Integração ensino-serviço-comunidade, metodologias ativas e Sistema Único de Saúde: percepções de estudantes de Odontologia

Abstract

Resumo Introdução O modelo tradicional de formação em saúde hegemônico e tecnicista limita as respostas às demandas atuais do Sistema Único de Saúde (SUS). Para superar essas fragilidades, a integração ensino-serviço-comunidade (IESC) e as metodologias ativas (MAs) se apresentam como estratégias de reorientação da formação profissional. Objetivo Este estudo analisou as percepções de estudantes de Odontologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) acerca das práticas pedagógicas à luz das MAs e da IESC no e para o SUS. Método Trata-se de pesquisa qualitativa, realizada entre 2012 e 2013, com 73 estudantes que estavam matriculados e cursando a disciplina de Estágio Obrigatório de Odontologia em Saúde Coletiva II (EOOSC II). O convite para participar da pesquisa foi feito após o encerramento da disciplina, quando as notas já haviam sido lançadas. Utilizou-se de um roteiro contendo questões norteadoras, que versavam sobre a opinião dos estudantes acerca: (1) da disciplina; (2) das potencialidades e fragilidades da metodologia de ensino-aprendizagem utilizada e das unidades de saúde frequentadas; e (3) da intenção de, após a formatura, trabalhar no SUS/Estratégia Saúde da Família. Após a coleta, os dados foram transcritos, e, na sequência, foi processado o discurso do sujeito coletivo (DSC). Resultados A IESC, articulada com as MAs, propiciou aos estudantes conectar teoria e prática, integrada à realidade do SUS. Conclusão Os participantes da pesquisa relataram a relevância da educação permanente em saúde e as dificuldades/potencialidades da utilização de MAs integradas à IESC na formação profissional, apontando o SUS como real possibilidade de trabalho ao se formarem.

Análise Dos Riscos Da Automedicação E a Prevalência Desse Hábito Entre Os Acadêmicos Da Faculdade Unicesumar Campus Ponta Grossa

“…A experiência profissional também foi amplamente aceita como característica importante para um professor ideal e isso pode estar relacionado tanto com a trajetória do docente em sala de aula como na carreira profissional de dentista. Uma das metodologias aplicadas no ensino de odontologia, são as discussões de casos clínicos, logo, quanto mais conhecimento técnico e experiência profissional o professor demonstra, transmite maior credibilidade e maior interesse do aluno pelo conteúdo (DE-CARLI et al, 2019).…”

Encouraging the work process of oral health teams can favour the planning of their actions in Primary Health Care

“…In this regard, it should be noted that the traditional training still persists in Dentistry, as a rule, which does not promote the learning of teamwork, and does not promote training aimed at SUS and the real health needs of the population [30]. Even though these topics are present in the National Curriculum Guidelines for Dentistry courses [31], the practice eld is focused on a Flexnerian, technicist, biologicist model of teaching-learning process, disconnected from the reality of the territories in Brazil.…”

“…These training limitations could be overcome through investments in the consolidation and expansion of teaching-learning strategies based on the principles of Teaching-Service-Community Integration (IESC, Integração Ensino-Serviço-Comunidade). That way, it would provide students with opportunities to learn in different scenarios and with different actors represented by SUS, individuals, communities and adjoined territories, reorienting the training towards the development of skills and abilities that are essential to health actions in a broad sense and within the context in which students, teachers, health professionals and the community build their experiences [30].…”

Educação permanente em Saúde e Metodologias Ativas de ensino: uma revisão sistemática integrativa

“…Nesse sentido, a Educação Permanente em Saúde (EPS) busca romper com o modelo tradicional de ensino ao propor a interação entre ensino, serviço e comunidade, afirmando a necessidade estratégica de aliar, de maneira transformadora, ações educativas aos processos de trabalho em saúde e de construir/fortalecer relações interprofissionais que impactem na realidade concreta dos territórios. E assim o faz mediante um ensino problematizador e crítico do cotidiano, pela produção de conhecimento no dia-a-dia do trabalho, pela construção de novas práticas assistenciais, soluções criativas e movimentos transformadores da realidade do cuidado (Gonçalves, Pinto, França & Teixeira, 2019;Ministério da Saúde, 2018;De-Carli, Silva, Zafalon, Mitre, Pereira, Bomfim & Theobald, 2019;França, Pierantoni, Belisario, Medeiros, Castro, Cardoso & Garcia, 2016;Pinheiro, Azambuja & Bonamigo, 2018;Souza & Costa, 2019).…”

“…Em contrapartida, devido a elementos históricos, estruturais e culturais predominantes em nosso país, o pleno exercício das MAs pode ser um grande desafio. Dentre os fatores que influenciam tal cenário, emergem o hábito da educação tradicional; a fragilidade na formação pedagógica de professores e tutores; a deficiência de projetos políticos pedagógicos integrados e flexíveis; a carência de estruturas físicas e gerenciais adequadas; a alta rotatividade de interlocutores sobre o assunto nas secretarias de saúde; dificuldades burocráticas diversas, dentre outros (Custódio, Peixoto, Arruda, Vieira, Sousa & Ávila, 2019;Daltro & Pondé, 2016;De-Carli, Silva, Zafalon, Mitre, Pereira, Bomfim & Theobald, 2019;Gomes, Barbosa & Ferla, 2016;Morán, 2015).…”