A tecnologia da informação (TI) apresenta-se como um campo significativo para a análise das assimetrias sociais nas relações de trabalho, não por envolver um alto índice de minorias seja no campo das relações raciais seja no campo das relações de gênero, mas exatamente pelo inverso, constituindo-se como uma arena marcada pela configuração de um perfil de profissional branco e masculino. Este é o quadro que estrutura os objetivos desse artigo: analisar as desigualdades de gênero e raciais na TI, por meio de uma triangulação de métodos quantitativos e qualitativos. Os resultados permitem identificar a constituição de um perfil de profissional que coaduna com os referenciais masculinos e brancos no campo, erigindo representações que podem interferir nas escolhas e trajetórias profissionais de homens e mulheres no mercado de trabalho.
O objetivo deste artigo é analisar o discurso sobre carreira, trabalho e profissão veiculado em publicações no campo da tecnologia da informação (TI). O corpus de análise envolveu matérias publicadas em revistas e um site direcionados à área de TI, entre os anos de 1984 a 2014. O exame de um período tão extenso permitiu identificar o momento no qual há certo rompimento em torno das ideias e valores relativos a profissão de informática, como era chamada no início, e a constituição de um novo ideal de profissional, o profissional de TI, este deve aderir a uma nova identidade pautada no empreendedorismo, na gestão de si, no gosto pela mudança. Considera-se que tal construção discursiva constitui uma identidade atribuída a partir do discurso empresarial e coaduna com as novas formas de gestão do trabalho e da produção.
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