Introdução: A tuberculose (TB) é uma doença milenar que permanece como um grave problema de saúde pública, faz parte do ranking mundial das dez principais causas de morte no mundo. Objetivo: Identificar aglomerados espaciais de risco de mortes por tuberculose em Londrina/PR. Métodos: Trata-se de um estudo ecológico cujas unidades foram setores censitários urbanos de Londrina/PR definidos pelo Censo Demográfico de 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A população do estudo foi composta dos casos de óbito por TB como causam básica e associada, registrados no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) no período de 2008 a 2015. A análise exploratória das variáveis sociodemográficas e clínico-epidemiológicas do SIM ocorreu por meio da estatística descritiva dos parâmetros quantitativos, sendo calculadas as frequências absolutas e relativas para as variáveis no software Statistica versão 12.0. O georreferenciamento dos endereços foi processado no software TerraView versão 4.2.2. Posteriormente, realizou-se a análise de área calculando-se as taxas brutas e bayesianas empíricas globais anuais de mortalidade. A dependência espacial da mortalidade por TB foi verificada pelo Índice de Moran Global (I). Utilizou-se a ferramenta Incremental Spatial Autocorrelation (ISA) para definir o raio de influência do estimador de intensidade Kernel, tais análises foram realizadas no software ArcGIS versão 10.5. Para detecção dos aglomerados espaciais foi aplicada a técnica Estatística de Varredura Espacial Tradicional e na versão Isotônica, a qual traz como novidade a visualização gradativa do Risco Relativo Espacial (RRE) no interior do aglomerado através dos Steps in Risk Function, utilizou-se o software SaTScan™ versão 9.4. Em todos os testes estatísticos foi fixado o nível de significância em 5% (p< 0,05). Resultados: Identificou-se 61 óbitos por TB, destes 40 (65,6%) eram causa básica e 21 (34,4%) causa associada. Observou-se que 27 casos (44,3%) apresentavam idade entre 40 e 59 anos; 49 (80,3%) eram homens, 39 (63,9%) da cor branca, 20 (32,8%) com ensino médio, 32 (52,4 %) apresentaram forma clínica pulmonar e 54 (88,5%) ocorreram em ambiente hospitalar. As maiores taxas bayesianas foram identificadas nos bairros, Alpes (2,5 por 100.000 hab./ano), Vila Recreio (2,6 por 100.000 hab./ano)e Aeroporto (2,7 por 100.000 hab./ano). A dependência espacial demonstrou-se baixa e positiva (I = 0,014 e p = 0,004), porém com alto z-score (2,83) nos aglomerados. O estimador de intensidade Kernel identificou as regiões Norte, Centro e Leste como sendo áreas quentes para a mortalidade por TB, assim como na Estatística de Varredura Espacial Tradicional e Isotônica. A versão tradicional identificou um aglomerado espacial de risco para 10% da população exposta com RRE =4,9 (IC 95% 2,6-9,4), para 30% RRE=3,2 (IC 95% 2,1-5,7) e para 50% RRE=3,2 (IC 95% 2,1-5,7), na versão Isotônica encontrou-se para 10% da população expostas com RRE=2,8 (IC 95% 1,5-5,1), para 30% RRE=2,7 (IC 95% 1,6-4,4) e para 50% RRE=2,2 (IC 95% 1,4-3...