ResumoIntrodução: O objetivo deste estudo foi avaliar a sintomatologia depressiva em mulheres climatéricas com a escala de depressão CES-D (Center for Epidemiological Studies Depression Scale), do National Institute of Mental Health (EUA). Método: Estudo transversal com 151 mulheres entre 40 e 65 anos de idade, usuárias de serviço de ginecologia geral em unidade de atenção básica à saúde no Rio de Janeiro. Aplicou-se a escala CES-D e um questionário estruturado para a obtenção de dados sociodemográficos, clínicos e ginecológicos. O nível de corte > 15 pontos na CES-D foi considerado como indicativo de quadro depressivo. Resultados: A média de pontuação da amostra foi de 9,2 pontos (desvio padrão = 9,0). Os itens mais pontuados da escala foram relativos à insônia, tristeza e desânimo. Não houve associação significativa entre os escores e o período climatérico, características sociodemográficas, clínicas ou ginecológicas, exceto para as mulheres com presença de sintomas psíquicos, histórico depressivo pregresso e uso atual de antidepressivos (p = 0,000). Entre as 32 mulheres (21%) com pontuação > 15 na CES-D, 72% referiram episódio depressivo pregresso. Dentre as participantes sem histórico depressivo, as perimenopáusicas apresentaram escores > 15 com maior freqüência. Conclusão: Essa casuística, oriunda de serviço não-especializado em menopausa ou saúde mental, revelou baixas pontuações médias na escala de sintomas depressivos CES-D, e o item insônia foi o mais pontuado. O histórico de depressão foi fator de associação com a alta pontuação na escala, mas não a fase climatérica em que a mulher se encontrava. A maior freqüência de pontuação acima do nível de corte nas mulheres sem histórico depressivo pregresso que estavam na perimenopausa sugere a maior vulnerabilidade, nessa fase, a episódios depressivos novos. Descritores: Climatério, menopausa, depressão. AbstractIntroduction: The objective of this study was to evaluate depressive symptoms in climacteric women using the Center for Epidemiological Studies Depression Scale (CES-D) from the National Institute of Mental Health (USA). Method: This is a cross-sectional study carried out in a gynecological outpatient unit in Rio de Janeiro, Brazil, including 151 climacteric women between 40 and 65 years of age. The CES-D was used to assess depressive symptoms and a structured interview obtained sociodemographic, clinical and gynecological data. A score above 15 points on the CES-D was considered as a cut-point for depressive state. Results: Mean CES-D score was 9.2 points (standard deviation = 9.0). Insomnia, sadness and despondency had the highest scores. There was no significant association between CES-D scores and the climacteric period, sociodemographic, clinical or gynecological characteristics, except for women with psychiatric symptoms, history of depression or on antidepressants (p = 0.000). In 32 women
In Brazil there is no systematic study on Transcranial Sonography (TCS), a neuroimaging method that depicts echogenic deep brain structures using ultrasound. Objective: To establish the percentage of subjects with permissive temporal windows and to address the ability of TCS of the substantia nigra (SN) to distinguish parkinsonian patients in a Brazilian sample. Method: We performed TCS using the Acuson X300 (Siemens, Germany) in 37 individuals: 23 with Parkinson's disease (PD) and 14 healthy controls. Results: 10.8% of subjects had insufficient temporal acoustic bone windows. SN echogenic areas were larger in patients (mean±SD, 0.31±0.08cm2 ) compared to controls (mean±SD, 0.17±0.02cm 2 ). TCS accurately identified 88.2% of PD patients. Conclusion: A large proportion of Brazilians seem to be eligible for TCS. An expressive number of PD patients could be diagnosed by TCS based on an expanded SN echogenic area. However, the current data is preliminary and must be corroborated by larger studies. Key words: diagnostic imaging, ultrasonography, Parkinson's disease.A Ultrassonografia transcraniana como método diagnóstico para a doença de Parkinson: um estudo piloto na cidade do Rio de Janeiro, Brasil RESUMO No Brasil não há estudos sistemáticos sobre a Ultrassonografia Transcraniana (USTC), modalidade de neuroimagem que visualiza estruturas ecogênicas profundas do parênquima cerebral utilizando ultrassom. Objetivo: Determinar a porcentagem de indivíduos com janelas ósseas adequadas e a capacidade da USTC da substância negra (SN) de discernir pacientes parkinsonianos em amostra brasileira. Método: USTC realizada com equipamento AcusonX300 (Siemens, Germany) em 37 indivíduos: 23 com doença de Parkinson (DP) e 14 controles saudáveis. Resultados: 10,8% dos participantes apresentaram janelas acústicas temporais inadequadas. As áreas de ecogenicidade da SN foram maiores nos pacientes (média±desvio padrão, 0,31±0,08 cm 2 ) do que nos controles (média±desvio padrão, 0,17±0,02 cm 2 ). A USTC identificou 88,2% dos pacientes com DP. Conclusão: Grande proporção de brasileiros parece ser elegível para a realização de USTC. Um número expressivo dos pacientes com DP poderia ser diagnosticado com base no aumento da área ecogênica da SN. Contudo, esses dados preliminares devem ser corroborados com amostra mais numerosa. Palavras-Chave: diagnóstico por imagem, ultrassonografia, doença de Parkinson.
