Este artigo é uma reflexão coletiva do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Movimentos Sociais (Nemos) do Programa de Estudos Pós-Graduados em Serviço Social da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, a partir dos conceitos de Scherer-Warren sobre Redes e Movimentos Sociais. As reflexões apontam para uma agenda de pesquisa que repense as novas configurações dos movimentos sociais no século XXI, suas relações com o Estado e partidos políticos e suas articulações políticas e diversidade de composição.
ste número da Revista Serviço Social & Sociedade chega ao público no momento em que o candidato da extrema direita saiu vencedor nas eleições presidenciais de 2018, que evidenciaram um processo de radicalização da política brasileira sem precedentes desde o início da Nova República, no contexto de uma profunda crise política, econômica e social, marcada pelo alto desemprego, precarização e informalização das relações de trabalho, empobrecimento da população e redução drástica dos recursos destinados às políticas sociais. A emergência da(s) direita(s) num cenário nacional e internacional de crescimento do conservadorismo de traços fascistas expõe a face hiperautoritária do neoliberalismo (Dardot; Laval, 2016) na atual quadra do capitalismo contemporâneo.
V ivemos um processo permanente de erosão de direitos e do sistema de seguridade social que, no Brasil, nem chegou a se constituir plenamente.No Brasil, tratou-se de impedir os avanços nos caminhos da truncada e inconclusa esfera pública, instaurada pela Constituição Federal de 1988 e sustentada em um pacto político que foi rompido pelas forças políticas retrógradas responsáveis pelo golpe de Estado, que levou à destituição do governo legítimo de Dilma Rousseff (Raichelis, 2018, p. 55).Essa erosão de direitos e o desmonte das políticas sociais se dão no contexto da disseminação da "nova razão do mundo", nos termos de Dardot e Laval (2016, p. 275), referindo-se ao neoliberalismo, ou melhor, ao ultraneoliberalismo dos nossos tempos bárbaros. Mais do que uma doutrina econômica, é uma nova racionalidade que corrói as relações A erosão dos direitos humanos e sociais no capitalismo ultraneoliberalThe erosion of human and social rights in ultra-neoliberal capitalism Raquel Raichelis a
Este livro representa um esforço coletivo de um grupo de pesquisadores, docentes e profissionais que se organizaram, mobilizando pesquisas e ensaios produzidos em torno da temática — trabalho social na política de habitação — com o objetivo de oferecer contribuições ao debate da formação e do exercício profissional, contribuições essas tangenciadas pela sua inscrição na totalidade histórica e pela necessária reflexão sobre o seu caráter político. Os doze artigos que constituem essa coletânea estabelecem um diálogo profícuo com a política de habitação, uma política que, pela sua natureza (afinal, a casa é um bem na sociabilidade do capital) e dadas as configurações históricas e políticas da realidade brasileira, tem tido seus programas e projetos sistematicamente refuncionalizados e ressignificados. Em síntese, o conjunto de artigos desta obra estimula a pensar a política e as dimensões que a subordinam à dinâmica econômica neoliberal, cuja lógica societária mercantil se estende a todas as esferas da vida. E estimula a pensar que compreender essa subordinação é fundamental para desembocar em movimentos e ações na defesa dos direitos, particularmente, no direito à moradia e à cidade.
Serviço Social e as relações sociais de classe, gênero, raça/etnia e a perspectiva decolonial Social Work and the class, gender, race/ethnicity social relations and the decolonial perspective Rosangela Dias Oliveira da Paz a http://orcid.
Em 2016 comemoramos 80 anos do Serviço Social brasileiro, um percurso marcado pela disputa de direção política na intervenção profissional, na produção acadêmica e na organização social da categoria.A revista Serviço Social & Sociedade, neste número especial, presta sua homenagem às(aos) assistentes sociais brasileiras(os) que construíram com suas lutas a história da profissão e da área de conhecimento em nosso país.No contexto desta trajetória, a revista tem um lugar importante de difusão da produção acadêmica e profissional, estimulando o debate plural e democrático de ideias, de concepções, de polêmicas teórico-metodológicas, num movimento constante de diálogo com a realidade. Como já nos ensinava o professor Florestan Fernandes, Só com base nos resultados de investigações metódicas é possível evitar os riscos da improvisação ou do conhecimento imperfeito da realidade. Contudo, achamos que, em certas circunstâncias, é preferível romper o silêncio e discutir as coisas de modo subjetivo, a conservar a reflexão sociológica afastada dos problemas cruciais da atualidade. (Fernandes, 2008, p. 269
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