“…Entretanto, possibilitar discussões referentes ao gênero, que escapem da binaridade homem/mulher, e/ou problematizar outras formas de vivência da sexualidade, que se afastem das relações heterossexuais, é um processo complexo, pois, sobre o corpo, segundo Michel Foucault (2017), aplicam-se normas controladoras e reguladoras. Nesse sentido, os mecanismos de poder, que se organizam para manter a disciplina dos corpos (adestramento, intensificação e distribuição das forças, ajustamento e economia das energias), bem como para regular as populações (nascimento, longevidade, saúde, trabalho) (FOUCAULT, 2017), atribuem às discussões de gênero e sexualidade o mote de embate, pois, ao romper com padrões cisgênero, binário e heterossexual, mexe-se também nessa estrutura de controle e regulação dos indivíduos e da população.…”