RESUMO: Este artigo traz considerações sobre um obstáculo identificado no trabalho clínico com pacientes internados em hospital geral: o manejo protocolar da transferência, que torna a escuta ruidosa e inviabiliza o manejo de conteúdos inconscientes. Delineamos o trabalho no hospital e seu cotidiano, definindo o campo psicanalítico de atuação. Norteados por uma vinheta clínica, discutimos dificuldades próprias do cotidiano hospitalar que imporiam impasses na prática. Concluímos que a escuta psicanalítica independe do contexto, estando atrelada à disposição e formação do praticante. É necessária, portanto, interrogação constante da prática - na supervisão e análise pessoal - para suspender pressuposições pessoais acerca do caso.
O presente artigo visa desenvolver o conceito de supervisão a partir do sonho da "Injeção de Irma", ao ressaltar a frase descrita no sonho: "chamo imediatamente o Dr. M". Reconhece-se nesta a busca de Freud por um saber sobre a condução do caso clínico. Busca-se, assim, ao longo do artigo, desdobrar diferentes perspectivas sobre a supervisão a partir da análise desse sonho. Indica-se, fundamentalmente, o modo como ele expressa o deslocamento de Freud de um apelo ao mestre e à ciência para a pergunta pelo desejo. Movimento este análogo ao que se espera em um percurso de supervisão clínica no contexto da formação de analistas.
Este trabalho propõe um levantamento bibliográfico descritivo sobre a produção teórica dos residentes de psicologia do hospital universitário da UFPR, desde seus trabalhos de conclusão de residência. Notou-se que falta, na literatura, um levantamento e avaliação sobre o conteúdo dessas pesquisas. Portanto, analisou-se 48 artigos produzidos nos últimos 10 anos, a partir das categorias: tema, metodologia, publicação e programa. Encontrou-se que tais produções são, na maioria, caracterizadas por temáticas clínicas psicanalíticas; utilizam como metodologia a revisão de literatura (incluindo ou não relatos de experiência ou fragmentos clínicos); e possuem uma baixa porcentagem de publicação. Ainda, em seus artigos, os residentes correlacionam a proposta do programa que estão inseridos, com o observado nos cenários de prática e a linha teórica da psicologia que os orienta. Conclui-se que os resultados deste trabalho podem orientar os preceptores e os residentes de psicologia que acabaram de iniciar sua trajetória na residência, e servir como modelo de metodologia de pesquisa que poderá ser seguido em outras residências. Ademais, as pesquisas de residentes, os quais se dedicam exclusivamente a sua formação, refletem a prática do psicólogo no hospital e, por isso, podem trazer múltiplas possibilidades para se analisar a formação do psicólogo da saúde no Brasil.
Os Cuidados Paliativos são uma abordagem que promove a qualidade de vida de pacientes que enfrentam doenças ameaçadoras da vida, por meio da prevenção e alívio de sintomas. Ao longo de nossa experiência nesse setor, inseridos em um Programa de Residência Multiprofissional em Psicologia de um hospital universitário, os impasses e desafios encontrados engendraram questionamentos importantes acerca do fazer psicanalítico na instituição hospitalar, marcada historicamente pela hegemonia do discurso médico.
O trabalho consiste em um relato de experiência sobre a agressividade, fundamentado pelo referencial da obra de Freud e do ensino de Lacan no início da década de 1950, descrito através de um caso clínico, observado em um hospital público situado no estado do Paraná, no qual o familiar de um paciente internado no setor de cuidados paliativos apresentou manifestações agressivas ao se deparar com a morte de seu irmão. No estudo, percorreu-se o caminho no sentido de fundamentar a origem da agressividade, suas manifestações e seus possíveis manejos. Propomos que a agressividade emerge correlata ao eu, comportando uma dimensão recíproca especular imaginária, orientando que a intervenção ocorra pela via simbólica, a partir do esquema L, estabelecido por Lacan em 1954, da dialética intersubjetiva, possibilitando ao sujeito receber a sua própria mensagem de forma invertida.
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