RESUMO A promoção da saúde é uma estratégia de cuidado da Atenção Primária à Saúde (APS) que deve entender a saúde como dinâmica sócio-histórica atravessada por determinantes sociais. Além disso, a APS tem o intuito de promover a qualidade de vida, reduzindo vulnerabilidades e riscos à saúde relacionados com os seus determinantes e condicionantes. Nos territórios em saúde, existem grupos que necessitam de busca ativa e atenção integral dos serviços de saúde devido à sua condição de vulnerabilidade. Este relato de experiência apresenta o uso do Círculo de Cultura, proposto por Paulo Freire, como ferramenta para a aproximação entre profissionais de saúde e um agrupamento de famílias em situação de vulnerabilidade no contexto do território de uma unidade de saúde periférica situada em uma capital na região Sul. A estratégia promoveu o fortalecimento do vínculo entre trabalhadores e usuários, ampliando o empoderamento, o acesso à saúde e à dignidade, concomitantemente ao envolvimento dos profissionais da equipe com a Educação Popular em Saúde.
Telepharmacy is a fundamental tool to ensure glycemic control in patients who don’t access health services. The objective of this protocol is to report the procedures of a randomized clinical trial that will evaluate the impact and economic evaluation of a pharmaceutical teleconsultation service for patients using dapagliflozin, recently incorporated by the Brazilian public health system for the treatment of type 2 diabetes (T2D). Patients aged 65 years or older, with T2D, and who withdraw dapagliflozin in a public pharmacy located in southern Brazil will be recruited. They will be electronically randomized with allocation for intervention or control group. The intervention will be conducted out through three teleconsultations, one per month, with a pharmacist. The main outcomes will be glycemic control (hemoglobin A1c) and treatment adherence. Secondary outcomes will include lipid profile, blood pressure, and body mass index, number of hospital admissions, number of emergency room visits, number of medical consultations performed, number of problems related to pharmacotherapy identified and resolved, cost related to service and quality of life. The economic evaluation will be carried out using time-driven activity-based costing. Through this research, we will be able to identify whether pharmaceutical teleconsultation services can complement face-to-face consultations to improve health outcomes in T2D patients on dapagliflozin. The study was registered in Clinical Trials (NCT05380596).
Objetivo: Descrever o processo de implementação do Telecuidado farmacêutico, enquanto ferramenta de promoção da adesão ao tratamento da asma. Métodos: No planejamento, foi utilizado a teoria do planejamento estratégico situacional e o design thinking adaptado para o desenvolvimento do instrumento de intervenção. Foi elaborado questionário para guiar a consulta farmacêutica, com controle da asma e o Brief Medication Questionnaire. O planejamento iniciou em fevereiro de 2020 e as intervenções ocorreram de março a maio de 2020. A amostra foi não probabilística e incluiu idosos com asma cadastrados na Farmácia de Medicamentos Especiais do Rio Grande do Sul (FME/RS), localizada na cidade de Porto Alegre. Foi utilizado o teste estatístico McNemar para comparar os resultados de controle da asma no tempo 0 (pré intervenção) e após a intervenção do telecuidado farmacêutico. Resultados: A descrição do processo de implementação forneceu estratégias que poderão ser benéficas para a aplicabilidade desse tipo de serviço em outros cenários, destacando a atuação do profissional farmacêutico como teleconsultor, atuando no cuidado remoto às pessoas com doenças respiratórias crônicas. No teste piloto, foram atendidos 20 pacientes, que receberam a segunda consulta num período de 3 meses. Do total da amostra, 70% eram mulheres e a média de idade geral foi de 71 anos (± 8 anos). O tempo médio da ligação telefônica em minutos na primeira consulta foi de 22,4 (± 11,4) e na segunda consulta foi de 17,9 (± 6,7). A análise estatística de McNemar indica aumento na proporção de indivíduos na categoria “bom controle” entre o tempo zero e após a intervenção do telecuidado farmacêutico (p=0,016). Conclusão: Através dessa ação em escala piloto, foi possível iniciar a implementação do telecuidado farmacêutico no RS de forma planejada e coordenada, padronizando o processo de trabalho e sugerindo potencial para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes.
