A proposta de implementação da Prática como Componente Curricular (PCC) nos cursos de formação de professores, prestes a completar dezessete (17) anos, ainda se constitui por entendimentos multifacetados, aspecto que tem repercutido em uma pluralidade de formatos para sua materialização nas matrizes curriculares. Diante desse cenário, nossa investigação buscou compreender os sentidos atribuídos pelos professores, formadores de professores de Química, sobre a PCC e identificar suas possíveis configurações em distintos cursos de Licenciatura. O material empírico contempla as respostas de vinte e um (21) professores, vinculados a nove (9) Instituições Públicas de Ensino Superior, a um questionário divulgado de forma on line, composto por nove (9) questões. Neste texto apresentamos a análise de três (3) questões, que tratam especificamente da PCC, a análise foi organizada em três (3) dimensões. A primeira estruturada a partir dos princípios teórico-metodológicos da Análise Textual Discursiva (ATD), desenvolvida por Moraes e Galiazzi (2016). A segunda e a terceira se orientaram por uma proposta de cunho qualitativo descritivo, tendo como base a investigação desenvolvida por Kasseboehmer e Farias (2012). Por meio do processo de compreensão das respostas ao questionário, podemos inferir que a PCC é percebida como espaço que permite a aproximação entre teoria e prática e valorização dos saberes de interface, ou seja, aqueles relacionados a aspectos específicos da aprendizagem, como os correlatos ao Ensino de Química. Suas possibilidades de implementação, em ampla maioria, remetem a alocação da carga de PCC em componentes curriculares que trabalham saberes de interface. Os princípios que orientam as estratégias didáticas nesses componentes se vinculam, majoritariamente, ao desenvolvimento de ações direcionadas ao microensino, relação teoria e prática, articulação a realidade escolar e análise e produção de materiais didáticos.
RESUMO: A determinação da inserção de 400h de Prática como Componente Curricular (PCC) nos cursos de formação de professores tem mobilizado espaços de discussão acerca da dimensão prática na constituição docente. Diante desse contexto, em nossa investigação tencionamos compreender a potencialidade da PCC no processo constitutivo do professor de Química. Para tanto desenvolvemos um estudo de caso em componentes curriculares com esta atribuição, constituindo informações por meio de materiais avaliativos produzidos pelos licenciandos, sendo as mesmas analisadas via pressupostos da Análise Textual Discursiva. Como compreensões emergentes destacamos: a relevância de compreender as percepções dos licenciandos acerca do que é ser professor como estratégia para complexificação de entendimentos superficiais e limitantes sobre a docência e dos processos atinentes ao ensinar e aprender.
No contexto pandêmico a Divulgação Científica (DC) delineia-se como uma aliada da população, especialmente quando busca informações sobre o processo de vacinação. Diante desse cenário, percebe-se que a mesma possui um papel importante na sociedade, e nesse caso é válido destacar que de acordo com pesquisas recentes, os brasileiros pouco se interessam/envolvem com as políticas públicas voltadas para a Ciência e acreditam que aprender Ciências é muito complexo/difícil. Nesse sentido, o presente artigo tem como objetivo analisar como a reformulação proposta para a Educação Básica, através da implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aborda a temática da DC no âmbito do Ensino de Ciências. Para tanto, desenvolvemos uma investigação qualitativa com estudo documental, tendo como material empírico primário o documento da BNCC, da área de Ensino de Ciências. Por meio da análise percebemos que a DC assume zonas de discussão, mesmo que de maneira frágil, em diferentes momentos do documento, aspectos que demandarão repensarmos as dimensões inerentes ao contexto do Ensino, Fundamental, Médio e nos cursos de Formação de Professores.
Objetivamos por meio deste trabalho compreender como professores/as em formação concebem o conceito de pensamento crítico. Para tanto, foram analisadas escritas produzidas em um componente curricular com carga horária integralmente destinada a Prática como Componente Curricular. As mesmas constituem o primeiro movimento de escrita d@s licenciand@s no Portfólio, instrumento de avaliação do componente anteriormente citado. Foram elaboradas dezenove escritas e analisadas partindo dos pressupostos da Análise Textual Discursiva. Diante da análise dos textos emergiu a categoria final intitulada "O perfil do pensador crítico: potência no processo de desvelamento da realidade", na qual é atribuído ao pensador crítico a capacidade de problematizar o contexto em que se insere por meio de olhar crítico e atento. Observando com racionalidade, buscando constantemente por conhecimento e desconstruindo verdades estáticas. PALAVRAS-CHAVE: Prática como Componente Curricular. Pensamento crítico. Formação de professores.
