RESUMO -Quando se considera aptidão climática, as plantas frutíferas são classificadas em: tropicais, subtropicais e temperadas. Esta tradicional classificação, por muito tempo, mostrou-se bastante efetiva. Os mais atuais conhecimentos dos centros de origens de diferentes espécies, os avanços tecnológicos na condução dos pomares e na conservação dos frutos e especialmente o melhoramento genético criaram condições excepcionais para o cultivo de espécies tropicais e temperadas em clima subtropical. No presente trabalho foram selecionadas as culturas da atemoieira, do caquizeiro, da figueira e da goiabeira com base não apenas na importância nacional e regional, mas também pelas diferentes contribuições que a pesquisa científica ofereceu a estas frutíferas. Atemoieira -dentre as espécies frutíferas exploradas em larga escala, talvez seja a de mais recente introdução de cultivo no Brasil, iniciado em meados da década de 1980. Diversas técnicas de cultivo foram desenvolvidas, como porta-enxertos mais adequados para cada região, podas de formação e produção, polinização artificial, manejo de pragas e doenças, e diversas outras tecnologias que permitiram rápida expansão da cultura em diversas regiões do País. Embora o importante papel das Universidades, Institutos de Pesquisas e Extensão seja inquestionável, foi fundamental a contribuição dos produtores pioneiros que iniciaram a busca de soluções para os problemas surgidos, indicando as necessidades para intervenções da pesquisa. Caquizeiro -a produção brasileira de caqui (IBGE -2009), de 171.555 t, é obtida em uma área de 8.770 ha e representa um valor de 146,67 milhões de reais. São Estados maiores produtores São Paulo (111.646 t), Rio Grande do Sul, Paraná e Rio de Janeiro). As principais cultivares em produção são: Rama Forte, Giombo e Fuyu, que são comercializados prioritariamente no mercado interno. Goiabeira -o cultivo da goiabeira no Brasil permite considerá-la atualmente como uma espécie plenamente adaptada ao clima subtropical. O desenvolvimento de variedades adaptadas e técnicas especiais de cultivo propiciaram grande expansão desta cultura no Brasil. Segundo o IBGE -IBRAF, em 2009, o Brasil produziu 297.377 t em uma área de 15.048 ha. Pernambuco, São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro e Bahia são os principais produtores. No Estado de São Paulo, é importante destacar a produção de goiabas para mesa (50.000 t) que graças à alta qualidade dos frutos é exportado com sucesso. Termos para indexação: Frutas, atemóia, caqui, figo e goiaba. CONTRIBUTION OF THE BRAZILIAN SCIENTIFIC RESEARCH IN THE DEVELOPMENT OF SOME FRUIT TREES OF SUBTROPICAL CLIMATEABSTRACT -Considering the climatic aptitude the fruit plants are classified in: tropical, subtropical and temperate. This traditional classification was very effective during a long period of time. Based on more update knowledge of the origin centers of the different species, the technological advances in the fruit crops and, in the fruit conservation and specially the genetic breeding created exceptional for the cropping o...
Para estudar a polinização da atemóia (Annona squamosa L. x A. cherimola) e determinar a técnica de polinização que produz frutos em maior quantidade e melhor qualidade, montou-se um experimento de polinização. O experimento foi realizado com a cultivar Gefner, no período de novembro de 2000 a março de 2001, em pomar comercial, localizado em Lins (SP), a 424 metros de altitude. As plantas apresentavam 13 anos de idade. Empregou-se o delineamento de blocos ao acaso, com cinco tratamentos e seis repetições. Os tratamentos foram os seguintes: 1) polinização manual (pólen de A. squamosa L.); 2) polinização manual (pólen da atemóia cultivar Gefner); 3) polinização manual (pólen da atemóia cultivar African Pride); 4) polinização manual (pólen da atemóia cultivar PR-3); 5) polinização natural ou aberta. A avaliação do vingamento dos frutos ocorreu dez dias após a polinização e da quantidade dos frutos com conformação perfeita ou defeituosa, aos 40 dias. Os frutos foram colhidos 120 dias após a polinização e pesados individualmente. Amostraram-se, também, três frutos para as seguintes determinações: massa de sementes e da polpa, número de sementes por 100 gramas de polpa, teor de sólidos solúveis totais, acidez total e relação sólidos solúveis/acidez. Para a atemóia, a polinização com pólen de A. squamosa L. foi mais efetiva, aumentando o vingamento de frutos (80,5%, comparado com outros quatro tratamentos, que foi menos de 22%), a produção e a porcentagem de frutos perfeitos.
