Um dos principais riscos ergonômicos ao qual são submetidos os operadores de máquinas agrícolas e florestais é o ruído. Porém, a intensidade de ruído experimentada por profissionais que atuam, tanto como operadores como auxiliares nas imediações dessas máquinas, é pouco conhecida. Por isso, esta pesquisa objetivou quantificar os níveis de ruídos sofridos por trabalhadores nas proximidades das frentes de trabalho agrícola e florestal. Para isso, foram utilizadas neste trabalho as seguintes máquinas: Trator da marca New Holland modelo TM 135-4x2 com tração dianteira auxiliar (TDA); trator da marca Valmet, modelo 785 4x2; trator da marca Jonh Deere, modelo 5065E-TDA; motocultivador da marca Kubota M 160 e motosserra da marca Husqvarna modelo 281 XP. Os dados foram coletados em rotação nominal de trabalho de cada máquina. As avaliações de ruídos foram realizadas com medidor de pressão sonora (decibelímetro) no entorno de cada máquina posicionada no centro de uma área plana, com as dimensões de 9 x 9 metros, totalizando 100 pontos, utilizando-se os dados coletados para a geração de mapas de ruído, utilizando o programa Surfer®8.0. Os dados foram avaliados pela análise de variância utilizando o teste ta 5% de significância, utilizado o coeficiente de Pearsonnas correlações. O ruído no entorno da máquina pode ser maior que no próprio posto de trabalho do operador, sendo que as distâncias seguras para uma jornada de 8 horas variaram entre 3 a 6,5 metros para tratores e 4,7 metros para a motosserra. Ao avaliar o ruído no posto de trabalho das máquinas, com exceção do trator com cabine, faz-se necessária a utilização de protetor auricular para uma jornada superior a 3 horas sendo que para a motosserra o tempo máximo de exposição foi de 1 hora.
IntroduçãoA mecanização agrícola contribuiu com o aumento de produtividade e condições de trabalho menos árduo ao agricultor. Com o aumento da mecanização houve o acréscimo do número de acidentes que causam danos econômicos às empresas agrícolas e danos físicos aos operadores de máquinas agrícolas, que podem impossibilitar definitivamente o operador de exercer sua atividade laboral, levando em alguns casos ao óbito deste.Segundo Monteiro et al. (2010), o antigo conceito de tratorista, aquele operador que somente ''dirigia'' o trator, está totalmente ultrapassado. Alguns anos atrás essa filosofia foi substituída pelo operador de máquinas, atribuindo a esse profissional não somente a função de movimentar o trator, mas também fazê-lo de forma correta e segura.Pesquisas na área de prevenção de acidentes buscam, através da investigação dos acidentes com máquinas agrícolas, apontar as principais causas destes para que possam ser investidos recursos na causa raiz do problema.Segundo Debiasi et al. (2004), a maior parte dos acidentes com tratores é causada por atitudes inseguras, sendo que a principal é a perda de controle em aclive ou declive, seguida da operação do trator em condições extremas. Já para Schlosser et al. (2002), a inclusão de dispositivos que tornem o trator mais confortável e seguro é uma das estratégias necessárias à redução da incidência de acidentes.Observa-se que os autores divergem quanto a causa principal dos acidentes. Enquanto que para uns o causador dos acidentes é o operador, para outros há uma coparticipação da máquina nesses incidentes.Assim, o presente trabalho objetivou avaliar, em nível regional, qual a principal causa de acidentes envolvendo atividades com tratores agrícolas. Além disso, o trabalho busca relacionar dados que contribuam o entendimento dessas causas. Por fim, quer alertar a sociedade, sob forma de treinamento, quanto à necessidade de adoção de medidas de prevenção dos mesmos.
