A família vem sofrendo transformações ao longo dos últimos anos. Devido a mudanças na forma de se organizar, a família não tem mais correspondido ao modelo nuclear burguês, composto por pai, mãe e filhos. A chamada "desestruturação familiar" é frequentemente utilizada para designar problemas nas famílias de grupos populares, decorrentes da pobreza e desamparo social. Tal concepção torna estas famílias foco privilegiado de políticas e intervenções por parte do Estado. Por identificar nestes contextos populares situações de violências e maus-tratos voltados para as crianças e adolescentes, o Estado muitas vezes entra na "privacidade" dessas famílias, impondo-lhes leis a respeito do modo "correto" de criação e educação dos filhos sem, no entanto, oferecer o suporte e o auxílio necessário para desempenhar suas funções parentais. Desta forma, neste artigo, destaca-se a importância da família como local privilegiado para o desenvolvimento de crianças e adolescentes, problematizando as intervenções do Estado neste contexto.
O presente estudo teve por objetivo investigar a função de cuidar na perspectiva das educadoras de berçário. Participaram desse estudo quinze educadoras de berçário de duas creches públicas federais de Porto Alegre/RS. As educadoras responderam a entrevistas e as suas respostas foram examinadas através de análise de conteúdo qualitativa. Os resultados evidenciaram que as educadoras consideram o bebê como foco do seu trabalho, estando o serviço da creche voltado para o atendimento das suas necessidades. Contudo, cuidar de bebês é uma tarefa emocionalmente exigente. Frente a isso, destaca-se a importância de se oferecer condições adequadas de trabalho para as educadoras e espaços de escuta para que elas possam realizar as suas funções.
Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada. http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR Artigo originAl ISSN 1980-8623 Fathers' involvement during the baby's 12 months AbstractThis study aimed to investigate the paternal involvement of 35 parents (18 to 40 years old), whose child was 12 months old. The fathers answered an interview and their answers were examined through qualitative content analysis, based on three dimensions of paternal involvement: interaction, availability and responsibility. Fathers reported getting involved with the child according to the specific needs and skills of 12 months old when the baby becomes more responsive. However, some parents reported not having the necessary skill to take care of a baby, which can contribute to a reduced involvement with the child. The study results evidence that fathers have showed the competency to deal with a baby with new skills, even if, at times, they seemed to have difficulty or even preferred that the mother perform certain activities. Envolvimiento paterno a los 12 meses de vida del bebé ResumenEste estudio tuvo como objetivo investigar lo envolvimiento paterno de 35 padres (18 a 40 años), cuyo hijo tenía 12 meses de edad. Los padres respondieron a una entrevista y sus respuestas se examinaron mediante análisis de contenido cualitativo, basado en tres dimensiones de lo envolvimento paterno: interacción, disponibilidad y responsabilidad. Los padres informaron de involucrarse con el niño de acuerdo a las necesidades y capacidades específicas de los 12 meses de edad, cuando el bebé se vuelve más responsivo. Sin embargo, algunos padres reportaron no tener la habilidad necesaria para cuidar de un bebé, lo que puede contribuir a una participación reducida con el niño. Los resultados del estudio muestran que los padres han demostrado ser competentes para ocuparse de un bebé con nuevas habilidades, aunque, a veces, parece que tienen dificultad o incluso prefiere que la madre realizar ciertas actividades.Palabras clave: Envolvimiento paterno; Relaciones padre-niño; Paternidad.
ResumoEste trabalho objetivou analisar a relação mãe-bebê, em virtude da importância desta na construção de vínculos afetivos e para o desenvolvimento infantil. Para tanto, foi realizada observação da relação mãe-bebê em atendimentos do Programa da Criança de uma unidade básica de saúde, utilizando-se do instrumento Indicadores Clínicos de Risco ao Desenvolvimento Infantil como guia. Posteriormente foram realizadas entrevistas semiestruturadas com as mães, com o intuito de complementar as observações. Integraram o estudo cinco díades mãe-bebê. Pôde-se perceber que as mães se mostraram adaptadas e identificadas com os bebês. Ressalta-se o bom vínculo mãe-bebê presente nas díades, havendo investimento afetivo recíproco. Constatou-se que as mães têm rede de apoio que as auxiliam nos cuidados com os bebês, fornecendo-lhes apoio emocional. O Programa da Criança também foi percebido pelas mães como rede de apoio, contribuindo para a construção de um bom vínculo por meio do cuidado, sendo um importante dispositivo de promoção de saúde na rede pública.Palavras-chave: Desenvolvimento infantil. Relação mãe-bebê. Promoção de saúde.
RESUMO O estudo investigou o envolvimento paterno de 27 pais adultos que tinham um filho/a com 24 meses. As respostas dos pais foram examinadas através de análise de conteúdo, com base em três dimensões: interação, disponibilidade e responsabilidade. Os resultados revelaram que os pais se relacionavam com o filho conforme as necessidades e capacidades da criança, entre elas a de mais autonomia. Os pais relataram que se envolviam em atividades de cuidado, sobretudo auxiliando o filho a dar conta de suas demandas. Também destacaram que interagiam e estavam disponíveis para o filho e revelaram preocupações sobre ele. Entretanto, a participação do pai foi percebida como menor quando comparada à da mãe, mesmo quando o pai compartilhava os cuidados e as responsabilidades.