Para estudar o método de polinização da cherimóia (Annona cherimola Mill.) que produza frutos em maior quantidade e melhor qualidade, instalou-se experimento em Pedra Bela - SP, a 1150 metros de altitude. As plantas eram de pé-franco, de 20 anos de idade. O experimento foi realizado em dois períodos, tendo o primeiro se iniciado em novembro de 1999 e finalizado em junho de 2000; o segundo iniciou-se em novembro de 2000 e encerrado em junho de 2001. A montagem do experimento foi efetuada no delineamento de blocos ao acaso, com 3 tratamentos e 12 repetições. Os tratamentos foram os seguintes: 1) polinização natural; 2) polinização manual cruzada; 3) autopolinização (flores ensacadas). As plantas dos blocos foram polinizadas em diferentes dias. Avaliaram-se o vingamento dos frutos 10 dias após a polinização e a quantidade dos frutos com conformação perfeita ou defeituosa aos 40 dias. Após a colheita, os frutos foram pesados individualmente. Foram também amostrados dois frutos de cada bloco (em 1999) e três (em 2000), para as seguintes determinações: massa das sementes e da polpa, número de sementes por 100 gramas de polpa. A polinização artificial proporcionou maior vingamento de frutos (61,2% e 50,4%) em relação à polinização natural (19,6% e 3,3%), nos anos de 1999 e 2000, respectivamente. Foi mais efetiva quando realizada sob condições de temperatura variando de 17 ºC até 22 ºC e umidade relativa do ar entre 70 e 80 %. Verificou-se também aumento da porcentagem de frutos perfeitos (em 2000), da massa do fruto e do índice de sementes/100 g de polpa dos frutos polinizados artificialmente em relação aos polinizados naturalmente.
RESUMOO pólen das anonas comerciais, cherimóia (Annona cherimola Mill.), fruta-do-conde, pinha ou ata (Annona squamosa L.) e atemóia (Annona cherimola X Annona squamosa) têm período de viabilidade reduzido. Este fato, aliado à ocorrência de dicogamia protogínica nessas plantas, demanda metodologias de conservação que promovam maior longevidade ao pólen. Objetivou-se neste estudo a aplicação de técnicas de conservação do pólen dessas fruteiras. O pólen foi coletado de flores em estádio macho e conservado em nitrogênio líquido (-196 °C) e geladeira (4-5 °C). Utilizaram-se amostras de pólen dessecadas e não dessecadas, coletadas em período seco e úmido do ano. Pólen recém-coletado e não submetido à conservação, pólen fresco (PF), foi considerado padrão. O pólen amanhecido (PA) foi utilizado após 12 horas da coleta. A viabilidade polínica foi avaliada através de testes de coloração com o corante Alexander, germinação in vitro e polinização em campo. Para a germinação, utilizaram-se dois meios de cultura, o meio A e o BK e a viabilidade foi avaliada pela taxa de emissão de tubo polínico. O PF coletado em período úmido revelou maior viabilidade em relação ao do período seco. Nos testes de germinação in vitro ocorreu emissão de tubos polínicos para as amostras de PF e PA nas primeiras 12 horas. A emissão de tubos polínicos decaiu com o tempo de conservação. Nos testes de germinação in vitro e polinização em campo, o pólen das três fruteiras, conservado em geladeira, proporcionou maior viabilidade que o conservado em nitrogênio. Nas polinizações obtiveram-se frutificações com PF e PA coletados em período úmido e em período seco e ausência de frutificações nas polinizações com pólen conservado além de três dias, tanto em nitrogênio como na geladeira. Palavras-chave:Criopreservação, coloração com Alexander, germinação de pólen in vitro, viabilidade de pólen. ABSTRACT VIABILITY AND CONSERVATION OF POLLEN FROM TREE COMMERCIAL ANNONASPollen of commercial anonas, cherimoya (Annona cherimola Mill.), curstad apple (Annona squamosa L.) and atemoya (Annona cherimola X Annona squamosa) has a short viability time. This fact associated with the occurrence of protogynous dichogamy in these plants demands methodologies for pollen conservation that increases pollen longevity. The objective of this study was to apply pollen storage procedures to these fruit trees. The pollen was collected from flowers at male stage and conservation assays were performed in liquid nitrogen (-196°C) and refrigerator (4-5°C). Pollen samples were submitted to desiccation and some were not desiccated and were collected during dry and humid periods of the year. The freshly collected pollen without desiccation was denominated fresh pollen (PF) and was used as control. The freshly collected pollen that was used in the assays 12 hours after collection was
Com o objetivo de conhecer melhor o efeito das baixas temperaturas sobre as frutíferas de clima tropical e possibilitar o desenvolvimento de novas variedades, mais tolerantes, simularam-se geadas em câmaras frigoríficas para a determinação da temperatura letal de diferentes plantas frutíferas tropicais. Os resultados permitiram classificar as espécies em três grupos: Grupo I - moderada tolerância (-4°C): condessa (Annona reticulata); goiaba (Psidium guajava); acerola (Malpighia glabra) e abacate (Persea americana) var. Geada; Grupo II - média tolerância (-5°C): conde (A. squamosa); araticum-mirim (Rollinea spp.); anona-do-brejo (A. glabra); falsa-gravioleira (A. montana); araticum-de-folha-miúda (R. ermaginata) e maracujá-amarelo (Passiflora edulis f. flavicarpa); Grupo III - acentuada tolerância (-6°C): cherimóia (A. cherimola).
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