Gênero, sexualidade e juventude(s): problematizações sobre heteronormatividade e cotidiano escolar

Abstract

Resumo: Fruto de pesquisa de doutorado recentemente concluída, este texto propõe questionar as normas regulatórias de gênero presentes nos cotidianos escolares de dois jovens que se autodenominam gays. A interação com os sujeitos ocorreu através do estabelecimento de conversas on-line realizadas no Facebook mediante uma relação dialógica e de alteridade, propiciando a criação de um sentimento de cumplicidade e disponibilidade que tornou possível uma ampla discussão em torno de questões relativas à heteronormatividade e às experiências da abjeção que ela produz. As conversas on-line foram interpretadas principalmente à luz da contribuição de autores do campo de estudos de gênero e sexualidade amparados teoricamente pela perspectiva dos estudos queer. As conversas com ambos os jovens contribuíram com a tessitura de reflexões sobre a (re)produção dos estigmas sociais no espaço escolar e sobre a urgência de se (re)pensar o planejamento de estratégias de resistência nos cotidianos escolares na tentativa de desmistificar a naturalização e normatização da suposta superioridade e supremacia das heteronormas.

Perfil das notificações de violências em lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais registradas no Sistema de Informação de Agravos de Notificação, Brasil, 2015 a 2017

“…Among adolescents, school was also a scenario for the occurrence of violence. The school environment is of fundamental importance in the life experience of adolescents and young people and, for people who demonstrate homo-affective behaviors, discriminatory practices and bullying are recurrent, reinforcing the social exclusion of students 17 . For the promotion of a plural and inclusive education, sexual and gender diversity must be debated in schools and continuing education on the topic are needed for teachers and professionals working in the education of children, adolescents, young people and adults 18 .…”

Saúde Mental Na Comunidade Lgbtqia+: Uma Revisão Narrativa Da Literatura

“…Essas represálias causam sofrimento, humilhação e indignação. (Junior et al, 2018) Muitas vezes a saúde mental sofre abalos até mesmo no ambiente familiar, onde não há aprovação, encorajamento ou simplesmente aceitação por parte dos pais. Como consequência há a repressão, os LGBTQIA+ "ficam presos no armário", desenvolvem problemas relacionados à depressão, ansiedade e em casos mais extremos a ideias suicidas, que figuram entre as maiores queixas relacionadas à saúde mental dessa população.…”

Gênero, sexualidade e protagonismo juvenil: relato de uma experiência no CEFET-RJ

“…Embora a escola seja um espaço de aprendizado e de convivência, o "viver com" é frequentemente suprimido no discurso e na prática pedagógica (SPOSITO; GALVÃO, 2004). Alguns autores como Júnior, Oswald e Pocahy (2018) têm se dedicado a informar o modo como jovens interpelados em posição abjeta negociam e reinventam suas vidas a partir das redes de subjetividade e de significação que se constituem à margem das instituições que supostamente protegeriam esses sujeitos -a escola deveria ser uma dessas instituições protetoras, o que, infelizmente, nem sempre ocorre.…”