Introdução: asma é um problema mundial, atingindo 339 milhões de pessoas no mundo. Os dispositivos inalatórios para o tratamento da asma são dispensados para 1173 usuários em Farmácia de Medicamentos Especiais (FME) do sul do Brasil, pelo Sistema Único de Saúde, no entanto, não há até o momento uma avaliação do controle da asma nessa população. A Telessaude foi regulamentada recentemente no Brasil e possibilitou que serviços farmacêuticos sejam ofertados à população de forma remota. O Telecuidado está sendo executado desde 2020, sendo caracterizado um serviço de acompanhamento farmacoterapêutico de forma remota. Objetivo: avaliar o nível de controle da asma em usuários que receberam o serviço remoto. Materiais e Métodos: estudo observacional quantitativo-descritivo realizado entre julho e outubro de 2021 através da aplicação do ACT por telefone aos 159 usuários com processo deferido para dispensação de dispositivo inalatório de corticóide associado a LABA na FME da cidade do sul do Brasil com contato atualizado e que acordaram participar do estudo. As variáveis idade, sexo e escore ACT foram tabeladas em média e desvio padrão. Esta pesquisa foi aprovada pelo CEP sob o nº CAEE 40194820100005312. Resultados e discussão: a amostra foi composta por 49 pessoas do sexo masculino com média etária de 58 anos (18,65) e 110 do sexo feminino com média etária de 60,5 (16,74). Os usuários foram classificados em grupos de acordo com o escore ACT, sendo 49,69% “mal controlado”, 29,56% “pouco controlado” e 20,75% “bem controlado”. Dentro dos grupos etários, 3,14% tinham até 17 anos e apresentam escore ACT médio 17 (5,55), 5,03% de 18 a 29 anos e ACT 17 (5,09), 40,25% de 30 a 59 anos e ACT 15 (4,15) e, por fim, 51,57% maiores de 60 anos com ACT 16 (5,02). Os resultados apontam controle insatisfatório em 79,25% da amostra independentemente da idade, apesar do acesso regular ao medicamento, e corroboram com outros registros de pesquisas brasileiras em população adulta que apontam que cerca de 12% apenas da população com asma está sob controle. Os principais PRM relatados na literatura que afetam o controle das DCR estão relacionados, além do acesso, à adesão e à técnica de administração do dispositivo inalatório. Todos os usuários avaliados foram incluídos no ensaio clínico de medida da efetividade do serviço. Conclusão: o estudo enfatiza que apenas garantir o acesso ao medicamento não é suficiente para o controle da asma e destaca a importância da implementação de programas que permitam o acompanhamento e educação em saúde desses usuários. A partir dos dados relatados, será possível avaliar o controle da asma após intervenção farmacêutica na mesma amostra.
Introdução: A Secretaria de Estado do Rio Grande do Sul (SES/RS) elegeu como um dos objetivos prioritários no Plano Estadual de Saúde para o quadriênio 2020-2023 a construção, aprovação e publicação da Política Estadual de Assistência Farmacêutica (PEAF). A partir das orientações expressas na Política Nacional de Assistência Farmacêutica (PNAF) e nas deliberações da 8ª Conferência Estadual do Rio Grande do Sul, a SES/RS realizou um trabalho coletivo para construção da PEAF junto ao segmento dos usuários, trabalhadores, gestores e prestadores de serviço, de modo a implementar uma Política de Assistência Farmacêutica (AF) que privilegie um planejamento integrado entre o estado e os municípios, fortalecendo e qualificando a AF no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Objetivo: descrever o processo participativo de construção e aprovação das diretrizes da PEAF no Rio Grande do Sul (RS). Métodos: trata-se de um estudo de caso sobre as etapas de construção das diretrizes da PEAF conduzidas pela equipe do Departamento de Assistência Farmacêutica da SES/RS (DEAF), a partir do relato da vivência e de documentos relacionados a esse processo. Resultados: a fim de assegurar o atendimento dos interesses coletivos e respeitar a gestão participativa do SUS, foi realizada uma consulta pública para a construção das diretrizes da PEAF aberta à sociedade civil, em abril de 2022, em formato eletrônico, na qual foram recebidas 791 contribuições de 102 participantes de todas regiões do estado e de diferentes segmentos, sendo 61,8% de trabalhadores, 25% de gestores e prestadores de serviços e 13,2% de usuários do SUS. As contribuições da consulta pública foram sistematizadas pelo DEAF em 11 eixos temáticos norteadores da PEAF. O processo de deliberação e definição das diretrizes ocorreu em abril por meio de oficinas presenciais na cidade de Porto Alegre e estiveram presentes 84 participantes, sendo 53,6% trabalhadores, 32,1% de gestores e prestadores de serviços e 14,3% de usuários do SUS. Os grupos de trabalho aprovaram 94 diretrizes das quais 21 corresponderam às propostas originais sistematizadas pelo DEAF, 70 referente a propostas reformuladas pelos participantes e 3 novas diretrizes criadas a partir da realocação das contribuições recebidas na consulta pública. As 94 diretrizes foram incluídas na minuta da PEAF para publicação e encaminhada para apreciação do Conselho Estadual de Saúde (CES-RS) que, em plenária, aprovou o processo de construção participativo da PEAF e deliberou a favor da publicação das diretrizes no Diário Oficial do Estado para implementação e qualificação da AF no SUS. Conclusão: a SES/RS contribui para a qualificação da gestão do SUS ao instituir as diretrizes da PEAF que orientarão as escolhas estratégicas e prioritárias das gestões estadual e municipais no RS para promoção de ações e serviços da AF. Sobretudo, a construção da PEAF contribui para futuras experiências participativas na definição de políticas de saúde no SUS.
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