This article presents the configuration of the social network of women living in domestic violence situations in a city in the metropolitan region of São Paulo, Brazil. Interviews were conducted with 9 women and 8 professionals, in addition to observation in three institutions which constitute the network for protection of women. The analysis was underpinned by the theoretical assumptions of social networks. Results show that violence inflicted upon women by their partners make them unable to establish and maintain social bonds, and thus face isolation and ostracism. Professionals and institutions can play a vital role for getting women out of the cycle of violence provided that care networks and services are well organized. Further studies of social networks, focusing on the nature of the links and exchanges among actors may contribute to acquiring knowledge about the relationship dynamics in situation of violence.
ResumoEste artigo discute o atendimento a mulheres em situações de violência por serviços de saúde e de segurança pública. Tem como pressuposto que as atuais políticas de enfrentamento da violência contra as mulheres preveem ações dessas duas instituições. Baseia-se na análise de três elementos que compõem a prática: o espaço físico, o fluxo dos serviços e a percepção dos profissionais em relação às usuárias. Seus dados foram obtidos em estudo qualitativo realizado em unidades básicas de saúde, serviços de emergência de hospitais públicos, delegacias especializadas no atendimento a mulheres e distritos policiais de uma região da cidade de São Paulo. A coleta de dados incluiu observação não participante e entrevistas com profissionais. Os resultados apontam que o atendimento às mulheres que sofrem violência é marcado por ambiguidades e contradições; os espaços e fluxos de trabalho são pouco adequados à tarefa tão sensível e a percepção dos profissionais é permeada por estereótipos de gênero. Isso sugere que o enfrentamento da violên-cia contra as mulheres exige a reconfiguração das práticas de trabalho, com educação permanente para os profissionais e mudanças nos processos de trabalho. Palavras-chave: Violência Institucional; Violência contra as Mulheres;
Este artigo tem como objetivo identificar os contextos de vulnerabilidade para o HIV entre mulheres brasileiras. Entre novembro de 2003 a dezembro de 2004 foi realizado um estudo de corte transversal em 13 municípios distribuídos nas cinco regiões do país, incluindo, respectivamente, 1.777 mulheres com diagnóstico positivo para HIV e 2.045 mulheres usuárias de serviços públicos de atenção à saúde da mulher sem diagnóstico conhecido de soropositividade para o HIV. A comparação entre os dois grupos mostrou que as mulheres com diagnóstico de HIV/AIDS não apresentaram um número de parceiros significativamente diferente com relação às mulheres sem diagnóstico de HIV/AIDS. No entanto, as mulheres vivendo com HIV/AIDS apresentaram início da vida sexual mais precoce, menor aderência ao uso de preservativos, e uma maior proporção dessas mulheres relatou uso de drogas, ocorrência de DST e de violência sexual na vida. Tais resultados sugerem a importância de pensar em estratégias de prevenção voltadas para o fortalecimento das mulheres e não apenas focadas em seus comportamentos individuais.
The rise in teenage pregnancy and young people's vulnerability to HIV have been a serious problem. This paper is intended to confront this statement based on its structural concepts (adolescence, youth, teenage pregnancy, and vulnerability)
IntroduçãoAdolescente e jovem são categorias constituídas por meninos e meninas que trazem experiên-cias, práticas sociais e estilos de vida distintos, em função das atribuições de gênero, suas complexas articulações com classe social e raça/etnia e as marcas que estas pertenças imprimem à subjetividade de cada um.Assim, pensar a gravidez na adolescência ou a vulnerabilidade dos jovens ao HIV exige a reflexão sobre os diversos sentidos que o exercício da sexualidade adquire para cada uma dessas pessoas que, talvez, só tenham em comum o fato de terem nascido num mesmo período de tempo.No contexto de homogeneização de comportamentos e estilos de vida que caracteriza a sociedade contemporânea, ser "jovem" significa mais do que uma delimitação etária: ser jovem é ser novo e inovador, projetado para o futuro; juventude é beleza, leveza, humor, responsabilidade, coragem, ousadia e... sexo.No entanto, nem todos os jovens se expõem igualmente a essa concepção de juventude, pois as informações se difundem de modo distinto pelas camadas sociais e são elaboradas contextualmente, fazendo com que a idéia de juventude, do que é adequado ou não a esse perío-do, ou mesmo a sua duração, seja vivenciada de maneira particular nos diversos grupos.
This article analyzes treatment for female victims of sexual violence, with a focus on partner-Como resposta, em 1985 começam a ser criadas as primeiras delegacias de Atendimento Especializado à Mulher (DEAM), no âmbito da Segurança Pública, buscando criar uma instância específica para acolher as denúncias de violência por parte das mulheres.No setor saúde, embora a diretriz de assistência integral às mulheres exija que seja contemplada a interface entre violência de gênero e saúde, a resposta é mais tardia, e são necessários nove anos desde a criação do primeiro serviço de atendimento às vítimas de violência sexual para que o Estado estabeleça as normas para implantação e funcionamento deste tipo de serviço.Em 1999
A incorporação de novos temas e saberes nos estudos em saúde coletiva: o caso do uso da categoria gêneroThe incorporation of new themes and knowledge at public health studies: the gender category case
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.