O Núcleo de Antropologia Visual do PPGAS/UFRGS foi desenvolvido como um dos principais projetos do Laboratório de Antropologia Social criado pelo Programa em novembro de 1989. Desde então, o Laboratório oferece aos pesquisadores, professores e alunos, uma infra-estrutura para a pesquisa que lhes dá acesso às informações já existentes, através de um banco de dados informatizado, além de recursos técnicos para documentaçäo audiovisual. Entre outros, o Projeto de Antropologia Visual foi dinamizado como uma importante iniciativa para a divulgação do material etnográfico produzido por pesquisadores e para a discussäo do uso de técnicas audiovisuais na pesquisa antropológica. Através das pesquisas em andamento dos professores no PPGAS e financiamento solicitado para o desenvolvimento das mesmas, foram obtido recursos audiovisuais colocados a disposiçäo dos pesquisadores para documentar suas atividades. Paralelamente foi desenvolvido um programa de estímulo teórico e metodológico da Antropologia Visual na pesquisa. Topicamente este projeto tem por objetivo dar apoio técnico-metodológico as diversas linhas de pesquisa do Laboratório, dentro de um esquema de prioridades elaborado pela equipe do Núcleo e seus colaboradores. Igualmente, se destaca a promoção de debates sobre as técnicas e metodologias audiovisuais entre os alunos do PPGAS e graduação, esclarecendo questöes técnicas e teóricas, e por fim estimulando e orientando a utilizaçäo dos recursos disponíveis no Laboratório. Neste sentido, a sistemática de trabalho do Núcleo se compõe de dois campos prioritários de atuação, sendo o primeiro referente à preocupação de base didática, ou seja, a promoção de encontros mensais onde se discute teoricamente textos básicos da área, bem como administração de palestras e aulas junto as disciplinas de graduação e pós-graduação. O segundo consiste no planejamento e acompanhamento da utilização dos recursos audiovisuais nas atividades de pesquisa, onde a atuação da equipe se dá diretamente, indo a campo junto com os pesquisadores na coleta de dados, ou indiretamente, qualificando pessoas especificamente ligadas a estas linhas de pesquisa no manuseio básico dos equipamentos e orientando a captaçäo e a organizaçäo do material coletado. Um outro campo de atuação que se destaca é a preocupação em compor um arquivo com registros em vídeo de palestras, seminários, entrevistas com pesquisadores e professores visitantes e defesas de dissertações de mestrado e doutorado. Estas atividades ocorrem em convênio com o Projeto História da Antropologia no Rio Grande do Sul. Além destas atividades de apoio a pesquisa e ao ensino, o projeto tem por objetivo promover o intercâmbio com outras instituiçöes de ensino e pesquisa de informaçöes e trabalhos referentes a antropologia visual, o que resulta na organização de eventos de porte nacional e internacional.
RESUMODiscutir como professores de Ensino Médio, que não correspondem ao modelo de masculinidade hegemônico vigente em nossa sociedade, constroem e experienciam seus corpos e suas masculinidades na relação com atividade docente: nisso constituiu-se o objetivo deste texto. Analiso excertos narrativos, obtidos em entrevistas semiestruturadas, de cinco professores (Coringa, Davi, Dionísio, Híbrido e Ricardo) para tecer considerações que sugerem que os corpos e as masculinidades não hegemônicos dos professores são potencializados em seu processo constitutivo, nos encontros que estabelecem com os discentes. A sala de aula e outros espaços da escola tornam-se pontos de encontros onde ocorrem trocas de saberes, experiências e afetos que produzem transformações nos corpos e nos modos de ser homem desses sujeitos. A relação pedagógica entre alunos/as e professores torna-se um espaço produtor de heterotopias: forças desejantes e criativas que incidem sobre a construção de corporeidades-masculinas-docentes, isto é, neles instaura uma nova estética da existência.Palavras-chave: corpo; masculinidades; docência; estética da existência. ABSTRACTDiscuss how school teachers, who do not correspond to the existing hegemonic model of masculinity in our society, build and experience their bodies and their masculinities in relation to teaching activity: therein was-if the objective of this text. Analyze narrative excerpts, obtained in semi-structured interviews, five teachers (Coringa, Davi, Dionísio, Híbrido end Ricardo) to make considerations suggest that the bodies and non-hegemonic masculinities of the teachers in question are enhanced in the process of incorporation in establishing meetings with the students. The classroom and other spaces of school-points are make meetings where occur exchange of knowledge, experience and affections producing transformations in bodies and modes of being human these subjects. The relationship between students/pedagogical and teachers, makes a space-producer: heterotopias desire and creative forces which relate to the construction of corporities-male-teachers, that is, in them introduces a new aesthetics of existence.Keywords: body; masculinities; teaching; aesthetics of existence. (In)tensõesEsta escritura corresponde a uma passagem da minha dissertação de mestrado, onde trago para a arena o debate sobre a criação do corpo-masculino-docente. A partir de narrativas obtidas sob forma de entrevista, ergo problematizações em torno de acontecimentos biográficos narrados por cinco (5) professores e que por eles são associados ao processo de invenção de seus corpos e masculinidades. Procuro compreender como esses professores ─ que do ponto de vista da masculinidade hegemônica não estão integrados ─ constroem e experienciam corpos-masculinos-menores 1 na relação com o exercício da docência no Ensino Médio.Ao longo do texto, utilizo como objeto de reflexão excertos das falas concedidas por educadores em atividade e identificados pelos seguintes pseudônimos: Coringa, Davi, Dionísio, Híbrido e Ricardo. A d...
