Risco-Brasil: O Efeito-Lula e os Efeitos-Banco Central

Abstract

RESUMO Este breve artigo discute o comportamento do spread de risco soberano no Brasil desde a adoção de um regime de taxa de câmbio flutuante no início de 99. Os dados apresentados parecem apoiar a hipótese de efeitos perversos da política monetária doméstica sobre o risco-país. Por outro lado, os temores de uma inadimplência futura da dívida - provocada por pesquisas de eleição presidencial voláteis - parecem não explicar uma parte significativa do spread de risco, até muito recentemente. O autor está totalmente ciente da existência de uma literatura rica e crescente sobre o risco-país. Este artigo não é uma tentativa de adicionar novas peças de teoria ou evidência analítica rigorosa a essa literatura; seu único objetivo é dar uma pequena contribuição ao debate, apontando alguns fatores geralmente negligenciados que podem explicar o spread de risco soberano do Brasil.

Dias de tormenta: relações entre a crise política do Sete de Setembro e o mercado financeiro

“…O Risco-Brasil é representado pelo EMBI+ (Emerging Markets Bond Index Plus), indicador calculado pelo banco JP Morgan e consiste na diferença entre a taxa de juros do paísno caso do Brasile a taxa de juros do governo norte-americano (na mesma moeda), considerada como taxa de juros padrão. Em outras palavras, o EMBI+ mensura o desempenho diário dos títulos da dívida de países emergentes frente aos títulos dos Estados Unidos (Toledo, 2002;IPEADATA, 2022) Conforme Tabela 1, os resultados das médias observadas nas variáveis apontam para heterogeneidade no volume de dados de cada uma delas. O erro desvio de cada variável, por sua vez, é menor que sua respectiva média, demonstrando que os dados são consistentes e não há muita dispersão, ou seja, os dados estão próximos da média.…”