Este trabalho buscou analisar como se constituem as relações de poder e cuidado entre bebês e professoras em uma creche conveniada do município de Juiz de Fora -MG. Pretendemos com a pesquisa compreender as práticas pedagógicas utilizadas pelas professoras na interação com os bebês de uma sala de atividades do berçário. Para tanto, buscamos dialogar especialmente com Michel Foucault, a partir da perspectiva de poder e cuidado de si presentes em seus escritos, e de refletir sobre alteridade e ato responsivo na perspectiva de Mikhail Bakhtin. A pesquisa, de natureza qualitativa, baseada na perspectiva histórico-cultural e de inspiração etnográfica, visou conhecer a realidade do berçário pesquisado e as relações construídas entre bebês e professoras. Como instrumentos metodológicos para o desenvolvimento da pesquisa, foram utilizados a análise documental, a observação colaborativa e o diário de campo. Recorremos também às sessões reflexivas, como espaço de produção de dados, realizadas com três professoras do berçário. Tal escolha se justifica por compreender que a produção discursiva das professoras da sala de atividades de um berçário e a rede de sentidos e significados que se tecem nas interações com os bebês promovem um novo olhar para e com esses sujeitos. Os dados foram organizados e analisados a partir dos Núcleos de Significação de Aguiar e Ozella (2006). O desenvolvimento da pesquisa possibilitou fomentar reflexões sobre temas que atravessam o cotidiano institucional: rotina, tempo/espaço, condições materiais do trabalho docente e outros aspectos da interação professoras-bebês.