Este artigo faz uma descrição sobre a proposta de oferta do curso de Licenciatura em Educação do Campo da Universidade Estadual de Alagoas, bem como seus desafios e resistência para se manter enquanto proposta de Educação Superior em um estado historicamente marcado pelas influências da colonização europeia e das oligarquias dominantes. Como aporte teórico trazemos reflexões de Freire (2009), Caldart (2004 e 2012) e Arroyo (2007). A metodologia é qualitativa, do tipo intepretativista e as informações descritas estão presentes no Projeto Político do Curso (2009), como também no Parecer CEE 040/2014 que regulamenta a oferta de Educação do Campo no Sistema Estadual de Educação de Alagoas. É importante ressaltar que a criação de uma Licenciatura em Educação do Campo surge não somente como uma necessidade estratégica educacional e econômica, mas também como um projeto contra-hegemônico do agronegócio e latifúndio historicamente marcado nas bases agrícolas do Estado.
Este artigo tem como objetivo analisar o letramento como prática social e situada e como se constitui no processo de formação dos estudantes do curso de Letras no Programa de Licenciatura em Educação do Campo, da Universidade Estadual de Alagoas. Desse modo, a proposta apresentada demonstra algumas atividades ocorridas durante o desenvolvimento do percurso formativo e experiências propostas entre teoria e práxis situadas. Nesse caso, apresentamos as vivências durante a feira de Reforma Agrária, ocorrida concomitante às aulas de Literatura alagoana e Língua Portuguesa III. O recorte teórico está pautado nos novos Estudos do Letramento propostos por Street (2014), articulados na formação que envolve a proposta pedagógica dos princípios da Educação do Campo, Silva (2009). Os resultados apontam a importância dos letramentos na formação dos Educadores e Educadoras do campo, o que contribui para o fortalecimento do processo formativo nas escolas do campo.
RESUMO
Este artigo tem como foco fazer uma análise sobre resultados de trabalhos e reflexões em torno de políticas, programas e práticas educativas de Educação do/no Campo no Brasil e no Estado de Alagoas. Neste sentido o objetivo geral deste trabalho consiste em realizar reflexões acerca de pesquisas que apresentam práticas educativas, políticas e projetos de Educação do/no campo, suas concepções e resultados. Em termos de objetivos específicos pretende-se analisar à luz dos dispositivos legais de documentos oficiais e de Alagoas sobre as políticas de Educação do Campo; realizar um levantamento bibliográfico em torno de três trabalhos acadêmicos de autores nacionais e de pesquisadores em Alagoas; perceber avanços e limites nos cenários cientificamente investigados. Para tanto, buscamos utilizar uma metodologia de cunho qualitativo do tipo Interpretativista. Bortoni-Ricardo (2008), com base em uma revisão bibliográfica em Santos (2019), Barros (2019); e Molina e Rocha (2014). O aporte teórico fundamenta-se nos pressupostos de Haddad (2012), Souza (2008), Caldart (2012), Resolução Normativa Nº 040/2014 – CEE/AL, dentre outros autores que aprofundam a discussão acerca da história da Educação do/no campo e os documentos e Resoluções que se fizeram presentes no surgimento das escolas do campo, dado um enfoque maior no Estado de Alagoas. Como resultados apresentamos que, apesar de uma preocupação em reflexões e pesquisas acerca de estudos na área, o conflito pela manutenção e garantia das políticas de Educação do campo apresenta-se como constante luta, sobretudo no âmbito da permanência das políticas de acesso e na formação de professores.
Palavras-chave: Educação do Campo. Políticas Públicas. História. Concepções.
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