RESUMOEsta escritura configura-se como um desdobramento de minha pesquisa de mestrado, que investigou o modo como professores de Ensino Médio experenciam a insubmissão à masculinidade hegemônica e constroem seus corpos e suas masculinidades na relação com a atividade docente. Analiso excertos das narrativas dos professores obtidas por meio de entrevistas de modo a discutir o complexo imbricamento entre as relações afetivas da/na docência, o corpo docente e suas masculinidades e a artistagem de si. Para tal análise, dialogo, principalmente, com autores como Michel Foucault, Gilles Deleuze e Nietzsche. O corpo dos professores é aqui compreendido como plano de inscrição e veículo das forças afetivas e vibratórias que por ele passam e que os coloca em movimento de desterritorializações e reterritorialização: forças-fluxos que vibram corporalmente e possibilitam outras subjetivações, bem como engendram variações em suas performatividades de gênero.Palavras-Chave: Corpo. Docência. Masculinidades. Subjetivação. TEACHING AS A SPACE FOR REINVENTION OF MALE BODY:resistance and subjectivity ABSTRACT This scripture is configured as an offshoot of my master's research, which investigated how high school teachers experienced the "refusal to submit to hegemonic masculinity" and build their bodies and masculinity in relation to teaching. I analyze excerpts from teachers' narratives obtained through interviews in order to discuss the complex interweaving among affective relations from/in teaching, the faculty and their masculinity and their own artistic performance of themselves. For this analysis, I dialog mainly with authors such Michel Foucault, Gilles Deleuze and Nietzsche. The body of teachers is here understood as a plan and vehicle of affective and vibrational forces which pass through it, and that puts them in motion and reterritorialization un-reterritorialization: flow-forces that vibrate bodily and enable other subjectivity, as well as engender variations in their performativity of gender.Keywords: Body. Teaching. Masculinities. Subjectivity. LA DOCENCIA COMO ESPACIO DE REINVENCIÓN DEL CUERPO DE LOS HOMBRES:resistencia y subjetivación RESUMEN Esta escritura está configurada como un desdoblamiento de mi investigación del grado de maestría, que investigué el modo como profesores de Enseñanza Secundaria (o Media) tuvieron experiencia de insumisión masculinidad hegemónica y construyen sus cuerpos y su propia masculinidad en la relación con la actividad docente. Analizo extracto de narrativas de los profesores obtenidas por
ResumoNesse texto buscamos cartografar, a partir de uma interlocução com autores como Deleuze e Guattari e Nietzsche, o processo de variação-deslocamentomultiplicação do corpo masculino docente, a estética das sensibilidades e os agenciamentos corporais que os encontros pedagógicos inspiram. O corpo-docente-masculino, suas variações e (in)conformidades, será tomado como plano de inscrição e veículo das forças afectivas e vibratórias que por ele passa e o coloca em movimento de territorialização, desterritorialização e reterritorialização. Problematizaremos, assim, o lugar do encontro pedagógico como possível dispositivo maquínico, apontando para a ideia de que os agenciamentos produzidos a partir daí operam na criação de experimentações corporais que deslocam o corpo masculino dos lugares consagrados pela norma e o aproxima do corpomasculino-marginal, prenhe de devires e (des)organizado: corpo sem orgãos.Palavras-chave: corpo, docência, masculinidades, criação. The body teaching male: its variations and (in) conformities AbstractIn this text we attempt to map from a dialogue with authors such as Deleuze, Guattari and Nietzsche the process of change-shift-multiplication of the male body teaching, aesthetic sensibilities and bodily assemblages that inspire pedagogical meetings. The body-teaching-male and its variations (in) conformities will be taken like a registration plan and vehicle of emotional and vibratory forces which pass by and turn him on territorialisation, deterritorialization and reterritorialization movement. So, we question the pedagogical meeting place as a possible device mechanic, pointing to the idea that the assemblages produced from this place operate in the creation of body experiences that move the male body from the places consecrated by the standard approach to the male-bodymarginal, replete with becoming and organized: body without organs.
