Constatações cotidianas no fazer comunicação apontam para uma lacuna significativa entre as intenções dos profissionais e de suas organizações e a efetiva atração, retenção e transformação de públicos de interesse. Há uma distância considerável entre a projeção da identidade e a percepção gerada, o que evidencia que informar e comunicar são instâncias muito diferentes no processo de relacionamento e de diálogo. Isto é ainda mais radical numa época de multiprotagonismo, adensamento das fontes de confiança e sobrecarga de mensagens circulantes. É neste panorama que o presente estudo foi motivado e proposto: como busca por inspiração e por uma nova lógica de pensamento na estruturação de conteúdos de e sobre organizações. A proposição é reunir, observar, analisar, entender, esquematizar e auxiliar a aplicar o formato narrativo do storytelling, especialmente aquele baseado na experiência da fonte evocadora. Trata-se de suscitar a rememoração de histórias de vida e seu entrelace com a trajetória no tempo de agentes organizacionais, derivando conteúdos mais envolventes, significativos e memoráveis. O paradigma narrativo se afasta do tradicional linguajar objetivo, quantitativo, superficial e facilmente esquecível da comunicação organizacional e dá uma abertura para as afetividades e uma linguagem de encontro, compreensão, qualidade e reencantamento das relações, aplicada a estratégias de compartilhamento de organizações geridas em ambientes humanizados. Além de revisão bibliográfica, é feita uma análise de conteúdo audiovisual institucional de 10 organizações, pela técnica da análise estrutural da narrativa, e proposta uma matriz estruturante de elementos em storytelling. Tudo está a serviço da melhor compreensão das interfaces da Comunicação com ações de responsabilidade histórica e suas narrativas decorrentes, num recurso plenamente adequado a um panorama de reconhecimento da multiplicidade de vozes e do descentramento do sujeito. O storytelling pode ser a voz deste novo tempo: conversacional, inclusivo, colaborativo, afetivo, duradouro e memorável.
Relações mais abertas e cooperativas dentro das organizações, com fluidez a múltiplas vozes e baseadas na confiança, deve ser alvo do planejamento de comunicação. Para conhecer uma empresa, avaliá-la com coerência e responsabilidade, é preciso olhar sua trajetória no tempo, na perspectiva histórica, que contém todas as responsabilidades – cumpridas ou não. Este artigo faz uma discussão teórica sobre a força da memória organizacional como legitimadora das diretrizes comunicacionais e do storytelling como recurso narrativo de confiança e de identidade, dando base às organizações polifônicas.
Constatações cotidianas no fazer comunicação apontam uma distância considerável entre a projeção da identidade e a percepção gerada, o que evidencia que informar e comunicar são instâncias muito diferentes no processo de relacionamento e de diálogo. Isto é ainda mais radical numa época de multiprotagonismo, adensamento das fontes de confiança e sobrecarga de mensagens circulantes. É neste panorama que o presente estudo foi motivado e proposto: reunir, observar, analisar, entender, esquematizar e auxiliar a aplicar o formato narrativo do storytelling, especialmente aquele baseado na experiência da fonte evocadora. Trata-se de suscitar a rememoração de histórias de vida e seu entrelace com a trajetória no tempo de agentes organizacionais. É feita uma análise de conteúdo audiovisual institucional de dez organizações, pela técnica da análise estrutural da narrativa, e proposta uma matriz estruturante de elementos em storytelling.
Resumo É importante, para a comunicação nas e das organizações, encontrar uma sintonia com indivíduos e grupos de interação num tempo de multiprotagonismo. Este artigo postula que o resgate histórico, através da contação de histórias ou storytelling, conforma-se num formato atrativo e de repercussão, dando visibilidade à mensagem oficial mesmo na diversidade de fontes emissoras e de apelos retóricos. Para além da identificação de componentes estruturais, o texto também focaliza outras dimensões da construção narrativa, como sobre sua relação com a experiência humana.
O artigo busca analisar os estudos de memória e seus efeitos para a comunicação organizacional. A ideia de uma histporia ambígua e mutável e as mudanças no conceito de tempo incorporam novos temas para as narrativas, trazendo para este campo a dimensão do simbólico e evidenciando que uma organização voltada somente para a produtividade desqualifica e empobrece as experiências de seus membros. Os comunicadores precisam atentar para essas transversalidades temáticas.
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