Resumo: O artigo apresenta balizas teóricas para o estudo de produtos midiáticos da cultura pop. Envolve definições acerca do pop, das lógicas de produção e consumo e reivindica um olhar para além das premissas apocalípticas dos autores da Escola de Frankfurt em torno de estéticas ancoradas em sistemas industriais do capitalismo tardio. A premissa é reconhecer o estudo da cultura pop como ancorado na interface com a Teoria Crítica, os Estudos Culturais e a Economia Política da Comunicação. Dessa forma, postula-se que as linguagens dos produtos da cultura pop encenam formas particulares de fruição e engajamento, legando aos sujeitos uma vivência estética fortemente pautada pela noção de performance.
Resumo O presente artigo discute o termo “performance” nos estudos de Comunicação e mídia a partir de um resgate crítico-teórico do mesmo. Partimos de uma reconstituição conceitual do termo em suas vertentes das Ciências Humanas e Sociais francesa e anglo-saxã para apresentarmos seus desdobramentos no campo comunicacional brasileiro, sobretudo no que tange a temáticas como a música e o entretenimento, os fãs e os sites de redes sociais. Argumentamos que os estudos de performance são relevantes para entender as ações humanas, bem como suas mediações com os corpos, aparatos, ambientes, materialidades e audiências tão corriqueiras no cotidiano da vida contemporânea. Contudo, indicamos a necessidade de rediscussão do conceito para a análise de distintos objetos e ambientes mediados pelas tecnologias de comunicação e apontamos a possibilidade de entender a performance enquanto método de pesquisa.
O lançamento, em 2013, de duas releituras do cinema de terror de baixo orçamento (A Morte do Demônio e O Massacre da Serra Elétrica) nos coloca diante de uma questão ligada à construção do valor no cinema. Discute-se aqui como o gênero terror foi construindo a ideia de que filmes de baixo orçamento endossam uma premissa de medo. Debatemos as releituras dos dois filmes percebendo a “cosmética do sangue”, ou seja, a tentativa de emular o baixo orçamento em produções com aviltantes recursos.
Building on the censorship of a videoclip in Cuban media systems, the controversies arising from the presence of reggaeton in Cuba are addressed in this paper. A musical genre that is strongly anchored in the Caribbean diasporas in the United States, reggaeton stages discussions on the construction of a notion of transnational, youthful and cosmopolitan Pan-Latinity, marked by consumption and ostentation, which seems to question the uniqueness of Cuba as a socialist nation in Latin America. The problem around the performance of the "successful man" who owns mansions and cars in a country whose economy is strongly mediated by the state emerges; conflicts with other Cuban musical genres are noted; and it is claimed that alternative unofficial forms of production and dissemination-which make global identity actions explicit-undermine national policies on "being Cuban. "
Based on the live performance of the group Queen in the 2015 Rock in Rio edition, when the British rock band featured a former member of reality musical show as a lead vocalist, we outline a controversy mapping to think about how gender issues, especially the debate on masculinity, can be important tools to think about the construction of value in pop music. The main issue relates to the different male performances of the two vocalists (Freddie Mercury, the original singer of the band and Adam Lambert, in Rock in Rio 2015), eliciting distinct places in the corporeality of pop music, as well as the notion of path as an apparatus capable to evoke principles of authenticity for artists. Our methodological process was the performance observation starting from three controversy categories: origins, music genres and bodies. The data was collected through YouTube, Twitter and LGBT blogs. As an initial result we indicate that the governability f bodies in a performance necessarily needs to renacte another performances, including the dichotomy surrounding presence in an update of performatic ritual where notions of file and setlist -already discussed by Diana Taylor (2013) -are important to discuss multiple possibilities of tensions and controversies in these spetacles. RESUMOA partir da apresentação ao vivo do grupo Queen, na edição 2015 do Rock in Rio, quando a banda inglesa de rock contou com um ex-integrante de reality show musical como vocalista, traça-se uma observação de controvérsias para pensar de que maneira as questões de gênero, com foco nas masculinidades, podem ser importantes ferramentas para pensar a construção do valor na música pop. A problemática trata das diferentes performances do masculino dos dois vocalistas (Freddie Mercury, o cantor original da banda, e Adam Lambert, no Rock in Rio 2015), evidenciando lugares distintos nas corporalidades da música pop, bem como a noção de trajetória como um aparato capaz de evocar princípios de autenticidade para os artistas. O procedimento metodológico foi a observação da performance a partir de três categorias de controvérsias: origens, gêneros musicais e corpos. A coleta de dados foi feita a partir da observação do YouTube, Twitter e de blogs LGBT. Como resultado inicial, indicamos que a governabilidade dos corpos numa performance, necessariamente, precisa reencenar outras performances; passando pela dicotomia em torno da presença numa atualização do ritual performático no qual noções como arquivo e repertório -propostas por Diana Taylor (2013) -são importantes para discutir as inúmeras possibilidades de tensões e controvérsias nestes espetáculos.Palavras-chave: Comunicação. Performance. Gêneros.
