O ano de 2020 trouxe consigo uma transformação na realidade mundial. A chegada de uma pandemia modificou a maneira de viver de todas as pessoas. Na área da educação, a maioria dos profissionais, sem uma preparação ou formação prévia, precisou se reinventar, fazendo uso das mais diversas tecnologias para seguir trabalhando. O cenário pandêmico na educação evidenciou lacunas na formação tecnológica de grande parte dos professores, o que nos motivou a refletir sobre a situação daqueles que se encontram neste momento em formação inicial docente. Com o propósito de conhecer as dificuldades enfrentadas pelos professores em formação inicial com o ensino remoto e propor sugestões ancoradas na literatura existente para mitigar/superar alguns dos desafios apresentados, contamos com um corpus composto por 20 relatos de experiência com o ensino remoto emergencial, escritos por alunos das disciplinas de Estágio Supervisionado em Língua Inglesa da Universidade Estadual do Ceará (UECE). A presente pesquisa busca, por meio da análise dos relatos destes sujeitos, investigar como os alunos estagiários têm vivenciado o ensino remoto, quais desafios têm sido enfrentados, bem como propor sugestões, a partir de publicações existentes, de práticas que podem auxiliar a superar/mitigar tais desafios.
A afetividade do trabalhador e seu intelecto caminham juntos, portanto, é pertinente levar-se em consideração a importância dos afetos para a atividade laboral. Nessa perspectiva, este artigo objetiva investigar como uma professora estagiária é afetada em sua prática docente, identificando, assim, os fatores que interferem/agem nessa afetação, além de perceber de que maneira essa professora é afetada em sua formação, ao confrontar-se consigo mesma. Para tanto, recorremos aos pressupostos teóricos da Ergonomia da Atividade; da Clínica da Atividade; da Teoria dos Afetos de Spinoza; e da Filosofia da Linguagem de Bakhtin e o Círculo. Esta investigação é um recorte de uma pesquisa sobre atividade docente e formação de professores realizada em uma universidade pública, entre 2011 e 2013, com duas professoras de francês em formação, contudo, o presente artigo traz apenas situações de sala de aula e de autoconfrontação simples (ACS) com uma das participantes. Partindo de diálogos de ACS, analisamos enunciados que indicam afetação da professora em sua atividade e em sua formação. Em nossas análises, percebemos que a docente sofre uma diminuição de seu poder de agir, tendo sua atividade amputada em decorrência de um trabalho com uma turma que apresenta alguns desafios, ao mesmo tempo em que observamos um aumento de seu poder de agir como aluna, já que ela se vê capaz de mudar situações na sala de aula em que se encontra como discente, e, a partir daí, há a descoberta de uma nova forma de ser professora após confrontar-se consigo mesma.
Este estudo é parte de uma pesquisa em curso e expõe uma discussão acerca do papel dos afetos na atividade de um professor de português numa escola de ensino médio, onde também atua como professor diretor de turma. A partir de estudos de Clot, baseando-se nas teorias de Spinoza e de Vigotski, refletimos sobre a questão dos afetos na atividade e também evocamos alguns conceitos da filosofia bakhtiniana da linguagem. O objetivo é analisar como os afetos se manifestam pela atividade linguageira desse professor em uma situação de autoconfrontação. Foi possível perceber o quanto os afetos atravessam a atividade desse professor que, por sua vez, está muito relacionada à atividade dos alunos, evocando, assim, um posicionamento efetivamente alteritário por parte do docente e uma espécie de “ciclo de afetação” ou aquilo que Clot nomeia de “coafetação”.
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