O objetivo deste texto consiste em apresentar os resultados parciais de nossa investigação sobre o Movimento de Reorientação Curricular proposto pelo educador Paulo Freire enquanto esteve à frente da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, durante a gestão da prefeita Luiza Erundina, do Partido dos Trabalhadores, de 1989 a 1992. Nesse sentido, apresentamos os indícios e as evidências identificados por nossa análise como capazes de auxiliar na propositura de políticas públicas de currículo. Mais detidamente, estudamos esses elementos sob a perspectiva enunciada por pesquisadores do campo – como Barreto (1995), Moreira (2000) e Saul e Silva (2011) –, isto é, como um movimento de ruptura paradigmática com as políticas oficiais de currículo anteriores, tanto em São Paulo como em todo território nacional. Tratamos, portanto, do movimento em análise como uma inversão do vetor de construção de políticas curriculares que pretende, partindo das realidades locais das escolas, elaborar não somente práticas, mas igualmente subsídios teóricos de reflexão sobre as práticas efetivadas. Além de destacar a atualidade de tais práticas e políticas, gestadas no âmbito dos princípios da pedagogia crítica, consideramos a relevância de utilizá-las como subsídios para analisar e criticar as atuais políticas curriculares.
RESUMO: Neste artigo são caracterizadas e discutidas questões que estão no centro das preocupações e ações do professor de matemáti-ca como concepções de conhecimento matemático, de ensino e aprendizagem, a relação entre conteúdo e metodologia de ensino, entre trabalho individual e coletivo etc. Essas questões têm marcado as atividades de formar professores e de ensinar matemática, assumindo um caráter de dualidades irreconciliáveis ou de paradoxos aparentes com implicações sobre o ensino e a aprendizagem. Considera-se reducionismo indesejável atribuir importância a um dos pólos, desqualificando o outro, ou adotar uma posição multipolar sem que se explicite e compreenda o problema epistemológico subjacente a possíveis antagonismos. Por em questão alguns dos mitos enraizados no nosso ideário de professores pode significar um exercício de reflexão que nos esclareça sobre dificuldades instauradas no ensino de matemática e indique meios para saná-las.Palavras-chave: Ensino de matemática. Ideário do professor. Paradoxos aparentes. SCHOOL MATHEMATICS, THE STUDENT AND THE TEACHER: APPARENT PARADOXES AND POLARIZATION IN DISCUSSIONABSTRACT: This article characterizes and discusses issues which are vital concerns and actions for a mathematics teacher, such as conceptions of mathematical knowledge, teaching and learning, the relation between content and teaching methodology, the relation between individual and group work, and others. These issues have been central in teacher training and mathematics teaching activities, * Pós-doutor em Educação e professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade de São Paulo (USP).
resUmo: Este artigo tem como objetivo discutir significados de cultura e a sua obrigatória presença para se pensarem as questões relacionadas a algumas ideias, tais como, poder, resistência e política, que não nascem nas teorias de currículo, mas que foram por elas apropriadas. Destaca-se a importância da cultura para discutirem-se as questões da contemporaneidade, a partir da premissa de que a cultura é formada por um conjunto de sistemas de significados que dão sentido às ações humanas, sejam elas as nossas ou as demais, possibilitando o entendimento de que qualquer ação social é cultural e que, por isso, as práticas sociais que expressam, comunicam e produzem significados são práticas de significação, discursivas. Para isso, recorre-se às ideias de autores que investigam a temática do currículo para justificar a relevância da cultura nas discussões que tangenciam a educação, a escola, as disciplinas escolares e as relações de poder, resistência e política. Palavras-chaves: Práticas de significação. Cultura. Currículo. Poder.*Doutor em educação pela Universidade de são
