Resumo: Este trabalho insere-se no contexto das discussões sobre saúde mental e economia solidária. Trata-se de um relato de experiência vivenciada no Centro de Atenção Psicossocial de Taguatinga II (CAPS) -Distrito Federal, onde os projetos desenvolvidos para geração de trabalho e renda na área de saúde mental reafirmam a capacidade que têm, como instrumentos para inclusão social, de incorporar princípios e valores da economia solidária com vistas ao empoderamento e autonomia dos cidadãos em sofrimento mental. Pretendeu-se, com este trabalho, fomentar e subsidiar reflexões acerca das possibilidades de inclusão social decorrentes da geração de trabalho e renda por meio de ações coletivas e solidárias, elaboradas/construídas com a participação de usuários, familiares e trabalhadores nesse serviço. A ênfase na metodologia participativa norteou o desenvolvimento da experiência, sendo que a proposição de ações disparadoras sobre saúde mental e economia solidária em diversos momentos, sob coordenação da equipe executora, proporcionou, concomitantemente, a realização de duas ações/intervenções: atividade grupal destinada a usuários e familiares do serviço, que se reuniram para conhecer e refletir sobre trabalho coletivo e empreendimento solidário; e três capacitações mensais, de agosto a dezembro de 2013, sobre cooperativismo, economia solidária e saúde mental, direcionadas aos trabalhadores do referido CAPS. Observou-se, ao final, que o envolvimento de pessoas em sofrimento mental nesses projetos contribui para superação do atual estado de subordinação e fragilidade.Acresce-se que o desenvolvimento dessas ações favoreceu, de modo geral, reflexões sobre o mundo do trabalho coletivo e agregou conhecimento metodológico sobre empreendimentos solidários. Palavras-chave: Desinstitucionalização, Saúde Mental, Trabalho, Autonomia Pessoal. Mental health and solidarity economy: the experience of users and workers of a Psychosocial Care CenterAbstract: This work is within the context of discussions on mental health and solidarity economy. It is an account of the experience lived at the Tabatinga II Psychosocial Care Center (CAPS) in the Federal District, Brazil, where projects designed to generate employment and income in the mental health area reaffirm their ability, as tools for social inclusion, to incorporate the principles and values of solidarity economy aiming at the empowerment and autonomy of citizens in mental distress. This work intended to support and encourage reflections on the possibilities for social inclusion arising from the generation of jobs and income through collective and cooperative actions developed and elaborated with the participation of users, family members, and workers of this service. Emphasis on participatory methodology guided the development of the experience, and the proposition of triggering actions on mental health and solidarity economy at different times, under the coordination of the performing team, afforded, concurrently, the realization of two actions/interventions: a group activity de...
Resumo Estudos de perfil sociodemográfico são importantes para o planejamento e análise das necessidades de uma população. No campo da saúde mental, pesquisas sobre o perfil de usuários desses serviços ainda são incipientes no Brasil. Objetivou-se descrever o perfil sociodemográfico de usuários de um Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) e verificar se existem associações entre a variável escolaridade com as demais variáveis sociodemográficas. Trata-se de estudo transversal descritivo e associativo, do tipo retrospectivo, com coleta a partir de prontuários, protocolo de acolhimento, relatório social e anamnese psiquiátrica. A análise de dados foi descritiva e com testes de associação. Identificou-se uma proporção usuários do sexo feminino no CAPS (n=324). Os usuários eram oriundos majoritariamente da Região Centro-Oeste do país (n=239), seguida da Nordeste (n=144). Os resultados indicaram um alto número de desemprego (n=130) e níveis elevados para baixa escolaridade (n=264). As variáveis: trabalho (p=0.0005), ocupação (p=0.0005), renda (p<0.0001), quantidade de filhos (p<0.007) e receber benefício (p=0.02) apresentaram correlações positivas com o nível de escolaridade. Conclui-se que pesquisas de correlação entre dados sociodemográficos e indicadores da saúde mental podem fornecer evidências para a criação de políticas públicas nesse campo e desdobramentos para a inclusão social dos usuários.
