“…Nesta perspectiva, a Covid-19 potencializa riscos relacionados às (já existentes) pandemias de obesidade e inatividade física, ambas problemas de interesse à Saúde Pública, visto que dados da Organização Mundial da Saúde apontam para o fato de que (a) ⅓ da população mundial com idade acima de 15 anos não praticam o mínimo recomendado de 150 minutos semanais de atividade física e (b) a prevalência (1975 -2016) de obesidade triplicou (sobretudo em países de baixa e média e renda), e dados de 2016 apontam para mais de 1,9 bilhões de adultos com sobrepeso e pelo menos 650 milhões de obesos (3). No Brasil, 55% da população adulta brasileira não atende às recomendações mínimas para prática de atividade física (e 15% passam pelo menos quatro horas por dia vendo televisão), cenário que per si favorece o surgimento de doenças crônicas não transmissíveis (ou doenças não comunicáveis), como obesidade, doenças pulmonares, cardiovasculares e renais, além de alguns tipos de câncer e desordens mentais, dos ossos ou articulações (e responsáveis por pelo menos 70% das causas de morte no país), todas fatores de risco para a Covid-19 e sua progressão (4). O combate, no Brasil, ao sedentarismo no cenário da Covid-19 surge, portanto, enquanto estratégia essencial e necessária à promoção, prevenção e recuperação da saúde, combate este na forma de ações que, desenvolvidas no âmbito de Saúde Pública, devem considerar o tripé prevalência (tendência observada) de determinado risco ou condição clínica, magnitude destes riscos ou problemas associados e, principalmente, evidências disponíveis para tomada de decisão (5), estas últimas passíveis de sumarização através de estudos do tipo de mapeamento sistemático denominados Revisões de Escopo (6).…”