Este estudo investigou o efeito mediador do conhecimento materno sobre desenvolvimento infantil na relação entre escolaridade materna e indicadores desenvolvimentais no primeiro ano de vida. Participaram do estudo 28 mães de bebês com 11 meses de vida, selecionadas em duas Unidades Básicas de Saúde da cidade de Salvador/Brasil. O conhecimento materno sobre desenvolvimento foi avaliado com o Inventário do Conhecimento do Desenvolvimento Infantil (KIDI) e o desenvolvimento dos bebês foi medido pela Escala de Desenvolvimento do Comportamento da Criança (EDCC). As análises de regressão mostraram que o conhecimento materno sobre o desenvolvimento infantil é uma variável mediadora pura da relação entre a escolaridade materna e os indicadores desenvolvimentais do bebê. Discute-se o suporte fornecido pela educação formal para que os pais possam se beneficiar de informações sobre o desenvolvimento e recomenda-se investimento na educação básica e na divulgação de informações sobre o desenvolvimento infantil em serviços públicos de saúde.
Os prejuízos na saúde mental da mãe podem afetar seus comportamentos em interações com o bebê, que são importantes preditores do desenvolvimento infantil no primeiro ano de vida. Este estudo investigou o impacto da depressão pós-parto e da ansiedade na interação mãe-bebê e seus efeitos no desenvolvimento aos três meses de vida. Participaram do estudo 64 díades mãe-bebê que foram filmadas em um episódio de brincadeira livre. As mães responderam ao SRQ-20 e ao BDI para avaliação da saúde mental. O desenvolvimento dos bebês foi avaliado com a EDCC. As análises de regressão confirmaram o poder preditivo da depressão sobre a frequência de sorrisos maternos e também da estimulação tátil ou com objetos sobre os comportamentos motores do bebê. As evidências do impacto da depressão pós-parto sobre os comportamentos sensíveis da mãe e da estimulação não-verbal sobre o desenvolvimento motor nos primeiros meses de vida são discutidas.
Resumo O distanciamento social ocasionado pela pandemia de Covid-19 levou a profundas mudanças na rotina das famílias com crianças pequenas, aumentando o estresse no ambiente doméstico. Este estudo analisou a experiência de planejamento e implementação de um projeto de extensão universitária que ofereceu orientação a pais com filhos de 0 a 11 anos por meio de chamadas de áudio durante a pandemia. O protocolo de atendimento foi desenvolvido para atender às necessidades de famílias de baixa renda e listava problemas específicos relacionados ao confinamento em casa e ao fechamento das escolas seguidos por uma variedade de estratégias de enfrentamento. A análise de 223 queixas relatadas pelos usuários em 130 ligações revelou que 94% dos problemas referidos pelos pais foram contemplados pelo protocolo de atendimento e estavam relacionados aos problemas externalizantes (39%) ou internalizantes (26%) das crianças ou ao declínio do bem-estar subjetivo dos pais (29%). Serviços de apoio devem orientar os pais quanto ao uso de práticas responsivas e assertivas que promovam o bem-estar emocional da criança e estabeleçam expectativas comportamentais em contextos estressantes. A diminuição dos conflitos entre pais e filhos resultante do uso dessas estratégias tende a reduzir o sofrimento dos pais, aumentando sua sensação de bem-estar subjetivo. Recomenda-se ampla divulgação dessas iniciativas e seguimento dos casos.
Este estudo avaliou as relações entre variáveis sociodemográficas, saúde mental da mulher e conjugalidade durante a gestação. Participaram desta pesquisa correlacional 50 mulheres primíparas, que coabitavam com o genitor do bebê e que estavam no segundo ou terceiro trimestre de gestação do primeiro filho. Os sintomas de transtornos mentais comuns foram avaliados pelo Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20) e os sintomas depressivos pelo Inventário Beck de Depressão (BDI-I). A conjugalidade foi avaliada com a Escala de Ajustamento Diádico. Os resultados de testes de correlação e de comparação de grupos mostraram que a presença de sintomas de transtornos mentais comuns e de depressão esteve associada a menor nível de ajustamento diádico. Discute-se a importância de identificar problemas na saúde mental da mulher e no ajustamento diádico durante a gestação, para favorecer o bem-estar da tríade mãe-pai-bebê na transição para a parentalidade.
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