Este texto retrata um relato de experiência didática constituído por um movimento de análise da estratégia de debate como uma possibilidade metodológica para a discussão de textos na formação inicial de professores de Química. O lócus desta atividade se centra em um componente curricular com carga horária integral de Prática como Componente Curricular, denominado de Experimentação no Ensino de Química I. De natureza qualitativa este exercício de compreensão e análise tencionou compreender os limites e potencialidades da estratégia supracitada como uma válida opção na problematização de conceitos concernentes a experimentação em sua ênfase pedagógica. Como material empírico foram selecionados os relatos avaliativos dos dezesseis licenciandos que participaram das atividades. Os mesmos foram analisados via Análise Textual Discursiva, a partir de categorias emergentes. Por meio do processo de análise foi possível compreender a potencialidade desta estratégia no movimento de perceber as incompreensões teóricas, avaliar de forma crítica os limites e potencialidades de cada nuance metodológica da experimentação e problematizar os saberes inerentes a ação docente.
A pandemia da COVID-19 provocou mudanças na sociedade e consequentemente no campo educacional. Diante disto - nós - quatro professores/as coordenadores/as dos projetos do Programa Residência Pedagógica (PRP) e do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) do Curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), assumimos o desafio de implementar tais projetos neste período atípico. Para tanto, organizamos coletivamente o “I Ciclo Formativo do PRP e do PIBID de Química da UFGD” e neste texto buscamos compreender as experiências vivenciadas por estes/as professores/as coordenadores/as de ambos projetos. Neste contexto, elaboramos narrativas ancoradas em nossas percepções, compreensões e problematizações relacionadas ao Ciclo. A pesquisa assumiu uma natureza qualitativa, com inspiração na pesquisa narrativa. Nesse ínterim, entretecemos um texto que articulou as quatro paisagens narrativas dos/as professores/as coordenadores/as, aqui chamados de Borboletas. Observamos que tivemos momentos de encanto e desencanto no itinerário que constituiu o Ciclo Formativo do PRP e do PIBID. As dificuldades de acesso à internet, as limitações tecnológicas entre outras nuances influenciaram na participação, na interação e na qualidade das mesmas. Também enfatizamos a potência da escrita narrativa para as ações realizadas no Ciclo acerca das nossas percepções das experiências vivenciadas, por último, conjecturamos que o nosso privilégio insetal é ser coletivo.
O trabalho apresenta os resultados de uma investigação realizada com os bolsistas e orientadores do Programa Residência Pedagógica (PRP) e do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) do curso de licenciatura em química da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), por meio de atividades experimentais remotas nos formatos síncrono e assíncrono. Trata-se de uma pesquisa com cunho qualitativo realizada durante os anos de 2020 e 2021, em que os participantes tiveram, em conjunto, formações que subsidiaram o planejamento, execução e avaliação de atividades síncronas e assíncronas em meio a pandemia. Os sujeitos participantes da pesquisa, bolsistas e docentes, participaram com a realização de atividades síncronas e assíncronas e disponibilizaram suas compreensões por meio de um relato de experiência. O estudo da compreensão dos participantes foi possibilitado pela análise de conteúdo de Laurence Bardin. Os resultados da pesquisa apontam para dificuldades que se situam no âmbito das habilidades de execução das atividades, escolha do material, do conteúdo a ser ministrado, do nervosismo pela falta de conhecimento, das condições financeiras para adquirir materiais tecnológicos para a realização da atividade. Tais evidências indicam para a equipe novos aprendizados proporcionados pelo distanciamento social e o uso de tecnologias da informação e comunicação como meio de potencializar o processo de ensino e aprendizagem em atividades experimentais em meio a pandemia.
O cenário educacional brasileiro está imerso em um projeto de reformulação, constituído por distintas etapas que convergem na intencionalidade da centralização curricular. Nesse sentido a Educação Básica e a Formação de Professores vem sendo impactadas por tais movimentos e documentos normativos. Por meio do estudo, retratado nesse artigo, tencionamos compreender as condições de possibilidade de operacionalização das Resoluções CES/CNE 07/2018 e CNE/CP 02/2019 no currículo do curso de Licenciatura em Química da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). A natureza assumida nesse exercício compreensivo se ancora nos princípios da pesquisa de natureza qualitativa, com uma análise de cunho documental. Como material empírico foram selecionados os seguintes documentos: Resolução (CES/CNE 07/2018); Resolução (CNE/CP 02/2019) e a Resolução (BS/UFGD 266/2019). Para além da identificação de possibilidades de operacionalização das diretrizes foi possível compreender as zonas entendidas como limitantes, destas destacam-se: a prescrição efetiva e explícita de conteúdos a serem incorporados no currículo; a limitação do currículo à pedagogia por competências; a prescrição da abordagem de conceitos atrelados a Base Nacional Comum Curricular (BNCC); a omissão de conceitos extremamente relevantes, tais como gênero; um retrocesso no que concerne ao conceito de prática/crítica na dimensão docente; enfraquecimento do princípio da indissociabilidade entre teoria e prática; desarticulação entre a formação inicial e a continuada de professores; determinação da realocação de alguns conteúdos importantes para o segundo ano do currículo.
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