Povos Timbira, territorialização e a construção de práticas políticas nos cenários coloniais

Abstract

This article aims to revisit the different agencies and requests of five Timbira indigenous peoples located in the captaincies of Piauí, Maranhão, Pará and northeastern Goiás, between the eighteenth and nineteenth centuries, before a continuous process of forcible territorialization and reinvention of the cultural, religious and political practices of these peoples, through the contact with othernesses, particularly the cattle breeders.

A Escola Na Cidade E a Escola Na Aldeia: A Criação Do Colégio Estadual Indígena Benedito Rokag, Terra Indígena Kaingang Apucaraninha (Tamarana/Pr)

“…A história dos indígenas no Brasil no século XVI se caracterizou pela legalização do trabalho escravo indígena, no qual os indígenas trabalhavam nas roças, plantações ou fazendas dos colonizadores, de forma associada a um processo de catequização e dominação política e territorial (SUCHANEK, 2012;FREIRE e MALHEIROS, 2010). Segundo Apolinário (2013), a perda de territórios implicava a fragmentação do indivíduo, pois estes tornavam-se distanciados de seus espaços e recursos naturais, com os quais se relacionavam, dialogavam e através dos quais se alimentavam, sendo obrigados a resignificar suas referências culturais para manter sua identidade étnica pela injustiça vivida junto aos não indígenas. Oliveira (1998) afirma que o processo de territorialização vivenciado pelos indígenas não pode ser entendido como uma via de mão única, já que sua utilização pelos indígenas conduz a uma construção de identidade étnica individualizada em relação ao conjunto genérico.…”

Mundos em transformação: guerras e alianças entre os Jê e os luso-brasileiros nos sertões da América portuguesa – século XVIII

“…Sobre os Timbira, além dos trabalhos citados, menciono também um artigo de Apolinário (2013), uma importante referência; nele, a autora aborda o processo de territorialização e de reinvenção de práticas culturais decorrentes do contato com os nãoindígenas. Aliás, os Timbira carecem de trabalhos de cunho histórico, poucos por sinal, ao passo que na Antropologia há diversos estudos sobre esse povo desde a segunda metade do século XX, dentre os quais os clássicos de autoria de Julio Melatti (2009a) (2009b) e Manuela Carneiro da Cunha (1978).…”