Padrões alimentares de adolescentes brasileiros por regiões geográficas: análise do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA)

Pinto

et al. 2021

RSD

Objetivou-se investigar o comportamento de atividade física e hábitos alimentares e sua relação com o estado nutricional dos estudantes. Trata-se de um estudo epidemiológico de corte transversal, com abordagem quantitativa. A pesquisa foi realizada em seis escolas da rede pública estadual de ensino situadas no nordeste brasileiro. A amostra foi de 1.130 alunos (idade média 16,6 anos ± 1,1). O instrumento de coleta de dados utilizado foi um questionário de caráter objetivo. O estudo teve característica analítica e interpretação quantitativa. As variáveis quantitativas foram expressas em média e desvio padrão. Para as análises da associação foi utilizado o teste qui-quadrado ou teste t de student. Considerou-se significantes p < 0,05. Como resultados temos que 64,34% dos estudantes mostram boa nutrição (eutrófico), apenas 16,1% dos estudantes relatam atingir o consumo diário adequado de frutas e hortaliças e 60,1% dos estudantes encontram-se expostos ao risco sobre consumo constante de refrigerantes. Além disso, 89% dos alunos relatam não atingir o tempo mínimo de 300 minutos de atividade física semanais. A maior parcela dos estudantes (73%), realizam deslocamento ativo para a escola. Os indivíduos eutróficos relatam uma prevalência de deslocamento ativo significativamente maior quando comparados aos demais e 88% dos estudantes encontram-se no grupo de indivíduos expostos ao risco do comportamento sedentário. Conclui-se que os alunos mostram uma alta exposição aos riscos vinculados ao baixo consumo de frutas e hortaliças e alto consumo de refrigerantes e fastfood, um tempo de atividade física insuficiente e alto teor de comportamento sedentário.

Section: Resultsunclassified

Comportamentos relacionados à atividade física e alimentação de estudantes do ensino médio em instituições públicas de ensino

Pinto

et al. 2021

RSD

“…No estudo de Alves et al 36 , que avaliaram os padrões alimentares de adolescentes participantes do ERICA, foi encontrado que os estudantes de escolas privadas apresentaram maior adesão ao padrão alimentar não saudável e menor adesão ao padrão tradicional 36 .…”

Section: Tabelaunclassified

“…The study aimed to assess the relationship between food consumption away from home and alterations in biomarkers for chronic noncommunicable diseases in Brazilian adolescents. This cross-sectional study used data from the Study of Cardiovascular Risk Factors in Adolescents (ERICA), conducted in 36,956…”

Section: Introductionmentioning

confidence: 99%

Alimentação fora de casa e biomarcadores de doenças crônicas em adolescentes brasileiros

et al. 2021

Self Cite

Objetivou-se avaliar a relação entre o consumo de alimentos fora de casa e alterações em biomarcadores de doenças crônicas em adolescentes brasileiros. Trata-se de um estudo transversal em que foram utilizados os dados do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes (ERICA), conduzido com 36.956 adolescentes, em 2013/2014. A relação entre consumir alimentos fora de casa e cada desfecho de interesse (hipertrigliceridemia, hipercolesterolemia, hiperglicemia, elevada hemoglobina glicada e hiperinsulinemia) foi testada por modelos de regressão logística ajustados por idade, rede de ensino da escola, atividade física e tempo de uso de telas. Dados de consumo alimentar foram obtidos pela aplicação do recordatório referente às 24h anteriores (R24h), analisando o consumo de energia, açúcar de adição, sódio, potássio, fibras, frutas, verduras, arroz, feijão, sanduíches, bolos, sobremesas, chocolates e refrigerantes. Foi encontrado que 53,2% dos adolescentes consumiam alimentos fora de casa. A alimentação fora de casa apresentou relação inversa com hiperinsulinemia (OR = 0,65; IC95%: 0,46-0,92) e hiperglicemia (OR = 0,46; IC95%: 0,30-0,71), entre meninos, e hipertensão (OR = 0,71; IC95%: 0,55-0,92) e hiperglicemia (OR = 0,57; IC95%: 0,34-0,96), entre meninas. Entretanto, o consumo de calorias, açúcar de adição, sanduíches, sobremesas e refrigerantes foi maior nos adolescentes que consumiam alimentos fora de casa. O papel protetor da alimentação fora de casa em indicadores bioquímicos nos adolescentes pode ser em função de um maior consumo da alimentação escolar, mais frequente entre os adolescentes que consumiam alimentos fora de casa, destacando a importância do estímulo ao consumo da alimentação escolar.

“…Em cada estrato, foram selecionadas escolas com probabilidades proporcionais ao número de alunos matriculados nos três últimos anos do nível fundamental e do ensino médio, nos turnos manhã e tarde (Silva, et al, 2016). Foram selecionadas 1.251 escolas, em 124 municípios, totalizando 273 com mais de 100 mil habitantes (Alves, et al,2019).…”

Section: Delineamento E Amostraunclassified

“…Foram coletadas informações de estudantes que tivessem as informações completas registradas no Personal Digital Assistant (PDA) para caracterização da amostra quanto ao sexo, idade e tipo de ensino; dados de coleta sanguínea para análise de concentrações séricas de lipídios e Recordatório 24 horas (R24hs) para análise do consumo alimentar (Alves, et al, 2019;Vasconcellos, et al, 2015). O registro de dados foi realizado por avaliadores previamente treinados utilizando técnicas padronizadas.…”

Section: Coleta Dos Dados E Análise De Variáveisunclassified

Associação entre a ingestão inadequada de micronutrientes antioxidantes e concentrações lipídicas de adolescentes no Brasil

Sousa

Teles

Beserra

et al. 2021

RSD

Investigou-se a associação entre a ingestão inadequada de micronutrientes antioxidantes e concentrações lipídicas de adolescentes participantes do Estudo de Riscos Cardiovasculares em Adolescentes. Estudo transversal, multicêntrico, de base escolar, realizado em 2013 e 2014, com 36.918 adolescentes de 12 a 17 anos, de escolas públicas e privadas, em municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes. Foram calculadas frequências de participação (elegíveis) por macrorregiões, sexo, idade e tipo de escola. Obtiveram-se dados de consumo alimentar por meio de Recordatório Alimentar de 24 horas e analisadas as médias de ingestão. Realizou-se avaliação bioquímica com exames CT, HDL-c, TG e LDL-c. Analisou-se os dados pelo software Stata®, versão 15.1 e Intervalo de confiança de 95%. Utilizou-se teste Qui-quadrado de Pearson e a regressão múltipla para estimar o Odds Ratio (OR) e medir a força de associação entre as variáveis, com significância de 5%. A ingestão inadequada de vitamina E associou-se ao LDL-c elevado em adolescentes de 12 a 14 anos e hipertrigliceridemia em meninos de 15 a 17 anos de escolas públicas. A vitamina B12 relacionou-se com baixos níveis de HDL-c e LDL-c elevado em meninos de 12 a 14 anos de escolas públicas e com menor chance de hipertrigliceridemia naqueles de 15 a 17 anos. A inadequação do manganês associou-se ao baixo HDL-c e LDL-c elevado em meninas de 15 a 17. Em conclusão, foram encontradas associações entre o consumo inadequado das vitaminas E, B12 e Manganês e o perfil lipídico da população estudada.