Este ensaio reúne uma seleção de estudos, particularmente revisões sistemáticas que têm contribuído para aumentar a compreensão sobre os benefícios do aleitamento materno para a criança e para a mulher e sua implementação. Realizou-se uma busca de artigos publicados a partir do ano 2000, sem, no entanto, deixar de lado estudos relevantes para o avanço do conhecimento publicados décadas atrás. Para a seleção dos estudos efetuou-se uma busca na Internet com base nas ferramentas disponíveis no PubMed e SciELO. Além dos aspectos para os quais há consenso, procurou-se incluir estudos sobre resultados controversos e outros que são instigantes, como os provenientes da neurobiologia. Verificam-se mudanças substanciais nas recomendações para políticas públicas em decorrência desses novos conhecimentos. Algumas investigações também têm sido realizadas com o objetivo de avaliar quais intervenções seriam mais efetivas para um aumento das práticas de amamentação. Procurou-se neste artigo dar destaque a: recomendações atuais sobre alimentação da criança pequena; importância da amamentação no início da vida; implicações do aleitamento materno para a saúde da criança; implicações do aleitamento materno para a saúde da mulher; e efetividade de algumas ações pró-amamentação.
Background: While there is an ample literature on the evaluation of knowledge translation interventions aimed at healthcare providers, managers, and policy-makers, there has been less focus on patients and their informal caregivers. Further, no overview of the literature on dissemination strategies aimed at healthcare users and their caregivers has been conducted. The overview has two specific research questions: (1) to determine the most effective strategies that have been used to disseminate knowledge to healthcare recipients, and (2) to determine the barriers (and facilitators) to dissemination of knowledge to this group. Methods: This overview used systematic review methods and was conducted according to a pre-defined protocol. A comprehensive search of ten databases and five websites was conducted. Both published and unpublished reviews in English, Spanish, or Portuguese were included. A methodological quality assessment was conducted; low-quality reviews were excluded. A narrative synthesis was undertaken, informed by a matrix of strategy by outcome measure. The Health System Evidence taxonomy for "consumer targeted strategies" was used to separate strategies into one of six categories. Results: We identified 44 systematic reviews that describe the effective strategies to disseminate health knowledge to the public, patients, and caregivers. Some of these reviews also describe the most important barriers to the uptake of these effective strategies. When analyzing those strategies with the greatest potential to achieve behavioral changes, the majority of strategies with sufficient evidence of effectiveness were combined, frequent, and/or intense over time. Further, strategies focused on the patient, with tailored interventions, and those that seek to acquire skills and competencies were more effective in achieving these changes. In relation to barriers and facilitators, while the lack of health literacy or e-literacy could increase inequities, the benefits of social media were also emphasized, for example by widening access to health information for ethnic minorities and lower socioeconomic groups.
O Método Mãe Canguru (MMC) traz muitos benefícios ao recém-nascido de baixo peso. A participação efetiva da família no cuidado desses bebês, desde o início da vida, favorece a criação e o fortalecimento do vínculo afetivo. Este estudo teve como objetivo aumentar a compreensão sobre a influência das condições hospitalares e da organização familiar sobre a prática do MMC. Foram realizadas entrevistas com 14 mulheres e sete homens participantes do Programa Canguru, do Hospital Geral de Itapecerica da Serra, São Paulo. Os depoimentos dos entrevistados apontam o processo de decisão para a prática do MMC como um complexo que depende não só da vontade da mãe, mas também do apoio de sua rede familiar e de uma equipe de saúde compreensiva. Embora as mães percebam a importância do método para a recuperação de seus filhos, os dilemas e as dificuldades pessoais e de ordem familiar podem impedi-la de participar efetivamente do programa. A interação entre alguns fatores, tais como perda de uma criança em gestação anterior, presença de outros filhos, participação do pai e de outros membros da família e arranjos domésticos, pode determinar padrões mais ou menos favoráveis à opção e prática do MMC.
