O intento deste trabalho consiste em perscrutar o conhecimento produzido na Administração Pública, no período entre 1970 até 2017, partindo do pressuposto que o Estado moderno corresponde a uma mediação determinante na sociabilidade capitalista. Procedemos, em um primeiro momento, uma análise do conteúdo no campo para mapear suas características principais quanto ao fazer científico e à abordagem teórica acerca do Estado. No segundo momento, aprofundamos a reflexão submetendo tais achados à crítica da economia política, para delinear suas mediações e determinantes. A investigação preliminar aponta que o Estado é tratado com uma condição de naturalização, de maneira que as produções científicas tendem, em sua maioria, a centrar suas análises nas abordagens gerenciais (técnicas/avaliações), cujos trabalhos de viés mais crítico se destinam tão somente a apresentar possibilidades de reforma e/ou melhoria da gestão. A conclusão ratifica a necessidade de avançar quanto à forma de produzir conhecimento na Administração Pública, cuja materialidade e a historicidade devem assumir um papel central enquanto categorias com capacidade de apreensão do real, buscando contribuir, desse modo, com mudanças qualitativas no estado das condições concretas de vida da sociedade.