Recent epidemiological studies have revealed a correlation between atypical features and worse functional outcomes in Parkinson’s disease (PD) patients with cerebrovascular disease (CVD). We aimed to evaluate the brain hemodynamics of PD patients with risk factors for CVD using Doppler ultrasonography. In this prospective pilot study, we randomly included 27 outpatients diagnosed with PD. Transcranial color-coded sonography (TCCS) examinations were performed, obtaining measurements of middle cerebral artery mean flow velocities (Vm), the resistance index (RI), and the pulsatility index (PI). The breath-holding index (BHI) was used to assess cerebrovascular reactivity (cVR). Standardized functional scales (UPDRS III, Hoehn & Yahr scale, and MoCA) were administered. The patients were divided into two groups: those with two or more vascular risk factors (PDvasc) and those with fewer than two vascular risk factors (PDnvasc). Patients in the PDvasc group showed higher PI (1.00 vs. 0.85; p = 0.020 ), RI (0.59 vs. 0.5; p = 0.05 ), H&Y mean (2.4 vs. 1.4; p = 0.036 ), higher frequency of altered cVR (90.9% vs. 25.0%; p = 0.001 ), and lower BHI (0.46 vs. 1.01; p = 0.027 ). We also divided the patients in other two groups: one with patients with classical and another with akinetic-rigid PD clinical type. Patients with the akinetic-rigid type of PD had significantly higher RI (0.60 vs. 0.51; p = 0.03 ), PI (0.99 vs. 0.77; p = 0.03 ), higher frequency of altered cVR (80% vs. 35%; p = 0.02 ), and lower BHI (0.48 vs. 0.96; p = 0.05 ) than patients with classic-type PD. We concluded that TCCS displays impaired cerebrovascular reactivity and a more severe disease pattern in Parkinsonian patients with two or more risk factors for CVD and in the akinetic-rigid type. Doppler ultrasonography may be a useful tool in a clinical setting to investigate PD patients.
Over the last years, transcranial sonography has been investigated as a diagnostic tool in neurology. It allows a good visualization of midline brain structures, a frequent site of involvement in movement disorders. The authors discuss cases of Parkinson's disease and essential tremor where transcranial sonography could suggest the diagnosis of the condition. Keywords: Transcranial sonography; Parkinson's disease; Essential tremor.A ultrassonografia transcraniana tem sido objeto de investigação como ferramenta diagnóstica em neurologia nos últimos anos. Ela permite boa visualização de estruturas cerebrais situadas na linha média, sítio frequente de anormalidades nas doenças do movimento. Relatamos os casos de pacientes com a doença de Parkinson e o tremor essencial em que a ultrassonografia transcraniana foi capaz de sugerir o diagnóstico. Unitermos: Ultrassonografia transcraniana; Doença de Parkinson; Tremor essencial. AbstractResumo
The use of B-mode sonography in neurological diagnosis was once considered of limited importance due to the barrier of the skull. However, modern ultrasound systems allow visualization of the brain parenchyma with a high degree of accuracy. Transcranial sonography (TCS) can offer unique information on brain tissue pathology, as it uses different physical principles for imaging acquisition than do other neuroimaging techniques. The method is harmless, is quick to perform at low cost and demands no sedation. The main limitations of this technique are dependence on the quality of the individual bone window and on proper operator training. A huge body of research has shown that patients with Parkinson's disease (PD) display an enlarged hyperechogenic substantia nigra by TCS with a positive predictive value of 92.9%. Healthy individuals (8-15%) may show the same marker, in some cases correlating with decreased striatal dopamine uptake, motor slowing and prodromal markers of PD, indicating that this ultrasound sign may constitute a risk marker for PD. Other movement disorder diagnoses, although less extensively studied for TCS, may benefit from using this method as a supplementary diagnostic tool. This review provides a summary of the typical TCS findings and their value in the differential diagnosis of some movement disorders.
Introdução: O exame físico neurológico é amplo e é composto por grande quantidade de sinais e manobras semiológicos. Sua riqueza pode representar um desafio para a seleção de um rol semiotécnico mínimo, adequado a ser aplicado em um paciente que demande um exame neurológico geral. Além disso, a coexistência de manobras semiológicas redundantes, bem como o desconhecimento das evidências quanto a seu poder diagnóstico, pode representar empecilhos adicionais. Objetivo: Nesse contexto, o objetivo é propor um roteiro de exame neurológico essencial baseado em evidências. Método: Utilizou-se como método uma revisão não sistemática da literatura. Resultados: Identificaram-se 13 itens para o exame neurológico essencial e foram reunidas as evidências acerca da acurácia de achados semiológicos diversos. Conclusão: Propõe-se um rol de exame neurológico mínimo baseado em evidências a partir do qual o médico neurologista pode selecionar as manobras semiológicas mais adequadas e, assim, alcançar o máximo de eficiência e acurácia no exame físico.Palavras-chave: Exame físico; semiologia neurológia; técnicas de diagnóstico neurológico.
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