A prática da reabilitação profissional é a resposta pública à questão da incapacidade para o trabalho, mas aqui trataremos especificamente da incapacidade decorrente de sequelas de acidentes de trabalho e de agravos de etiologia ocupacional.No mundo ocidental capitalista, a obrigatoriedade legal da prestação dos programas de reabilitação profissional está tradicionalmente vinculada aos sistemas de Previdência Social, uma vez que seus resultados positivos reduzem o tempo e, consequentemente, os custos de concessão dos benefícios previdenciários, bem como evitam a incapacidade permanente para o trabalho (MOOM; GEICKER, 1998). No Brasil, com a estatização do Seguro do Acidente de Trabalho (SAT) em 1967, os serviços de reabilitação profissional foram implantados no então Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e, desmontados na década de 1990 pelo atual Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), transformaram-se em procedimentos administrativos de retorno às empresas após alta pericial (TAKAHASHI; IGUTI, 2008).A construção teórica do modelo de atenção em reabilitação profissional é bastante escassa na literatura brasileira. A prática mostra ter potencialmente um papel socialmente mais relevante e, através de seus serviços e programas terapêuticos e de profissionalização, realiza uma intervenção estruturada com o objetivo de reduzir e superar as limitações funcionais, emocionais e sociais, intervindo no estabelecimento da incapacidade para o trabalho e possibilitando aos trabalhadores reabilitados os meios necessários para o retorno a um trabalho compatível e saudável. A eficácia e a efetividade destes programas são qualificações de resultados articulados diretamente a uma construção social mais ampla, permeada por interesses de classes e projetos políticos em disputa: o conceito de incapacidade. Da legitimidade deste processo depende a efetivação de políticas públicas de seguridade social mais abrangentes e inclusivas.Se, por um lado, as mudanças nas elaborações teóricas desta concepção, ao longo dos últimos dois séculos, refletem as transformações históricas, políticas e sociais das sociedades capitalistas ocidentais, por outro, retratam o acúmulo do conhecimento científico definidor e incorporador das ideias às práticas. Deste construto paradigmático hegemônico emanam as decisões consolidadas na implantação de políticas públicas e na organização estatal de modelos de atenção em serviços de atendimento à população com incapacidades. A evolução deste processo reflete um longo caminho de lutas políticas e conquistas sociais. Partindo da concepção de tragédia pessoal, segundo a qual a incapacidade é um problema individual e as "vítimas", por intolerância social e omissão do Estado, são confinadas ao ocultamento, contando apenas com o cuidado familiar e a benemerência da paróquia e da
INTRODUÇÃO: As doenças do aparelho respiratório (DAR) em trabalhadores são, com frequência, atribuídas ao ambiente de trabalho ou ao tipo de atividade. Poucos estudos relacionam as DAR com as condições de tempo. OBJETIVO: Este artigo tem como objetivo identificar a existência desta relação através da comparação da taxa de afastamento do trabalho com as médias mensais de variáveis meteorológicas. MÉTODOS: Para tanto, calculou-se a correlação dos afastamentos com as médias mensais de temperatura e umidade, com os valores mínimos mensais de temperatura e umidade e com a maior queda de temperatura em 24h ocorrida no mês. A série de dados meteorológicos com melhor correlação foi dividida em quartis (25%) para identificar os valores típicos de afastamento em situações extremas de temperatura ou umidade. Os afatamentos por DAR foram calculados em trabalhadores dos Correios de Santa Catarina e os dados meteorológicos foram obtidos da reanálise de modelos numéricos. O período analisado compreendeu janeiro de 2001 a dezembro de 2007, totalizando 84 meses. RESULTADOS: Os afastamentos do trabalho devido às DAR obtiveram melhor associação, em ordem de importância, com a temperatura média do mês, a temperatura mínima do mês e o maior declínio de temperatura do mês. Todas essas correlações obtiveram significância estatística de 0,1%. A umidade do ar não demonstrou associação com a taxa de afastamento. CONCLUSÃO: Conclui-se que as maiores taxas de afastamento do trabalho devido às DAR ocorrem nos meses mais frios e secos.
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