Essa escritura fala sobre os encontros realizados no projeto “Acolhe PIBID”, que promoveu grupos de atenção psicossocial em Educação e Saúde para professoras e demais trabalhadoras de uma escola estadual da Grande Florianópolis, durante a pandemia da Covid-19. Trata-se de uma experiência produzida com estudantes do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID), do Curso de Pedagogia da UFSC, e que buscou atender à demanda de escuta e diálogo sobre as aflições da/na docência durante a pandemia. Foram construídas cinco rodas de conversa pelo Google Meet, com um tempo médio de duração de duas horas, que ocorreram quinzenalmente, no período noturno. Os temas e as rodas privilegiaram a criação de um processo de olhar/sentir/pensar as “veias abertas”, de falar sobre os matizes da violência no ofício de ser professora, atravessada pelos desafios de uma pandemia, agravada pelo (in)gerenciamento da crise sanitária no Brasil. Com essas mediações e intervenções cumprimos uma função psicossocial de relevo no que diz respeito à necessidade de, simultaneamente, cuidarmos de nós e dos/as outros/as por meio de diferentes modalidades de encontros. Afinal, produzir redes de cuidado e proteção, afirmando a alegria como potência de vida, no sentido de aprender e ensinar formas coletivas de resistir às violências e produzir saúde, é uma das tarefas ético-estético-políticas e pedagógicas da educação.Palavras-chave: saúde docente; pandemia; proteção à vida; alegria.
Este texto constitui-se como uma narrativa reflexiva de experimentações ético-estético-afetivas. Escrevemos a partir de uma experiência implicada com a produção de inteligibilidades sobre práticas de cuidado da infância em uma comunidade escolar. A cartografia, que reivindica a inseparabilidade entre fazer e conhecer, constitui-se como o dispositivo metodológico por nós eleito para a realização desta pesquisa-intervenção-experimentação. O Núcleo de Estudos e Acolhimento às Questões Escolares - NEAQUE foi o nosso ponto de partida, é o lugar desde onde ocupamo-nos com a tarefa de descolonização psicopedagógica das infâncias. Neste núcleo investimos no engendramento de heterotopias desnormatizadoras de ações voltadas para a educação e o cuidado das crianças nas instituições educacionais, na clínica e na comunidade. Nesta escrita cartográfica, subscrevemos que a escola tomada como território de disputas maniqueístas, produz apenas vida ou morte. Mas, para além do bem e do mal, como território ético-estético-político-afetivo, pode produzir micro-revoluções: heterotopias de uma infância bela, acontecimentalização da existência.
Este ensaio diz das tantas questões suscitadas pelo filme “Mother of George”, de Andrew Dosunmu, EUA, 2013. Falamos aqui sobre aquilo que nos aconteceu enquanto espectadores(as) da obra. Compartilhamos o modo como os nossos corpos e olhares foram atravessados pelo filme, quer dizer, o estado de sensibilização estético-política instaurado em nós. Com essa intenção, apresentamos rastros deste encontro com os personagens Adenike e Ayodele, casal nigeriano que vive no Brooklyn e tece cotidianamente as linhas que envolvem a (im)possibilidade de conceber um bebê. Como expectadores(as) inquietos(as), somos envolvidos(as) pela vida que pulsa em um cenário no qual gênero, alteridade, natalidade, tradição, matriarcado, sofrimento, cuidado e arranjos familiares anunciam formas de (re)existência à cidade e ao grotesco emoldurado pelos olhares da branquitude. Acompanhamos os passos dos(as) personagens pelas avenidas da cidade e ao seguir suas marcas viajamos entre rapidez, lentidão, desterritorialização e acontecimentos que dão contorno, movimento e desfecho ao filme.
RESUMO: O presente artigo foi desenvolvido a partir de uma experiência prática em Estágio Básico, vinculada ao componente curricular "Planejamento e Intervenções Socioeducacionais", em um curso de Psicologia. A intervenção, resultado do estudo teórico e metodológico sobre a produção de "bons encontros" (NOVIKOFF; CAVALCANTI, 2015) no que se refere à percepção do Eu e do Outro, ocorreu favorecendo os processos comunicacionais e de autopercepção em um grupo do 4º Ano do Ensino Fundamental de uma Escola Pública. Discutimos neste artigo as expectitivas do trabalho dos psicólogos nas escolas, comumente associado a uma cultura institucional individualizadora, e os desafios da instauração de uma modalidade de atuação profissional tramada por princípios ético-estéticopolítico. Concluímos que o que se espera dos psicólogos na escola é a (re)produção de intervenções clínico-terapêutucas, voltadas para o ajuste, adaptação e normatização das crianças e seus processos de aprendizagem. PALAVRAS-CHAVE:Psicologia escolar e educacional. Intervenção socioeducacional. Bons encontros. RESUMEN:El presente artículo fue desarrollado a partir de una experiencia práctica en Etapa Básica, vinculada al componente curricular "Planificación e Intervenciones Socioeducativas", en un curso de Psicología. La intervención, resultado del estudio teórico y metodológico sobre la producción de "buenos encuentros" (NOVIKOFF; CAVALCANTI, 2015) en lo que se refiere a la percepción del Yo y del Otro, ocurrió favoreciendo los
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