Resumo A fenomenografia é um método de pesquisa qualitativa ainda pouco utilizado em estudos organizacionais. Visa a capturar as diversas concepções dos indivíduos acerca de um fenômeno, isto é, modos qualitativamente diferentes de experimentá-lo e concebê-lo (Marton, 1981; Marton & Booth, 1997; Sandberg, 2000). O presente artigo conceitual objetivou revelar a experiência de pesquisa com o uso deste método, explicitando achados fortuitos emergentes não relatados na literatura com base em um estudo empírico realizado com profissionais de RH acerca da valoração do conhecimento no contexto do trabalho. O estudo revelou cinco concepções, que foram arranjadas de forma lógica, hierárquica, inclusiva e interdependente, conforme preconiza o método. Procedeu-se a um grupo de foco (Goldman & McDonald, 1987) com participantes prototípicos, representativos de categorias distintas, para validar as categorias descritivas e aprofundar os achados fortuitos relativos ao método. O grupo de foco desvelou (a) a capacidade da fenomenografia em capturar o movimento bidirecional dos sujeitos pelas concepções ao experimentar o fenômeno; (b) o continuum ininterrupto entre as concepções; e (c) a trajetória dinâmica e flexível dos indivíduos pelas concepções no tempo e espaço, utilizando-as como modos de ação para guiar seus comportamentos diante dos diversos contextos.
No abstract
O artigo objetivou analisar os impactos da formação universitária na inserção profissional de formandos do curso de Administração, tendo em perspectiva o debate teórico mais amplo sobre os efeitos dessa formação na inserção social de seus detentores. Para alcançar o objetivo realizou-se um levantamento, nos anos de 2007, 2008 e 2009, junto a alunos do curso de Administração de uma renomada Universidade particular do Rio de Janeiro, que procurou explorar as possíveis relações entre a obtenção do diploma, a origem social do diplomado e a sua inserção no mercado de trabalho. Foram abordados alunos do último semestre do curso e analisadas variáveis como perfil sócio-econômico; grau de escolaridade dos pais e ocupação atual. Buscou-se identificar possíveis diferenças entre as condições de inserção no mercado de trabalho dos respondentes de maior e menor renda. Os resultados obtidos, não indicaram diferenças entre os postos de trabalho ocupados pelos indivíduos oriundos dos dois grupos, reforçando a premissa de que a educação tem uma influência decisiva na inserção social e profissional.
Resumo A crescente difusão de configurações coletivas de trabalho no atual ambiente organizacional não tem apresentado contrapartida na produção científica sobre o tema (BOREHAM, 2011). Paradoxalmente, porém, alguns campos do debate sobre organizações destacam o papel dos coletivos de trabalho, como é o caso da literatura sobre Rotinas Organizacionais - RO - (NELSON e WINTER, 2005; PENTLAND e FELDMAN, 2005). A questão que mobiliza esta investigação explora a relação entre esses dois temas: a dinâmica das rotinas orçamentárias corporativas pode constituir um espaço adequado para a formação e o desenvolvimento de competências coletivas? O objetivo é examinar a elaboração de orçamentos corporativos, com base na abordagem de rotina organizacional, a fim de identificar evidências de coletivos de trabalho e da formação de atributos e competências coletivas. Essas respostas transitam por uma investigação qualitativa e fenomenográfica que apontou quatro categorias descritivas da configuração coletiva do trabalho: Comprometimento com a Entrega, Reconfiguração das Rotinas, Disponibilização Compartilhada e Construção de Redes de Relacionamento. De entre as contribuições da pesquisa, destaque para: o potencial da teoria das RO como referência a análise de processos corporativos; identificação de processos capazes de contribuir na gestão de coletivos de trabalho; e o emprego do método fenomenográfico como alternativa para apropriar fenômenos organizacionais de natureza pouco tangíveis.