Children's mentalizing capacity may influence the therapeutic process in psychodynamic therapy. The literature points to the need to tailor the therapeutic intervention to the particular configuration of clinical and developmental problems presented by the children and recommends a shift in technique in the case of severely disturbed or traumatized patients with impaired mentalizing capacity. The aim of this study was to explore the therapeutic process in psychodynamic therapy with school-age children with different kinds of difficulties and mentalizing profiles. A longitudinal design based on the systematic case study method was adopted. Three children with different baseline mentalizing capacities and their psychotherapists participated. Two hundred seventy-three psychotherapy sessions were analyzed using the Child Psychotherapy Q-Set (CPQ) in order to identify the relationship patterns between patient and therapist. Different interaction structures were identified.When the child presented with a more developed mentalizing capacity at baseline, the treatment was more similar to a standard psychodynamic approach. When mentalization capacity was impaired, more directive, supportive and empathic interventions were observed. A child's capacity for mentalization appears to impact the therapeutic process, with the adoption of certain therapeutic approaches and specific techniques depending on the child's own baseline capacity to mentalize.
O presente estudo objetivou investigar a forma como meninos pertencentes a grupos populares representam suas famílias. Com esse intuito, realizou-se um estudo qualitativo com a aplicação da técnica do desenho-estória. Participaram do estudo seis meninos, com idade entre oito e doze anos incompletos. A avaliação dos dados coletados deu-se por meio de análise de conteúdo. Os resultados mostram que os meninos têm uma percepção interna de família idealizada, que não corresponde à família real. A figura da mãe recebeu um investimento maior quando comparada com os demais membros da família. Por outro lado, o pai não recebeu igual destaque, figurando da mesma forma que outros integrantes do grupo familiar, apontando uma posição fragilizada da figura paterna. Também se fizeram presentes alguns membros da família extensa, indicando a importância destes na organização e no funcionamento das famílias de grupos populares.
RESUMO.O estudo teve como objetivo investigar como crianças que estão em atendimento psicológico na rede básica de saúde representam a sua terapia. Realizou-se um estudo qualitativo com a aplicação do desenhoestória. Participaram oito crianças com idades entre cinco e doze anos incompletos. Foi solicitado às crianças que realizassem três desenhos-estórias. A análise dos dados foi feita através de análise de conteúdo. Os resultados evidenciam que as crianças percebem a psicoterapia como um espaço destinado tanto para brincar quanto para falar sobre si. O destaque dado aos recursos lúdicos e ao conversar salienta a valorização destes enquanto dispositivos terapêuticos que lhes possibilitaram abordar e trabalhar os seus conflitos. Além disto, o tratamento foi experienciado como um lugar destinado à realização de mudanças com o intuito de alcançarem ganhos terapêuticos e melhorarem. As considerações finais destacam a possibilidade da implantação de serviços de qualidade em instituições públicas de saúde, visto que os dados não apontam distinção entre o atendimento psicológico público e o privado. Palavras-chave:Psicoterapia da criança; saúde pública; psicoterapia psicanalítica. THE REPRESENTATION OF PSYCHOTHERAPY IN CHILDREN TREATED IN PUBLIC HEALTH INSTITUTIONABSTRACT. This study aimed to investigate how children represent their therapy under psychological care in basic health institution. For this purpose, a qualitative study was carried out, using the draw and tell a story procedures. Eight children between five and twelve years old participated in this study. Children were asked to perform three drawingstories. The data analysis was performed using content analysis. The results show that children have a representation of psychotherapy as a place to play and to talk about themselves. The emphasis given by children to the ludic resources and conversations points out to the importance of these therapeutic tools since they help children to approach and work on their conflicts. Moreover, the treatment was experienced by children as a place where changes happen in order to achieve therapeutic gains and improvements. The final considerations highlight the possibility of having services of quality in public health institutions, since the data do not point out to a distinction between public and private psychological care.. Key words:Child psychotherapy; public health; psychoanalytic psychotherapy. REPRESENTACIÓN DE PSICOTERAPIA EN NIÑOS ATENDIDOS EN INSTITUCIÓN PÚBLICA DE SALUDRESUMEN. El estudio tuvo por objetivo investigar cómo los niños que están en atención psicológica en la red básica de salud representan su terapia. Se realizó un estudio cualitativo con la aplicación del diseño-historia. Participaron ocho niños con edad entre cinco y doce años incompletos. Fue solicitado a los niños que realizaran tres diseños-historias. El análisis de los datos fue a través de análisis de contenido. Los resultados evidencian que los niños tienen una representación de psicoterapia como un espacio destinado tanto para jugar como de...
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