compreensão, por parte dos consumidores, da sazonalidade na produção agrícola. Como conclusão, este trabalho indica que a entrega de cestas estreita a relação entre produtor e consumidor, porém, demanda de ambos os atores a capacidade de compreender suas diferentes perspectivas e de fazer as mediações necessárias. Aponta-se, também, que a agroecologia pode ser o referencial prático, teórico e político para esse processo.