Diagnóstico sobre o passado, presente e os rumos possíveis para o desenvolvimento territorial sustentável na região da Baía Babitonga, com abordagem de conceptualização e análise colaborativa do “Ecossistema Babitonga”, envolvendo coleta de dados primários (percepção compartilhada pelos usuários diretos -33 oficinas, 278 participantes da pesca artesanal, transporte aquaviário, mineração, aquicultura, turismo e recreação) e; dados secundários (revisão da literatura disponível sobre cinco fases da trajetória do desenvolvimento regional e caracterização socioeconômica associada aos usos diretos do ecossistema aquático costeiro-marinho adjacente). O diagnóstico perceptivo incluiu caracterização espacial dos usos da porção aquática e serviços ecossistêmicos associados, dos conflitos, impactos e problemas socioambientais enfrentados, das áreas e ações prioritárias para gestão ambiental pública, da percepção sobre bem-estar, das lacunas de representação política para uma governança com base ecossistêmica e lacunas de conhecimento. Oferecemos uma síntese do cenário tendencial de desenvolvimento e respectivas consequências que desviam a trajetória da sustentabilidade. Apresentamos caminhos alternativos para incentivar a governança policêntrica rumo à transição para a sustentabilidade, incluindo cenários de: i) implementação do Grupo Pró Babitonga (GPB); ii e iii) promoção das políticas de gerenciamento costeiro e de recursos hídricos; iv) promoção do SNUC (criação de uma APA) e; v) construção de Mecanismo Financeiro para a sustentabilidade das ações de gestão ambiental pública e desenvolvimento territorial sustentável em longo prazo. Concluímos que existe uma oportunidade social, econômica, política e científica para a promoção da policentricidade na governança costeira e do ecossistema aquático e a ancoragem do GPB em uma UC de Uso Sustentável da categoria APA.
O estuário da Baía Babitonga desempenha um papel importante para a ictiofauna da região, sendo evidenciado pela elevada abundância de indivíduos juvenis registrados na área de estudo. No presente trabalho, apresentamos uma revisão bibliográfica sobre a ictiofauna estuarina e marinha presente no Ecossistema Babitonga (Baía Babitonga e áreas marinhas adjacentes). Foram analisados 62 estudos de ictiofauna realizados no Ecossistema Babitonga, os quais abrangeram diferentes setores e ambientes: praias estuarinas e arenosas, ambientes rasos, entremarés e de baixa energia; ambientes recifais (costões rochosos e parcéis); canal principal do estuário e plataforma continental externa e interna. No total, foram identificadas 287 espécies e 86 famílias, cuja presença no ambiente foi caracterizada em termos da heterogeneidade e diversidade espacial e temporal, estrutura trófica, produtividade, e as pressões antrópicas no nível das populações, comunidades e/ou metapopulação. 28 espécies merecem atenção especial para a gestão em função do nível de ameaça ou da importância socioeconômica. As informações levantadas a partir desta revisão permitiram também a identificação das lacunas de conhecimento e as ações prioritárias para a conservação da biodiversidade de peixes no Ecossistema Babitonga.
Apresentamos neste ensaio um pequeno conjunto de relatos de caso recolhidos entre um grupo de pesquisadoras do Laborato?rio de Ecologia Humana e Etnobota?nica da Universidade Federal de Santa Catarina. Sa?o casos observados ao longo de 15 anos de experie?ncias de campo e fora dele, em torno do universo da pesquisa cienti?fica, que envolve pessoas como sujeitos/as/es em va?rias facetas do trabalho acade?mico. Relatamos experie?ncias de campo que mostraram os desafios das pesquisadoras e das entrevistadas, e a forc?a e o poder de mulheres na luta e na gesta?o de recursos e cuidado da comunidade, mas que muitas vezes permanecem invisi?veis. Refletimos tambe?m sobre as dificuldades de lidar com situac?o?es de machismo ou micromachismo nas comunidades que trabalhamos. Nossos relatos prove?m de experie?ncias com mulheres comuns e com lideranc?as comunita?rias; agricultoras; indi?genas; pescadoras; quilombolas; mulheres do trabalho do lar e de fora dele. Mulheres de diferentes saberes e fazeres e que diariamente enfrentam uma luta em comum, ser mulher, incluindo tambe?m nossas experie?ncias como mulheres e pesquisadoras na a?rea acade?mica. Entre entrevistas, observac?o?es e aprendizados, proporcionamos narrativas para somar aos questionamentos e reflexo?es de pesquisadoras(es) no campo das etnocie?ncias.
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