Purpose This paper aims to propose the phenomenography as an approach that may contribute to the organizational studies based on the practice perspective, considering that it analyzes the phenomenon through the practitioner’s view and experience. Design/methodology/approach It is a theoretical essay about phenomenography as a theoretical-methodological perspective, considering its concept, its relation with practice theories and how its theoretical-methodological approach is capable of bringing a new perspective over the organizations, in the practice perspective. Findings The phenomenographic method, together with the practice perspective, enables mapping, identifying, describing and relating all the different ways by which an organization, in each one of its structuring dimensions, is effectively experienced. It argues that aspects such as the phenomenographic interview, the second-order perspective, the collective conceptions stated in the outcome space and their relations, the complexity of hierarchy and the abductive theorization about the emerging concepts of collective perceptions form, all together, an alternative and promising theoretical approach to analyze the entanglement between action and the material dimension that constitutes the organizational practices. Practical implications The phenomenographic outcome space may become a catalyst of a theorization about practices, which is capable to modify them or modify the way they are understood. Originality/value It discusses the possibility of phenomenography to theorize from the agents’ collective consciousness.
<p>Este trabalho caracteriza-se como um estudo de natureza qualitativa que pretendeu responder a seguinte questão de pesquisa: Em que medida uma Empresa Júnior caracteriza-se como uma organização de aprendizagem? Para tanto, procedeu-se a um levantamento de campo, baseado em entrevistas em profundidade. O processo de coleta de dados consistiu na<br />abordagem a doze membros de uma Empresa Júnior instalada em uma Universidade no Rio de Janeiro. As entrevistas seguiram um roteiro semiestruturado onde se buscou investigar os elementos considerados como caracterizadores de organizações de aprendizagem e as cinco<br />disciplinas de Senge (1990). A análise do conteúdo das entrevistas revelou que a organização domina duas das disciplinas de nível individual de Senge (1990): Domínio Pessoal e Modelos Mentais. Foi possível identificar certo esforço no sentido de desenvolver ferramentas que<br />permitam o domínio das outras três disciplinas de Senge (1990) que tratam do nível coletivo. Entretanto, a alta rotatividade representa um entrave, especialmente ao Raciocínio Sistêmico e impede o desenvolvimento integral do processo de aprendizagem organizacional,<br />de acordo com os pressupostos de Garvin (1993).</p>
<p>Este estudo de caso, de natureza qualitativa, objetivou investigar os fatores intervenientes na formação de competências gerenciais. Para tanto, foram entrevistados 14 empregados participantes do Programa de Desenvolvimento Gerencial para potenciais gestores da Unidade de Serviços Compartilhados de uma empresa brasileira atuante no ramo de energia integrada. Os resultados apontaram que os fatores intervenientes derivam de três categorias inter-relacionadas: o Conceito de Unidade de Serviços Compartilhados as Competências Gerenciais Requeridas e o Processo de Formação das Competências Requeridas. Para a formação de Competências Gerenciais, foram valorizadas as atividades práticas e vivenciais, o papel dos gerentes atuais e a necessidade de avaliação e <em>feedback</em>.</p><p>Palavras-chave: Competências. Desenvolvimento gerencial. Centros de Serviços Compartilhados. Formação de competências.</p>
Nas organizações industriais contemporâneas, globalização e tecnologia tornam produtos cada vez mais semelhantes. Nesse cenário, a operação passa a ser um dos principais mecanismos de diferenciação e o planejamento da produção ganha um inédito papel estratégico. O objetivo deste estudo foi investigar esse fenômeno com um olhar centrado nas rotinas organizacionais e nas pessoas. A partir de uma abordagem qualitativa e interpretativa, o trabalho utilizou o método fenomenográfico para compreender como os próprios programadores concebem a competência nas suas rotinas. A análise das entrevistas identificou três diferentes concepções distintas. A programação da produção como Alocação de recursos e materiais; como Mediação entre diferentes áreas; e como Gestão tático-estratégica da operação. Além disso, foram identificadas seis dimensões do fenômeno que explicam e diferenciam as concepções: Raciocínio lógico, Conhecimento técnico, Conhecimento sistêmico, Estratégia de negociação, Aspecto manifesto da rotina e Envolvimento com a estratégia corporativa. Os achados sugerem que a dimensão estratégica da programação é verificável nas rotinas em diferentes graus. Além disso, ao revelar a concepção competência como sendo a mediação entre as diferentes áreas da empresa, o estudo revela as estratégias de negociação no centro do debate sobre a competência nas rotinas de programação da produção.
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