“…Como Firth e Wagner (1997), a partir de Rampton (1987), já nos alertaram há algum tempo, os traços de linguagem não nativos marcados como falha, déficit ou desvio não são necessariamente fossilizações, nem interferência da língua materna, tampouco sinais de uma competência restrita, mas podem ser uma tática para atingir objetivos sociais e interacionais e, dessa forma, apontam para uma competência multilíngue (sobre isso ver também RAMPTON, 2005;KRAMSCH;WHITESIDE, 2007;LUCENA, 2015;LUCENA;NASCIMENTO, 2016). Reiteramos, aqui, que não apenas o estigma do inglês fossilizado e a condenação de desvios a partir de algo chamado padrão, mas também o não reconhecimento da importância das práticas comunicativas situadas pela escola, ou tradições avaliativas que marginalizam tais práticas podem ser maneiras de silenciar a ação criativa e até política (no entendimento de GARCÍA; WEI, 2014, p. 21) de educandos que têm o potencial de recriar línguas em seus esforços para se comunicar.…”