Resumo: O estado de Santa Catarina apresentou um expressivo crescimento em sua frota de máquinas agrícolas nos últimos 40 anos. Pelas origens históricas, o estado experimentou uma agricultura familiar forte que se desenvolveu em pequenas propriedades. Essa reduzida dimensão das propriedades rurais impulsionou a aquisição de máquinas agrícolas de pequeno porte tais como os motocultivadores. Estima-se que em Santa Catarina existam mais de 20 mil máquinas dessa natureza. Pela concepção inicial dessa máquina seu emprego destina-se a operações com deslocamento em pé, possuindo para isso comandos dimensionados para a postura na vertical. Porém grande parcela dos motocultivadores é empregada no transporte de carga e pessoal, através da adaptação de um implemento que possibilita a condução na posição sentada. Essa modificação é incompleta, pois não possibilita a instalação de volante para manobras. Assim essa inadequação do comando aumenta a dificuldade na condução do veículo e pode potencializar o erro humano, levando ao acidente. Buscando comparar a usabilidade e o índice de erros no acionamento de comandos de motocultivadores e de tratores, no trabalho utilizou-se de dois métodos: análise pelo modelo Usa-Design (U-D© )e teste de usabilidade. Um painel posicionado à frente das duas máquinas agrícolas simulou obstáculos surgindo à direita ou esquerda do operador, em situação de subida ou descida, e foi observada a reação do mesmo ao estímulo. A amostra de 53 voluntários comprovou que para todos os grupos (níveis de experiência) o erro foi maior para o motocultivador. O trator apresentou 5,7 % de erro enquanto que no motocultivador esse valor foi de 49,1 %. O resultado encontrado pelo modelo Usa Design concordou com os encontrados no teste e apontou graves deficiências em aspectos funcionais e de segurança no motocultivador. Palavras-chave: Ergonomia. Operação. Erro.Abstract: Santa Catarina showed a significant increase in its fleet of agricultural machinery in the past 40 years. For the historical origins, the state experienced a strong farm household that grows in small portions of land. This small size of farms boosted the purchase of farm machinery such as small power tillers. It is estimated that in Santa Catarina there are more than 20,000 machines like these. The initial design of this machine its use is intended for operations on foot position for possessing it commands designed for the walking posture. But a large proportion of power tillers is used to transport cargo and personnel, by adapting implement that allows driving in the sitting position. This modification is incomplete because it does not allow the installation of steering wheel. Thus the inadequacy of command increases the difficulty in driving the vehicle and may potentiate human error, leading to the accident. To compare the usability and rate of errors in triggering commands power tiller and tractors, the work used two methods: analysis uses the model Usa-Design (U-D©) and usability testing. A panel was positioned in front of the two agricultural ...
Buscando verificar os constrangimentos sofridos pelos trabalhadores rurais que operam máquinas agrícolas motorizadas realizou-se a Análise Ergonômica do Trabalho (AET) em uma instituição de ensino da rede federal. Como ferramenta de avaliação das condições físicas do operador foi aplicado o Questionário Nórdico Padrão. Como protocolos de observação empregaram-se Moore e Garg e o Rapid Upeer Limb Assessment (Rula). Os programas computacionais que apoiaram o estudo foram o Ergolândia® (aplicação da equação do National Institute for Occupational Safety and Health - Niosh), Antroprojeto® (estimativa de comprimentos de partes do corpo) e Kinovea® (edição de vídeo para análise biomecânica). Contatou-se, pelos protocolos aplicados, que as atividades de condução do motocultivador, levantamento das tampas da carroceria e partida manual do motor apresentam necessidade de intervenção ergonômica imediata.
RESUMO A horticultura catarinense representa importante papel na economia do estado. Como hortaliça de maior destaque econômico, a cebola tem sua produção concentrada nas pequenas propriedades rurais. O aumento de produtividade só foi possível com a utilização de maquinário agrícola versátil e de baixo custo. Os tratores de rabiças foram instrumentos que permitiram esse avanço e de forma indireta mantiveram o horticultor no campo. Mas a utilização intensiva dessas máquinas sem cuidados essenciais na sua operação trouxe reflexos negativos para a saúde destes trabalhadores. Evidenciou-se o aumento na quantidade de acidentes nas últimas décadas. Este número é pouco preciso e as causas desconhecidas, uma vez que não são computados nem mesmo como acidentes de trabalho. Esta pesquisa busca caracterizar causas dos acidentes com tratores de rabiças no contexto do cultivo da cebola, identificando o perfil do acidentado e em que circunstância ocorreu o acidente. Para isso foi utilizada pesquisa tipo levantamento (survey) através de questionários semiestruturados respondidos por 79 agricultores. A ferramenta estatística foi a correlação entre variáveis, por meio do coeficiente de Pearson, a uma significância de 0,1%. Foram investigadas as correlações entre as variáveis: faixa etária do acidentado, potência do trator, membro afetado, severidade do acidente, causa genérica e causas específicas. Constatou-se que a faixa etária mais suscetível foi dos 10 aos 20 anos (21,7%), a causa genérica foi atitude insegura (60,8%) e as causas específicas mais citadas foram falta de atenção (28,0%), perda de controle em aclive/declive (23,3%), falha mecânica (12,7%), falta de proteção (11,3%) e operação da máquina em condições extremas (10,7%). As correlações mais significativas foram entre a idade e a atitude insegura e a idade e falta de atenção.
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