Com base nos estudos da ciência da sua época, Merleau-Ponty interroga a respeito das análises sobre o sistema nervoso e os postulados clássicos sobre a condução do impulso elétrico, sobre o circuito reflexo, envolvendo estimulação e reação, sobre o campo perceptivo e sobre a questão da localização cerebral, sendo insuficiente a correspondência pontual, própria da tradição atomista, entre o excitante, o mapa cerebral e a reação. Essa revisão conduz a uma nova compreensão da percepção que se aproxima das ciências cognitivas contemporâneas. Este artigo, fruto de um estudo teórico sobre a fenomenologia de Merleau-Ponty, tem como objetivo apresentar essa revisão conceitual sobre a percepção, o diálogo com a arte e a ciência, configurando noções e conceitos em torno de uma fenomenologia do conhecimento.
O texto aborda elementos do projeto Iluminista e sua influência na educação do corpo, notadamente os aspectos da civilidade e a cultura do corpo no ideário da pedagogia moderna, considerando a perspectiva da instrumentalidade. Apontamos para possíveis caminhos das relações entre corpo e educação na contemporaneidade, com base em uma fenomenologia do corpo e sua relação com os processos cognitivos. Por fim, apresentamos indicadores para pensar o conhecimento do corpo na educação, partindo de reflexões sobre a educação do corpo e a organização do conhecimento no currículo.
Corpo, natureza e cultura Revista Brasileira de Educação 125Introdução A educação, ao se pautar nos pressupostos racionalistas da modernidade, tenta instituir códigos morais que ditam as condutas, reprimindo, dessa maneira, as possibilidades diversas de expressão do corpo. Estabelece um distanciamento entre a aprendizagem e as experiências sensíveis, fato este explicado pelo desejo de querer um mundo durável de uma razão que quantifica, mede e que considera os sentidos como enganadores.A educação ainda recebe fortes influências do pensamento cartesiano, que, através de uma visão dualista, tem como fundamentos: axiomas matemáticos, ordem e leis da mecânica. O corpo humano, ao ser comparado com uma máquina hidráulica, recebe uma educação que o considera apenas em seu aspecto mecânico, sem vontade própria, sem desejos e sem o reconhecimento da intencionalidade do movimento humano, o qual é explicado através da mera reação a estímulos externos, sem qualquer relação com a subjetividade. O pensamento de Descartes, fundado no exercício do controle e no domínio da natureza, influencia a educação através da racionalização das práticas corporais. Ao ter como princípios a utilidade e a eficiência, busca-se a padronização dos corpos, e os gestos vão sendo controlados, embasados na racionalidade instrumental (Nóbrega, 2000).Desse modo, no intuito de problematizar as oposições inconciliáveis, a proposição desta reflexão é discutir a construção teórica da relação entre corpo, natureza e cultura através de aproximações epistemológicas entre as ciências naturais, humanas e a filosofia, e apontar contribuições para a educação.
RESUMOO artigo apresenta a emersiologia como um novo contexto para a filosofia do corpo e possíveis relações com as práticas corporais, em particular a dança contemporânea. Apresentamos o campo teórico e as relações entre o corpo vivo e o corpo vivido por meio dos relatos e obras de artistas como Hélio Oiticica. A emersiologia e as artes imersivas ampliam as configurações fenomenológicas ao enfatizar o corpo em ato. A prática dançante emerge de uma ação do corpo e de suas implicações sobre o mundo e sobre nós mesmos, constituindo-se como uma experiência sensorial na qual a arte e vida se fundem. PALAVRAS-CHAVE: corpo, sensação, filosofia, estética THE LIVE BODY EMERSIOLOGY IN CONTEMPORARY DANCE ABSTRACTThe article present the emersiology as a new context for the philosophy of the body and create relationships with bodily practices, in particular contemporary dance. We present the theoretical framework and the relationships between the living body and the lived body through the stories and works of artists such as Hélio Oiticica. The emersiology and immersive arts extend the phenomenological settings to emphasize the body in action. The dance practice emerges from a body action and its implications about the world, about ourselves establishing itself as a sensory experience in which art and life merge.
O final do século XIX e o início do XX foram emblemáticos para a 'cientificização' da educação física no Brasil. A presente investigação se direcionou para o Brazil-Medico no período de 1887-1923, com o objetivo de identificar as compreensões de corpo e saúde, buscando-se contribuições para as bases científicas da educação física brasileira.
Body ecology is a micro-ecology. It is a discipline derived from philosophical naturism, deep ecology and holistic body-mind practices developed since 1850 in the corporeal experience of body recreation, outdoor living, and body awakening techniques using emersiology. It is because we transform the practices of individuals that ecology is transformed. This paper seeks to explain the new discipline of body ecology, and its focus on the significance of micro-situations and micro-experiences.
O presente ensaio apresenta o pensamento de Jean Le Boulch e suas ideias sobre a Psicocinética e o esquema corporal. Trata-se de um estudo teórico, apoiando-se nas obras do autor publicadas no Brasil e sua tese doutoral, defendida em 1960. Utilizamos também uma entrevista concedida à revista francesa Éducation Physique et Sport (EPS) (1983), além de outros trabalhos desenvolvidos por ele, tais como conferências, palestras e seminários. Com essa reflexão espera-se contribuir para a compreensão de suas ideias, em particular sobre o conhecimento do corpo na Educação Física.
Não é de hoje que se discute sobre a justificativa da existência e da permanência da Educação Física nas escolas brasileiras. Do final do século XIX até a contemporaneidade, decretos, leis e portarias reforçam a sua obrigatoriedade ou facultatividade, de acordo com os interesses de cada época. Para Souza Júnior (2005, p. 28):Os conflitos não se acabaram e não se acabarão. Muitos continuam, alguns com vieses mais recentes, como são os casos da presença, facultatividade ou mesmo ausência da Educação Física e da diversidade e até antagonismos de propostas pedagógicas atuais e outros que acompanham a trajetória de luta, de conquista, de reconhecimento, perfazendo a história deste componente curricular.Por reconhecermos a relevância de abordar essa temática, nos dirigimos para o trabalho docente dos professores de Educação Física nas
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