Conveniências performáticas num show de brega no Recife: Espaços sexualizados e desejos deslizantes de piriguetes e cafuçus Convenience performances in a brega show in Recife: Sexualized spaces and sliding desires of piriguetes and cafuçus
RESUMODiante dos processos de digitalização da voz na produção musical contemporânea, com sintetizadores e programas de áudio em computadores que são "corretores" de imperfeições vocais, questionamos que corpos emergem dessas materialidades sonoras. Partimos de um debate sobre as práticas de produção das canções para tentar compreender as formas de escuta e engajamento presentes nas matrizes sonoras digitalizadas. O conceito de "grão da voz", proposto por Roland Barthes, é apontado como "baliza" conceitual para a discussão em torno do que chamamos de "pixel da voz": a visualização não apenas de um corpo que emerge da performance vocal, mas um sistema de produção de sentido que envolve a figura do produtor musical, lógicas de metamorfose presentes na cultura digital e a capacidade atual de se gerar matrizes vocais que são emprestadas a corpos que não as cantaram.Palavras-chave: cultura musical, voz, performance. ABSTRACTVoice digitization in contemporary music production, with synthesizers and audio programs in computers that "correct" vocal imperfections, is the starting point to question which bodies emerge from these sound materialities. We start a discussion about the practices in song production trying to understand how listening is affected in the contemporary music culture. The concept of "grain of the voice", proposed by Roland Barthes, guides us as a "beacon" for the discussion around of what we call "pixel of the voice": the perception not only of a body emerging from the vocal performance, but a production system of meaning that includes the music producer, the metamorphosis logics in current digital era and the ability to generate voices for bodies that have not even sung.
Resumo Debate-se como os acampamentos de fãs em espetáculos de música pop internacionais que passam pelo Brasil são emblemáticos para se perceber a colonialidade (QUIJANO, 2010) e a reiteração performática de gestos em torno do fascínio pelo estrangeiro na cultura juvenil brasileira. Postula-se, a partir do debate sobre as Teorias da Performance e dos Estudos Culturais Latino-americanos, que os acampamentos encenam disputas, mas também solidariedade nas relações de vulnerabilidade e aliança (BUTLER, 2018) entre fãs de cultura pop no Brasil. A partir de três acampamentos de fãs ocorridos entre os anos de 2013 e 2017, debate-se que o “naturalizado” afeto brasileiro aponta para zonas tensivas da performance de ser fã: o sacrifício e a espera como apontamentos para o merecimento de estar perto da artista; as fabulações sobre o estrangeiro e as dimensões da cultura global no cotidiano e o fascínio pela imagem de poder atrelado a construções de cidadanias parciais de gênero e raça no campo da cultura.
scite is a Brooklyn-based organization that helps researchers better discover and understand research articles through Smart Citations–citations that display the context of the citation and describe whether the article provides supporting or contrasting evidence. scite is used by students and researchers from around the world and is funded in part by the National Science Foundation and the National Institute on Drug Abuse of the National Institutes of Health.
hi@scite.ai
334 Leonard St
Brooklyn, NY 11211
Copyright © 2024 scite LLC. All rights reserved.
Made with 💙 for researchers
Part of the Research Solutions Family.