Resumo: Os Planos Nacionais de Educação (PNE) produzidos após a Constituição de 1988 têm sido importantes como política de Estado para a educação. Mesmo ocorrendo disputas de interesse, espaço e recursos na sua elaboração, tramitação e execução, os dois últimos PNE avançam, contemplando algumas demandas históricas dos educadores e da sociedade brasileira. Entretanto, a exemplo do que já está ocorrendo, as próprias metas e as estratégias adotadas, as restrições financeiras e até mesmo a extinção impostas recentemente (em 2015) a políticas públicas educacionais pertinentes e inovadoras implementadas na última década demonstram que se trava ferrenho embate entre forças políticas e projetos distintos para a educação pública do País. No texto focaliza-se a meta 7 do PNE, por ser aquela cujas estratégias parecem ser as que mais atingem as esferas do ensino, da aprendizagem e da formação docente, institucionalizando práticas desenvolvidas informalmente nas escolas e afetando seriamente a condição docente. Palavras-chave:
Editores convidadosDe modo paralelo à realização de um número crescente de estudos e pesquisas sobre "Currículos" na área de Educação, têm sido desenvolvidos também estudos similares sobre
Resumo A formação inicial do professor de matemática tem sido objeto de discussão nas esferas governamentais e nas Sociedades Brasileiras de Educação Matemática e de Matemática. Por consequência disso, percebe-se avanços em alguns pontos críticos, dentre os quais destaca-se – o excesso de matemática acadêmica desarticulada da matemática escolar; e – a aproximação das tendências teórico-metodológicas da educação matemática com a organização curricular dos cursos de licenciatura em matemática. Todavia, ainda estão ausentes as conversas envolvendo as distintas e variadas dimensões que interferem no processo de ensino e aprendizagem da matemática escolar; e as diferentes teorias do currículo. Em virtude disso, a neutralidade do conhecimento matemático e a excessiva preocupação com a dimensão normativa do currículo continuam sendo protagonistas na formação inicial do professor de matemática. Neste sentido, o presente artigo teve como objetivo investigar aspectos relacionados à percepção e entendimento de professores da disciplina de matemática na educação básica, acerca das disciplinas escolares, da escola, da educação escolar e do ser professor de matemática. Metodologicamente, incluiu-se numa abordagem quali-quantitativa de pesquisa, na qual, para alcançar os objetivos do projeto, realizou-se junto aos professores de matemática da rede pública do estado de São Paulo uma pesquisa de campo, por meio de questionário disponibilizado no “ google docs ”. Teoricamente, fundamentou-se em estudos sobre teorias do currículo. Mostrou-se tangível que os professores colaboradores ainda estão muito presos à dimensão normativa do currículo, priorizando sempre o que ensinar, como ensinar e como avaliar, sem se preocuparem com outras dimensões (cultural, social, política) que interferem na organização curricular da matemática escolar.
O presente estudo investiga o processo de construção de saberes dos estudantes de Pedagogia em relação à natureza do conhecimento matemático e a ser professor de Matemática nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Trata-se de pesquisa de natureza qualitativa, de cunho analítico-descritivo e longitudinal, que foi realizada no período 2007-2010, com alunos do curso de Pedagogia da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNESP, Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, em Presidente Prudente, região oeste do interior do Estado de São Paulo. O desenvolvimento da pesquisa envolveu a utilização de questionário de apoio para a seleção dos sujeitos do curso de Pedagogia e aplicação de entrevistas semi-estruturadas ao final dos anos de 2007, 2008, 2009 e 2010. Os resultados foram analisados a partir de quadro de referência sobre a natureza do conhecimento matemático e os saberes docentes e mostram as alterações de visões dos sujeitos durante a formação inicial. Os sujeitos, a partir da reflexão sobre suas experiências vivenciadas como alunos na educação básica, em cada ano em que são entrevistados, ressignificam seus saberes por meio da influência das diferentes disciplinas estudadas no curso. Os sujeitos entrevistados demonstram uma aproximação da visão do conhecimento matemático como construção humana, preocupação predominante com a relação professor-aluno no processo de aprendizagem e se sentem capazes de sugerir metodologias de ensino. Ao final do curso, eles afirmam que mesmo não tendo domínio completo de alguns conceitos matemáticos, a relação que eles mantém com o conhecimento matemático melhorou e se dizem mais seguros e preparados para trabalhar com a Matemática. Palavras-chave: Natureza do conhecimento matemático; Saberes; Professores dos anos iniciais; Conceitos matemáticos.
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