O presente artigo trata-se do desdobramento de uma pesquisa de mestrado, que teve como objetivo analisar, no cotidiano da creche, por meio das práticas pedagógicas, os modos como se constitui o poder e o cuidado nas relações entre bebês e professoras em uma creche conveniada do município de Juiz de Fora/MG. Para embasar teoricamente a pesquisa, recorremos aos escritos de Michel Foucault e Mikhail Bakhtin, autores que apesar de não terem vivido em uma mesma época e lugar, possuem importantes aproximações quando relacionamos questões sobre Linguagem, Ética e Política (SEVERO, 2012). Desta maneira, diante dessas grandiosas obras, assumindo os riscos, os conflitos, mas também o grande desejo de trabalhar com esses autores, buscamos realizar aproximações para um possível diálogo epistemológico. Nesse sentido, optamos por trabalhar com as perspectivas de Poder Disciplinar e Cuidado de Si em Michel Foucault e os conceitos de Ato Responsivo e Alteridade em Bakhtin. A partir da leitura e reflexão do referencial teórico fomos capazes de compreender como o poder se articula nas relações e como seus efeitos vão constituindo a subjetividade humana. Nesse forjar identitário, as relações entre bebês e professoras são parte de algo maior e complexo, o poder que muitas vezes se torna disciplinar no âmbito da creche, é causa e efeito de correlações que estão para além da prática pedagógica.
O presente artigo tem como objetivo compreender quais são as concepções de corpo, de infância e as práticas docentes produzidas pelas professoras, no que se refere às expressões da infância em dois Centros Municipais de Educação Infantil-CMEIs da cidade de Viçosa/MG. Para tanto, iniciamos um trabalho de formação continuada que se consolidou por meio de uma parceria entre o Grupo de Pesquisa "Linguagens, Infâncias, Cultura e Desenvolvimento Humano"-LICEDH do PPGE/UFJF e a Secretaria Municipal de Educação de Viçosa-MG. Para embasar teoricamente o trabalho e refletir sobre as expressões da infância e as dimensões do corpo nos ambientes das escolas de educação infantil, utilizamos autores como: Arroyo (2012), Tiriba (2018) Foucault (2014), Garcia-Reis e Magalhães (2018) e Bakhtin (2003). Como caminho metodológico utilizamos a pesquisa-ação de David Tripp (2005), que propõe um ciclo de ações e investigações a partir de autorreflexões coletivas sobre a prática e sobre a teoria, de forma contínua. Acreditamos que a formação continuada proporciona a essas profissionais a possibilidade
Este trabalho buscou analisar como se constituem as relações de poder e cuidado entre bebês e professoras em uma creche conveniada do município de Juiz de Fora -MG. Pretendemos com a pesquisa compreender as práticas pedagógicas utilizadas pelas professoras na interação com os bebês de uma sala de atividades do berçário. Para tanto, buscamos dialogar especialmente com Michel Foucault, a partir da perspectiva de poder e cuidado de si presentes em seus escritos, e de refletir sobre alteridade e ato responsivo na perspectiva de Mikhail Bakhtin. A pesquisa, de natureza qualitativa, baseada na perspectiva histórico-cultural e de inspiração etnográfica, visou conhecer a realidade do berçário pesquisado e as relações construídas entre bebês e professoras. Como instrumentos metodológicos para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizados a análise documental, a observação colaborativa e o diário de campo. Recorremos também às sessões reflexivas, como espaço de produção de dados, realizadas com três professoras do berçário. Tal escolha se justifica por compreender que a produção discursiva das professoras da sala de atividades de um berçário e a rede de sentidos e significados que se tecem nas interações com os bebês promovem um novo olhar para e com esses sujeitos. Os dados foram organizados e analisados a partir dos Núcleos de Significação de Aguiar e Ozella (2006). O desenvolvimento da pesquisa possibilitou fomentar reflexões sobre temas que atravessam o cotidiano institucional: rotina, tempo/espaço, condições materiais do trabalho docente e outros aspectos da interação professoras-bebês.
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