2019
DOI: 10.15448/1984-7289.2019.1.30905
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Pessoas em situação de rua em Porto Alegre: processos de estigmatização e invisibilidade social

Abstract: O artigo apresenta alguns dados sobre a população adulta em situação de rua em Porto Alegre, levantados no censo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2016, com apoio da Fundação de Assistência Social e Cidadania da Prefeitura Municipal. A pesquisa cadastrou 2.115 indivíduos adultos de ambos os sexos identificados como em “situação de rua” e efetuou entrevistas por meio de um questionário a uma amostra de 467 pessoas. No texto são apresentadas algumas características socio… Show more

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“…Neste estudo, foi possível identificar perfil predominante de homens, solteiros com média de idade de 37,62 (±9,8) anos e escolaridade entre zero e oito anos de estudo. Esses dados assemelham-se aos resultados de estudos realizados em Pernambuco, São Paulo e Porto Alegre e em outros países como Estados Unidos e Etiópia, cujas amostras foram representadas majoritariamente por homens, solteiros com baixa escolaridade que vivem em centros urbanos em extrema pobreza 2,4,8,9,10 . Assim, cabe à enfermagem atentar para questões que permeiam a saúde do homem em meio a PsR, uma vez que esta é constituída, em sua maioria, pelo público masculino.…”
Section: Discussionunclassified
“…Neste estudo, foi possível identificar perfil predominante de homens, solteiros com média de idade de 37,62 (±9,8) anos e escolaridade entre zero e oito anos de estudo. Esses dados assemelham-se aos resultados de estudos realizados em Pernambuco, São Paulo e Porto Alegre e em outros países como Estados Unidos e Etiópia, cujas amostras foram representadas majoritariamente por homens, solteiros com baixa escolaridade que vivem em centros urbanos em extrema pobreza 2,4,8,9,10 . Assim, cabe à enfermagem atentar para questões que permeiam a saúde do homem em meio a PsR, uma vez que esta é constituída, em sua maioria, pelo público masculino.…”
Section: Discussionunclassified
“…Pimenta (2019) apresenta dados que demonstram a estigmatização sofrida por essa população, na medida em que 70,5% dos participantes da pesquisa relataram terem sido presos, sendo que 24,2% foram presos sem terem cometido delitos, seja por engano ou por denúncias da vizinhança. Além disso, a referência a tratamentos negativos (como medo e preconceito) foram mais frequentes (75,9%) do que os tratamentos positivos, como os que se referem a doações e outros atos solidários, os quais foram apontados por 51,8% dos entrevistados (Pimenta, 2019). A estigmatização também se manifesta de forma simbólica pelo tratamento hostil por parte de pessoas que tem moradia regular, expressando-se também no impedimento ou expulsão de espaços ou estabelecimentos públicos e privados (Pimenta, 2019).…”
Section: Dimensão Subjetivaunclassified
“…Além disso, a referência a tratamentos negativos (como medo e preconceito) foram mais frequentes (75,9%) do que os tratamentos positivos, como os que se referem a doações e outros atos solidários, os quais foram apontados por 51,8% dos entrevistados (Pimenta, 2019). A estigmatização também se manifesta de forma simbólica pelo tratamento hostil por parte de pessoas que tem moradia regular, expressando-se também no impedimento ou expulsão de espaços ou estabelecimentos públicos e privados (Pimenta, 2019). O tratamento estigmatizante oferecido às pessoas em situação de rua ocorre, algumas vezes, de maneira sutil, como é o caso de pessoas cujos cães são mais bem tratados do que eles próprios, como afirma um participante da pesquisa de Baltar e Garcia (2019).…”
Section: Dimensão Subjetivaunclassified
“…Existem também outros trabalhos de igual importância que abordam temas mais específicos, no âmbito das pessoas que moram na rua, tais como a violência (Valencio, Cardoso, Siena, & Marchezini, 2008), quem são, como vivem e como são vistas (Mattos, & Ferreira, 2004), o sofrimento psíquico (Brito, 2012;Lovisi, 2000), o modo de viver (Félix- Silva, Sales, & Soares, 2016), a loucura (Albuquerque, 2009;Ferraz, 2000), a mulher em situação de rua (Tiene, 2004), o idoso em situação de rua (Mattos, & Ferreira, 2005), o uso e o abuso de álcool e de outras drogas (Botti et al, 2010), o processo de saúde e adoecimento (Rosa, Cavicchioli, & Brêtas, 2005), o processo de subjetivação (Villamarim, 2009) e a construção da corporeidade na rua (Frangella, 2004). Geralmente, quando os estabelecimentos de Assistência Social ou os trabalhadores são abordados, nesses textos, destacam-se mais o caráter da gestão de risco (Castel, 1987;Martinez, Pereira, Barbosa, Oliveira, & Pazzin, 2014), o controle e a docilização dos corpos (Bar-bosa, 2017;Foucault, 2009), as facetas da instituição total (Goffman, 2001, Justo, 2011, nos casos de acolhimento institucional, ou os impactos e os efeitos estruturais do modo capitalista de produção.…”
Section: Posibilidades En Los Modos De Tratar a La Población En Situaunclassified