2004
DOI: 10.1590/1415-47142004004007
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O “estranho” filho adotivo. Uma leitura clínica do Unheimlich na adoção

Abstract: A preocupação com a questão da origem do filho ocupa um lugar central no imaginário dos pais adotivos. A “revelação” torna-se, então, um significante-chave gerador de estado de ansiedade, quando o natural seria criar condições para a livre circulação da palavra sobre a adoção no seio da família. O estado de estrangeiro na consangüinidade parece fazer cair por terra as garantias de um lugar delegado, outorgado, conquistado. O fantasma edipiano se reacende de um modo particular, pois não havendo a barreira da co… Show more

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“…O objetivo fundamental do grupo de apoio foi sensibilizar os pais para as diversas questões presentes na filiação, com conflitos e dificuldades inerentes aos relacionamentos entre pais e filhos, para que eles possam se preparar para essa nova fase da vida familiar. Queiroz (2004), que também realizou grupos com candidatos à adoção, percebeu que, quando o filho adotivo tem dificuldades, isso costuma produzir uma recusa, um arrependimento da adoção. Questões como a herança genética e a família de origem aparecem, assim como o fato de os pais não se implicarem nos sintomas dos filhos, porque não se reconhecem como pais, desejando devolver a criança e destituí-la do lugar de filho.…”
Section: Resultsunclassified
“…O objetivo fundamental do grupo de apoio foi sensibilizar os pais para as diversas questões presentes na filiação, com conflitos e dificuldades inerentes aos relacionamentos entre pais e filhos, para que eles possam se preparar para essa nova fase da vida familiar. Queiroz (2004), que também realizou grupos com candidatos à adoção, percebeu que, quando o filho adotivo tem dificuldades, isso costuma produzir uma recusa, um arrependimento da adoção. Questões como a herança genética e a família de origem aparecem, assim como o fato de os pais não se implicarem nos sintomas dos filhos, porque não se reconhecem como pais, desejando devolver a criança e destituí-la do lugar de filho.…”
Section: Resultsunclassified
“…A ideia da revelação da adoção traz à tona o receio de que, ao resgatar as origens desconhecidas da criança, o estranhamento volte. Esse resgate ainda apresenta o potencial de despertar o medo inconsciente do incesto, pois ele evidencia a ausência de laços consanguíneos que garantem, ao menos em tese, a interdição do desejo incestuoso que se instala pelo conflito edipiano (Queiroz, 2004).…”
Section: Temores Sobre O Momento De Revelação Da Adoção Ao Filhounclassified
“…O "não dito" marca a adoção como segredo e coopera com o aparecimento de sintomas. O mesmo ocorre quando se fala a verdade, mas se deixam lacunas sem esclarecimentos, transformando o assunto em tabu (Queiroz, 2004;Otuka et al, 2009;Rosa, 2008).…”
Section: Temores Sobre O Momento De Revelação Da Adoção Ao Filhounclassified
“…O sentimento de estranheza liga-se às fantasias sobre a origem e é parte do sentimento de identificação (Abrão, 2014). Queiroz (2004) discorre sobre o estranhamento nos vínculos por adoção apontando que os pais, por vezes, não se reconhecem como pais, chegando a desejar devolver a criança, destituindo-o do lugar de filho. O estado de estrangeiro na consanguinidade parece dissolver as garantias de um lugar no vínculo.…”
Section: Pertencer a Duas Famílias: A Transmissão Geracional Na Adoçãounclassified
“…Os sentimentos de estranhamento podem ser projetados, também, na vivência da rejeição social. A maioria dos pais por adoção deseja e assimila seus filhos como pertencentes ao seio familiar; mesmo assim, o estranhamento pode aparecer em demandas diversas, como no desejo de adotar crianças recém-nascidas para educá-las ao seu jeito ou na preferência por crianças fisicamente semelhante a eles (Queiroz, 2004).…”
Section: Pertencer a Duas Famílias: A Transmissão Geracional Na Adoçãounclassified