D urante estadia no México como bolsista do CNPq, tive a oportunidade de conversar algumas vezes com o professor Rodolfo Stavenhagen. A partir disso surgiu a idéia de realizar uma entrevista com o professor a ser gravada em vídeo e que pudesse servir de material didático audiovisual. A idéia inicial foi a de elaborar um número pequeno de perguntas que lhe permitissem discorrer acerca de sua trajetória como antropólogo, intelectual e relator especial da ONU, tratando igualmente das atividades de pesquisa, mediação política e formação de jovens pesquisadores. A elaboração das perguntas foi feita em colaboração com Vilson Cabral Junior, da Unochapecó, pesquisador de movimentos sociais indígenas. A entrevista se deu no dia 8 de outubro de 2009 e foi filmada por Daniel Correa Rojo.Quero observar que essas perguntas não refletiam nem uma pequena parte das curiosidades de ambos os entrevistadores, que passam ainda pela presença do professor Stavenhagen no Brasil (no Centro Latino-Americano), pela sua participação no acompanhamento aos Acordos de San Andrés entre o governo mexicano e o EZLN e pelo apoio à resistência à represa de La Parota, entre outros temas (mas isso seria assunto para outras tantas entrevistas).O texto que está sendo publicado é a transcrição dessa entrevista. A pedido dos editores de Sociedade e Cultura, elaborei algumas notas sobre os textos de Rodolfo Stavenhagen citados na entrevista e um resumo do currículo do professor que está inserido como anexo final. 3 Roberto Lima EntrevistaRoberto Lima: A primeira pergunta, professor, é sobre a sua produção antiga. Um dos textos que lhe deixaram famoso foram as "Sete Teses Equivocadas sobre América Latina" (1965). 4 A pergunta é: dessas teses 1 Professor de antropologia na UFG. Esse trabalho contou com apoio do CNPq (bolsa PDE).2 Doutorando em antropologia social pela Unicamp.3 Agradeço a Mirela Adriele da Silva pela transcrição, a Elia Josefa Aguilar Hernández pela revisão e ao Professor Stavenhagen pela leitura final.4 O artigo "Siete tesis equivocadas sobre América Latina" foi primeiro publicado no jornal mexicano El Día, em 25 e 26 de julho de 1965. O texto critica sete teses sociológicas que apesar de já terem sido comprovadas como falsas, continuavam sendo repetidas, muitas vezes de forma dogmática. Elas são: "os países latino-americanos são sociedades duais"; "o progresso na América Latina se realizaria mediante a difusão dos produtos da industrialização nas zonas atrasadas, arcaicas e tradicionais"; "a existência de zonas rurais atrasadas,
Este texto quer trabalhar rapidamente dois exemplos de construção de imaginário da nação que se desenvolveram nos dois mais extensos países da América Latina, Brasil e México. Considera-se que sertão e mesoamérica são dois mitos da construção desses dois estados-nação, respectivamente. Partindo de fragmentos de algumas narrativas, são escolhidos e analisados alguns mitemas para mostrar, nas suas cadeias de relações, algumas semelhanças e diferenças entre esses dois mitos fundadores que ao fim se percebem partes de um mito maior: da conquista, colonialismo e modernidade.
O dossiê apresenta alguns trabalhos resultado de diálogos entre cientistas sociais do México e do Brasil. Os artigos incluídos aqui são o resultado de uma longa conversa entre cientistas sociais associada ao estudo e gestão de grandes projetos de infra-estrutura ou megaprojetos, construídos sobre rios ou corpos de água. Em 2016, os organizadores deste dossiê, Roberto Lima (UFS) e Roberto Melville (CIESAS) encontraram-se no México e organizaram um primeiro evento no CIESAS da Cidade do México, para explorar as responsabilidades sociais dos cientistas ligados de várias maneiras a estes projetos hidráulicos. No ano seguinte, lançamos uma nova chamada de trabalhos, para nos reunirmos em uma mesa redonda no Congresso Latino-Americano de Antropologia, realizado em Bogotá. E finalmente, estamos agora publicando alguns dos artigos que atenderam à chamada da Revista O Publico e O Privado em 2021.
O presente artigo tem por objetivo apresentar de forma sucinta a história e o desenvolvimento dos cursos de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG) desde sua criação até hoje. Para construir esse texto, entrevistamos alguns professores com muitos anos de casa e recolhemos relatórios e memoriais de outros professores, já aposentados, que versavam sobre o curso de Ciências Sociais, além de pesquisa documental.Palavras-chave: memória, cursos de ciências sociais, UFG. Anos 1960: gênese e formaçãoO presente relato tem por objetivo apresentar de forma sucinta a história e desenvolvimento dos cursos de Ciências Sociais da Universidade Federal de Goiás (UFG). Por esta razão, muitas reminiscências que deveriam fazer parte deste trabalho lamentavelmente não estarão aqui literalmente apresentadas, mas com toda certeza elas compõem como os imprescindíveis a trama que comporta toda e qualquer narrativa. Assim, seguiremos as asseverações de Benjamin, para quem, "articular historicamente o passado não signi ca conhecê-lo 'tal como foi'. Signi ca apropriar-se de uma recordação, tal como relampeja no momento de um perigo".Claro que essa história carrega dentro de si outras, e, como não poderia deixar de ser, muitas contradições e pontos obscuros. Para construir esse texto, entrevistamos alguns professores com muitos anos de casa e recolhemos relatórios e memoriais de outros professores, já aposentados, que versavam sobre o curso de Ciências Sociais.1. Esse texto foi originalmente redigido para uma coletânea comemorativa dos 50 anos da UFG. Por insondáveis motivos acabou não sendo publicado. Os autores agradecem aos organizadores do dossiê 50 anos do Curso de Ciências Sociais pelo interesse em publicá-lo. Agradecemos também ao professor Francisco Rabelo, que, além de conceder uma entrevista, leu uma versão anterior e corrigiu muitas falhas. As que porventura permanecem são de responsabilidade dos autores.
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