DescritoresAleitamento materno. # Promoção da saúde. # Planos e programas de saúde. # Maternidades. Hospitais públicos. Hospitais privados. Avaliação de programas. -Atenção ao recém-nascido. Resumo ObjetivoA OMS (Organização Mundial da Saúde) e o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) lançaram, em 1992, uma estratégia para implementar os "dez passos para o sucesso da amamentação": a Iniciativa Hospital Amigo da Criança (IHAC). No Brasil, até junho de 2001, foram credenciados 183 hospitais como Amigos da Criança. Assim, objetivou-se avaliar e comparar as práticas de proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno em hospitais públicos e privados, tendo como referência os "dez passos". Métodos Foram pesquisados 45 hospitais do Município de São Paulo, SP. Foram colhidos dados sobre as práticas de alimentação infantil mediante entrevista com chefias de berçário de todos os hospitais públicos do município (26); dos hospitais privados, foi estabelecida uma amostra de 19, correspondentes a 1/3 do total. Resultados Mais de 1/4 dos hospitais públicos e mais de 1/3 dos privados não cumpriam qualquer passo da IHAC. Em apenas dois hospitais, ambos públicos, observou-se a adoção de pelo menos sete dos "dez passos". De modo geral, rotinas de proteção, promoção e apoio ao aleitamento foram encontradas com mais freqüência nos hospitais públicos do que nos privados. Conclusões O estudo mostrou que práticas consideradas prejudiciais ao início e ao estabelecimento da amamentação -separação desnecessária de mães e recém-nascidos, restrição na duração e freqüência das mamadas, uso de alimentos pré-lácteos e suplementoscontinuavam sendo observadas com alta freqüência nos hospitais públicos e privados do Município de São Paulo. Para alcançar os benefícios da amamentação para a saúde materno-infantil e o importante papel desempenhado pelas maternidades para o início precoce e para o sucesso da prática de amamentar, é necessário que os padrões estabelecidos pela IHAC sejam adotados. Abstract ObjectiveThe World Health Organization (WHO) and the United Nations Children's Fund (UNICEF) carried out a study to compare and evaluate the practices of protecting,
INTRODUÇÃO: A Organização Mundial da Saúde, em 1981, recomendou aos países a adoção do "Código Internacional de Marketing dos Substitutos do Leite Materno" e o Brasil o traduziu em normas desde 1988. Objetivou-se verificar o cumprimento dessa norma entre empresas que devem obedecê-la, especialmente quanto aos profissionais de saúde. MÉTODOS: Realizou-se pesquisa exploratória com amostragem intencional em 30 cidades brasileiras, entrevistando 95 profissionais de saúde. Descrevem-se os resultados referentes à relação profissional de saúde-companhias comercializadoras de leites infantis. RESULTADOS: Foram identificadas práticas promocionais dos produtores de substitutos de leite materno, especialmente com pediatras, que evidenciam conflitos de interesses: o apoio financeiro recebido beneficia o profissional, que passa a ter seu nome ligado aos que apóiam direta ou indiretamente a indústria. DISCUSSÃO: Existe conflito de interesses sempre que um interesse secundário faz com que a atitude profissional se modifique (por exemplo, na metodologia de uma pesquisa, na análise ou na publicação dos resultados), em favor daquele interesse e em detrimento da atitude científica. Tanto o código citado como a Norma Brasileira sobre a Comercialização de Alimentos para Lactentes parecem não ser suficientes para indicar os limites éticos da relação profissional-indústria. Proteger a prática de amamentar dos interesses comerciais passa por políticas públicas que contemplem essas questões.
- Preventing prescribing errors is critical to improving patient safety. - We developed an evidence brief for policy to identify effective interventions to avoid or reduce prescribing errors. - Four options were raised: promoting educational actions on prudent prescribing directed to prescribers; incorporating computerized alert systems into clinical practice; implementing the use of tools for guiding medication prescribing; and, encouraging patient care by a multidisciplinary team, with the participation of a pharmacist. - These options can be incorporated into health systems either alone or together, and for that, it is necessary that the context be considered. - Aiming to inform decision makers, we included considerations on the implementation of these options regarding upper-middle income countries, like the Brazilian, and we also present considerations regarding equity.
OBJETIVOS: aumentar a compreensão sobre os diferentes modos que as famílias de baixa renda lidam com o nascimento de um bebê pré-termo, com vistas a aprimorar a implantação do Método Mãe-Canguru (MMC). MÉTODO: estudo qualitativo realizado em São Paulo, estado de São Paulo, em 2004, no qual foram entrevistadas 19 mães antes e 22 mães após implantação do MMC. O roteiro de entrevistas incluía questões abertas, das quais emergiram as informações sobre como as mães cuidaram de seus bebês de baixo peso, os arranjos domésticos e outras medidas a que recorreram. Para análise utilizou-se a abordagem da Grounded Theory. RESULTADOS: a necessidade de cuidar de outros filhos parece ser um dos principais limitadores para a opção ao MMC. Em comparação às mães entrevistadas antes da implantação do programa, as mães-cangurus eram mais jovens, mais escolarizadas, sem outros filhos, recebiam mais ajuda nas tarefas domésticas e relataram menos dificuldades na amamentação. CONCLUSÕES: a oferta do MMC em uma maternidade da periferia de São Paulo sugere efeitos positivos sobre a amamentação. A tendência à conformação de famílias nucleares dificulta a participação das mulheres no programa. Conhecer as limitações e possibilidades de cada família pode contribuir para o aperfeiçoamento do processo de implantação.
O Sistema Único de Saúde (SUS) apresentou muito avanços desde sua criação há quase trinta anos, no entanto, ainda enfrenta grandes desafios. Dificuldades persistentes na oferta de atenção integral à saúde podem ter contribuído para a utilização da via judicial para o acesso a medicamentos. O fenômeno da judicialização da saúde passou a ter maior visibilidade no estado de São Paulo no início dos anos 2000 a partir da publicação de resultados de algumas pesquisas. Após 2005, o volume crescente de ações judiciais para obtenção de medicamentos e seus custos exorbitantes levaram à implementação de diversas estratégias por parte da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e de instâncias do sistema judiciário para lidar com o problema. Alguns resultados foram alcançados, porém ainda são insuficientes, uma vez que continuam ocorrendo ações para medicamentos que não têm sua eficácia e segurança comprovados. Este artigo apresenta as estratégias adotadas no estado de São Paulo para lidar com as ações judiciais para obtenção de medicamentos.
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