Resumo O artigo analisa a representação do índio na literatura brasileira contemporânea, a partir da leitura de O rastro do jaguar (2009), primeiro romance do jornalista Murilo Carvalho. A obra inscreve-se numa linha ficcional de questionamento da formação histórica da nação. A análise destaca a opção por recuperar a memória histórica de dois povos indígenas, os botocudos e os guarani, confrontando os projetos divergentes das nações indígenas e da nação brasileira.
Estamos aqui, apesar dos tempos sombrios. Aqui estamos pelo direito de ser diferente e viver porque somos iguais nas diferenças.Graça Graúna, em "Ao redor da fogueira"Os versos iniciais do poema de Graça Graúna iluminam este dossiê sobre literatura indígena de autoria feminina. Mulheres, homens, crianças, anciãos se reúnem ao redor da fogueira. Um passa para o outro o que ouve do outro nestes tempos sombrios da indiferença, lançando fagulhas luminosas sobre o anseio de igualdade nas diferenças. Há quem sabe mais porque é mais velho. Há quem realiza mais porque é mais novo. Centelhas lembram que, no contexto atual do movimento de afirmação das culturas dos povos originários observado nas Américas, a literatura indígena de autoria feminina ocupa um lugar de destaque no processo de superação da invisibilização étnica.
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