A afetividade do trabalhador e seu intelecto caminham juntos, portanto, é pertinente levar-se em consideração a importância dos afetos para a atividade laboral. Nessa perspectiva, este artigo objetiva investigar como uma professora estagiária é afetada em sua prática docente, identificando, assim, os fatores que interferem/agem nessa afetação, além de perceber de que maneira essa professora é afetada em sua formação, ao confrontar-se consigo mesma. Para tanto, recorremos aos pressupostos teóricos da Ergonomia da Atividade; da Clínica da Atividade; da Teoria dos Afetos de Spinoza; e da Filosofia da Linguagem de Bakhtin e o Círculo. Esta investigação é um recorte de uma pesquisa sobre atividade docente e formação de professores realizada em uma universidade pública, entre 2011 e 2013, com duas professoras de francês em formação, contudo, o presente artigo traz apenas situações de sala de aula e de autoconfrontação simples (ACS) com uma das participantes. Partindo de diálogos de ACS, analisamos enunciados que indicam afetação da professora em sua atividade e em sua formação. Em nossas análises, percebemos que a docente sofre uma diminuição de seu poder de agir, tendo sua atividade amputada em decorrência de um trabalho com uma turma que apresenta alguns desafios, ao mesmo tempo em que observamos um aumento de seu poder de agir como aluna, já que ela se vê capaz de mudar situações na sala de aula em que se encontra como discente, e, a partir daí, há a descoberta de uma nova forma de ser professora após confrontar-se consigo mesma.
A atividade docente é uma prática social atravessada por diversas vozes, que, por não serem equipolentes, podem aprisionar o docente em práticas formais de ensino e questionar sua capacidade profissional. Para mostrar como essas híbridas vozes perpassam o discurso docente, este artigo busca analisar a atividade linguageira (discurso) de dois professores em situação de autoconfrontação e, assim, apresentar como marcas linguístico-discursivas de heterodiscurso materializam-se em seus enunciados. O corpus compreende dois excertos de pesquisas em cujas situações o discurso do professor é carregado de vozes hegemônicas que apontam como deve ser realizado o trabalho docente. Assim, essas vozes aparecem nos enunciados do professor e são materializadas em uma práxis de ensino que, no entanto, nem sempre atende às expectativas dos alunos.
O presente artigo analisa o discurso de duas professoras estagiárias de francês como língua estrangeira, do Núcleo de Línguas Estrangeiras da Universidade Estadual do Ceará (NLE – UECE), sujeitos da pesquisa de Farias (2011) que participaram de um processo dialógico e reflexivo de análise da atividade docente, denominado autoconfrontação. Com isso, visamos analisar marcas linguístico-discursivas, para observar se houve a instauração de diversos espaços-tempos ou cronotopos no discurso das protagonistas, durante o processo da autoconfrontação. Empregamos as teorias desenvolvidas por Bakhtin e o Círculo sobre o dialogismo e sobre o cronotopo (BAKHTIN, 2013; 2014), os estudos de Vieira e Faïta (2003), Clot et al. (2000), Amorim (2012) e Machado (1995; 1998). Em nossos resultados, evidenciamos, a partir das análises realizadas, as diversas formas de manifestação linguístico-discursiva do cronotopo no discurso das participantes da pesquisa, como o emprego de formas verbais e adverbiais para marcar o tempo e o espaço das cenas da enunciação analisadas pelos docentes.
O presente artigo analisa o discurso de dois professores estagiários de Francês como língua estrangeira (FLE), que participaram de um processo dialógico de (co)análise da atividade, denominado autoconfrontação. Objetivamos investigar o uso de instrumentos mediadores na atividade destes sujeitos. Empregamos a teoria sócio-histórico-cultural, de Vigotski, a teoria da gênese instrumental, os estudos da Clínica da Atividade e da Ergonomia da Atividade e os aportes da filosofia bakhtiniana da linguagem. Em nossos resultados, evidenciamos, a partir de marcas linguístico-discursivas dos estagiários, o uso de instrumentos empregados com o fito de mediar e auxiliar na realização de prescrições que abrangem aspectos civilizacionais no ensino de FLE.PALAVRAS-CHAVE: Instrumentos; Atividade mediada; Professor iniciante; Análise da atividade; Autoconfrontação. This article analizes the discourse of two French foreign language trainees (FLE), who participated in a dialogical process of (co)analysis of the activity, called self-confrontation. We aim to investigate the use of mediating instruments in the activity of these subjects. We used the socio-historical-cultural theory of Vygotsky, the theory of instrumental genesis, the studies of the Clinic of Activity and Ergonomics of Activity and the contributions of Bakhtin’s language. In our results, we show the use of instruments used for the purpose of mediating and assisting in the accomplishement of prescriptions that cover civilizational aspects in the teaching of FLE. KEYWORDS: Instruments; Mediated activity; Beginning teacher; Activity analysis; Self-Confrontation.
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