Este artigo objetiva resgatar o conceito de "sentido" como recurso analítico nas investigações psicológicas, a partir de deslocamentos e conexões construídas na história epistemológica das ideias de Lev Vygotsky. Para isso, apresentam-se interlocuções e rupturas desse autor com matrizes de pensamento e correntes psicológicas do início do século XX, o que fornece um panorama das possibilidades até então construídas para a compreensão do conceito de "sentido". Posteriormente, tematizam-se nuanças epistemológicas e metodológicas do tratamento dispensado por Vygotsky ao conceito em questão. Conclui-se que, nessa perspectiva, o "sentido" é concebido como acontecimento semântico particular constituído através de relações sociais, nas quais uma gama de signos é posta em jogo, o que permite a emergência de processos de singularização em uma trama interacional histórica e culturalmente constituída. Salientam-se, por fim, algumas implicações dessa concepção para as investigações psicológicas que abordam as práticas sociais e seus processos de significação.
Visual inspection remains the most frequently applied method for detecting treatment effects in single-case designs. The advantages and limitations of visual inference are here discussed in relation to other procedures for assessing intervention effectiveness. The first part of the paper reviews previous research on visual analysis, paying special attention to the validation of visual analysts' decisions, inter-judge agreement, and false alarm and omission rates. The most relevant factors affecting visual inspection (i.e., effect size, autocorrelation, data variability, and analysts' expertise) are highlighted and incorporated into an empirical simulation study with the aim of providing further evidence about the reliability of visual analysis. Our results concur with previous studies that have reported the relationship between serial dependence and increased Type I rates. Participants with greater experience appeared to be more conservative and used more consistent criteria when assessing graphed data. Nonetheless, the decisions made by both professionals and students did not match sufficiently the simulated data features, and we also found low intra-judge agreement, thus suggesting that visual inspection should be complemented by other methods when assessing treatment effectiveness.
Este artigo objetiva traçar diálogos teórico-metodológicos entre a práxis de Psicologia comunitária e a área da assistência social, especificamente em torno da proposta da Proteção Social Básica de fortalecimento da convivência social e comunitária no território onde vivem as famílias assistidas. Assim, são apresentados os contornos da atual política pública de assistência social, situando elementos centrais da Proteção Social Básica. Posteriormente, apontam-se as contribuições da Psicologia comunitária para a leitura e a efetivação de trabalhos coletivos no território de vida das famílias, primando pela problematização de seus processos cotidianos e pela ampliação de vínculos sociais pautados em processos de colaboração. Depreende-se que, para isso, são relevantes os eixos norteadores da práxis de Psicologia comunitária, entre os quais a análise, a vivência e a co-construção de atividades comunitárias, mediante metodologias participativas. Por fim, são ressaltadas também as possíveis limitações contingenciais à aproximação entre a Psicologia comunitária e a Proteção Social Básica.
This article analyzes the relations between mental health and well-being in urban and rural contexts marked by poverty. The analysis takes as its basis a quantitative research conducted with 417 adult inhabitants of two communities, one rural and the other urban, in Northeastern Brazil. The data were constructed using questionnaires composed of sociodemographic data, the Personal Wellbeing Index and Self Report Questionnaire (SRQ-20) scales. We found significant differences between the inhabitants of the rural and urban communities regarding well-being and the prevalence of common mental disorders (CMD), with a higher average well-being score in the rural context; the urban sample had a higher average regarding the prevalence of CMD. The variable income significantly influenced the SRQ-20 average scores; the same was not observed with well-being scores. Besides, it was observed that there is a negative correlation with well-being and CMD.
IV ResumoO estudo objetivou analisar as implicações psicossociais da pobreza, a partir do bem estar pessoal e sentimento de comunidade, em populações de comunidades rural e urbana do Ceará (Brasil). A pesquisa quantitativa contou com amostra de 411 sujeitos adultos. Aplicou-se questionários compostos por: itens de identificação, Instrumento de Mensuração da Pobreza Multidimensional, Sense of Community Index (SCI) e Personal Well-Being Index (PWI). Os resultados indicam média de pobreza multidimensional no contexto rural (M=0,28) maior que no urbano (M=0,23), entretanto o primeiro apresenta maiores médias de sentimento de comunidade e bem estar pessoal. Tais categorias apresentam correlação positiva (r=0,305). Os aspectos psicossociais da pobreza interagem com o contexto sociocultural assumindo diferentes configurações nos cenários urbano e rural.
Este estudo, oriundo da análise multidimensional sobre a categoria inovação no Movimento de Saúde Mental Comunitária do Bom Jardim (Fortaleza), cuja proposta é trabalhar dimensões subjetivas e psicossociais, objetiva interrogar se e como as experiências desenvolvidas se constituem efetivamente como práticas de cuidado inovadoras em saúde mental, na perspectiva dos usuários desse dispositivo. O percurso metodológico delineou-se na abordagem qualitativa, na modalidade estudo de caso, em uma vertente crítico-interpretativa, empregando como técnicas, entrevistas em profundidade associadas a grupos focais. A categorização analítica das informações foi construída a partir de um modelo fundado nas dimensões constituintes da Reforma Psiquiátrica, abrangendo distintos planos: epistemológico, assistencial, jurídico-política e sociocultural. Os resultados revelam: ênfase no sujeito social doente, não mais na doença; acolhimento como fundamento propositivo das ações; co-produção de diálogos genuínos com múltiplos atores envolvidos; e construção da autonomia e fortalecimento do poder pessoal. Tais elementos evidenciam que as práticas de cuidado tecidas no cotidiano do Movimento implicam desconstrução com o modelo tradicional de atenção à saúde mental, potencializando novas formas de cidadania, desse modo, contribuindo para a desinstitucionalização.
ResumoEste artigo objetiva analisar as visões da unidimensionalidade e da multidimensionalidade da pobreza a fi m de incorporar dimensões psicossociais que contribuam para análise da complexidade desse fenôme-no. A pobreza, geralmente, está baseada na tendência unidimensional monetária de conceituação e mensuração, restringindo a análise a linhas de pobreza. Há, então, o paradigma multidimensional da Abordagem das Capacitações que amplia a concepção de pobreza. É incorporada a centralidade da autonomia e da liberdade do indivíduo no exercício de suas capacitações e seus funcionamentos como elementos de defi nição da pobreza. No entanto, em sua perspectiva prática, a Abordagem das Capacitações situa-se geralmente na identifi cação de questões concretas de saúde, habitação e padrão de vida relacionada à pobreza. Assim, identifi ca-se a necessidade de incorporação de dimensões psicossociais que contribuam para expansão do crítico entendimento desse fenômeno e abarquem aspectos subjetivos, negativos e positivos no tocante às estratégias de enfrentamento desenvolvidas pelos pobres. Nesse sentido, são propostas as análises do bem estar pessoal, do senso de comunidade, das práticas discriminatórias e do fatalismo das pessoas em situação de pobreza. Portanto, analisa-se a necessidade e o compromisso da ciência psicológica na elaboração de conhecimentos para a ampliação de entendimento desse fenômeno.Palavras-chave: Pobreza, Psicologia, psicossocial. Conceptions of Poverty: An invitation for a Psychosocial Discussion AbstractThis article aims to analyze the views of unidimensionality and multidimensionality of poverty in order to incorporate psychosocial dimensions that contribute to analysis of the complexity of this phenome-1 Endereço para correspondência: Universidade Federal do Rio Grande do Sul,
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