<p>Objetivo: descrever e analisar a experiência dos usuários de um serviço de saúde mental acerca de suas trajetórias de escolarização, assim como o resgate do ensino por meio da Educação de Jovens e Adultos. Método: pesquisa descritiva e analítica, de abordagem qualitativa, realizada com usuários que frequentavam a Educação de Jovens e Adultos, os quais foram entrevistados. Posteriormente, seus discursos foram categorizados e analisados. Resultados: predominaram, na argumentação dos participantes, as interrupções com o contato escolar e a ausência de suporte social e familiar, que os impediu de alcançar suas metas iniciais de realização, as quais precisaram ser adaptadas ou substituídas. As motivações para o retorno à escolarização consideraram a entrada de novos agentes de cuidado, a busca pela autonomia e o prazer em desenvolver habilidades e expressão pela arte. Conclusão: as trajetórias narradas foram atravessadas por rupturas e perdas de projetos de vida, incluindo a educação. As motivações para o retorno à escolarização apareceram como busca pela autonomia. A Educação de Jovens e Adultos surgiu como espaço de experimentação, de novas escolhas e de construção de vínculos afetivos e sociais.</p><p>Descritores: Educação. Saúde Mental. Autonomia. Aprendizagem. Serviços de Saúde Mental</p>
A prática da horticultura para benefício terapêutico é utilizada nas abordagens clínicas, que demonstram a melhoria da qualidade de vida e a redução dos índices de estresse biológico, como uma modalidade de Reabilitação Baseada na Comunidade (RBC). Este documento avalia a implementação de um projeto de economia solidária no contexto de um grupo de reabilitação para pessoas com dependência química. Trata-se de um estudo de avaliação qualitativa da implementação de tecnologias sociais (quintais produtivos), baseado no método da inserção ecológica, em um grupo de reabilitação e prevenção terciária a dependência química de um Centro de Atenção Psicossocial no Brasil. Os participantes foram quinze pessoas, das quais doze eram do sexo masculino e três do sexo feminino, com idades entre 30 e 60 anos. Foi realizada análise documental dos prontuários do serviço, diário de campo, fotografias e filmagens das oficinas, reuniões, visitas domiciliares, visitas técnicas e dos mutirões. Os dados foram analisados seguindo os critérios da Avaliação Multicultural: Dimensionamento Dinâmico Individual e Contextual. Os resultados indicaram que a implementação dos quintais produtivos fortaleceu os vínculos familiares e institucionais, por meio da rede de apoio construída em torno do projeto. Conclui-se que os quintais produtivos são eficientes para a geração de renda, segurança alimentar e nutricional e ações de ressocialização como uma estratégia terapéutica complementar de RBC.
The COVID-19 pandemic has impacted public and private health systems around the world, impairing good practices in women’s health care. However, little is known about the experiences, knowledge, and feelings of Brazilian women in this period. The objective was to analyze the experiences of women, seen at maternity hospitals accredited by the Brazilian Unified Health System (SUS, acronym in Portuguese), regarding health care during pregnancy, childbirth, and postpartum periods, their interpersonal relationships, and perceptions and feelings about the pandemic. This was a qualitative, exploratory research, carried out in three Brazilian municipalities with women hospitalized in 2020, during pregnancy, childbirth, or postpartum period, with COVID-19 or not. For data collection, semi-structured individual interviews (in person, by telephone, or by digital platform) were conducted, recorded and transcribed. The content analysis of thematic modalities was displayed as per the following axes: i) Knowledge about the disease; ii) Search for health care in prenatal, childbirth, and postpartum periods; iii) Experience of suffering from COVID-19; iv) Income and work; and v) Family dynamics and social support network. A total of 46 women were interviewed in São Luís-MA, Pelotas-RS, and Niterói-RJ. Use of media was important to convey information and fight fake news. The pandemic negatively impacted access to health care in the prenatal, childbirth, and postpartum periods, contributing to worsening of the population’s social and economic vulnerabilities. Women experienced diverse manifestations of the disease, and psychic disorders were very frequent. Social isolation during the pandemic disrupted the support network of these women, who found social support strategies in communication technologies. Women-centered care–including qualified listening and mental health support–can reduce the severity of COVID-19 cases in pregnant, parturient, and postpartum women. Sustainable employment and income maintenance policies are essential to mitigate social vulnerabilities and reduce risks for these women.
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