IntroduçãoEm ocasiões diversas Osvaldo Aranha, Ministro das Relações Exteriores de 1938 a 1944, repetiu que a política externa brasileira se resumia na seguinte orientação: apoiar os Estados Unidos em seu papel de potência mundial, em troca do apoio destes a supremacia do Brasil na América do Sul. Conforme a prática na condução da política externa brasileira, essa orientação era descrita por Aranha como uma tradição, legada principalmente pela chancelaria do Barão do Rio Branco. 1 Inserida no governo Vargas, tal política devia auxiliar os projetos do governo que buscavam centralizar e modernizar o Estado e industrializar o país. Supunha-se, portanto, que uma aliança com os norte-americanos renderia frutos neste sentido. Rev. Bras. Polít. Int. 48 (1): 151-177 [2005] Artigo
EEm agosto de 1942, o Brasil declarou guerra à Alemanha e Itália e, no período subsequente a essa declaração, houve intensa mobilização do Estado brasileiro para articular o front externo – com a estruturação da Força Expedicionária Brasileira (FEB) – e o interno –, com a mobilização maciça dos recursos civis para o esforço de guerra. A produção historiográfica sobre o período tem priorizado a discussão da atuação do Estado nesse processo, seja através da análise da participação brasileira no conflito, seja enfatizando o seu caráter autoritário e os mecanismos repressivos por ele utilizados para mobilizar e controlar a sociedade. Estudos sobre a atuação de entidades da sociedade, que, com algum grau de autonomia e por interesses diversos, também atuaram no esforço de guerra, são relativamente escassos. Tendo como ponto de partida as relações entre Estado e sociedade durante o Estado Novo, este trabalho pretende analisar a mobilização dos principais clubes de futebol cariocas durante a Segunda Guerra Mundial, a partir de matérias publicadas pela imprensa do Rio de Janeiro e da documentação disponível no acervo dos clubes. Parte-se da hipótese de que houve, mesmo que de forma esparsa, certo grau de atuação autônoma de setores da sociedade carioca para o esforço de guerra.
Este artigo discute o conceito de “guerra cibernética” e outros afins, de modo a verificar e delimitar sua aplicabilidade técnica. A partir da revisão conceitual acerca do fenômeno da guerra, tal como seapresenta na obra de Clausewitz, são apontados elementos essenciais e generalizáveis a qualquer guerra. Posteriormente, as diferentes noções sobre “guerra cibernética” são esmiuçadas, buscando-se verificar até que ponto elas condizem com a teoria consolidada na área e se podem ser úteis para análise dos fenômenos bélicos contemporâneos. Em seguida, examina-se a Guerra Russo-Georgiana como estudo de caso para ilustrar a abrangência e os limites dos conceitos discutidos. Conclui-se que a ideia da “guerra cibernética” é, de fato, válida somente quando os instrumentos cibernéticos são empregados em assistência a operações convencionais de guerra, que envolvem destruição e aplicação de força cinética.
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