Este estudo objetiva descrever a situação de trabalho de feirantes que atuam na informalidade em uma feira de roupas no centro da cidade de Fortaleza, bem como levantar indícios de impactos dessa realidade na saúde desses trabalhadores, especificamente relatos de dor. Foi desenvolvida uma pesquisa do tipo exploratória e qualitativa, com o uso das técnicas de observação direta e entrevista com roteiro estruturado, realizadas no ambiente de trabalho dos feirantes. Para tratamento dos dados, utilizou-se a análise de conteúdo com as seguintes categorias: situações de trabalho (condições e organização do trabalho), relatos de dor e o trabalho como feirante. Entre os resultados obtidos, destaca-se que: (a) o grupo de trabalhadores entrevistados é muito diversificado no que se refere à idade, escolaridade e renda; (b) os feirantes apresentam categorias de trabalho distintas; (c) o espaço de trabalho influencia a forma como a atividade é organizada cotidianamente; e (d) os relatos dos feirantes indicam a presença de dor osteomuscular, mas a necessidade de não interromper o trabalho prevalece em relação aos cuidados com a saúde. Conclui-se que a construção de determinadas formas de ordenamento do trabalho no ambiente da feira indica uma capacidade de autonomia e organização efetivada pelos trabalhadores, mas que não suprimem a condição de precariedade e de informalidade em que estão inseridos. Palavras-chave: Situação de trabalho; saúde; informalidade; feirante.This study aims to describe work situations among market stallholders operating informally in a clothing fair in the city center of Fortaleza, and to identify signs of health related issues linked to this reality. A qualitative exploratory research study was conducted, using direct observation and structured interview techniques, performed in the working environment of the stallholders. The data were analyzed by means of a content analysis of interviews and observations. The categories used were: work situations, containing work and organizational conditions, and reports on pain and merchant work. The results pointed out that: (a) the group of workers interviewed is very diverse in terms of age, education, and income; (b) the stallholders present distinct informality categories; (c) the place where they work influences the way the work is organized on a daily basis; and (d) the discourses indicate the presence of musculoskeletal pain, but the necessity of not interrupting the work prevails over health concerns. It is concluded that the construction of specific forms of work organization in the fair environment indicates worker capacity for autonomy and effective organization, but does not reduce the precarious and informal conditions in which they are placed.
Purpose – The objective of the research was to analyze informal social networks that are part of the informal organization of a restaurant, specifying relational and structural aspects of the networks of friendship, trust and learning established amongst its workers.Design/methodology/approach – The approach of Social Networks Analysis was used, which adopts as a principle the perspective that the actors and their actions are interdependent and they establish connections amongst themselves. The study counted on the participation of 24 workers from a restaurant in the city of Fortaleza-CE, Brazil, whose social networks were mapped and analyzed with the help of Ucinet and NetDraw software.Findings – As a result, it was found that informal networks are quite active in the restaurant. Their formation and functioning are part of the work culture of the informal organization, and do not necessarily have a direct association with formal positions and sectors. Informal organization assumes a certain independence from the formal structure, but not entirely, since the configuration of the friendship, trust and learning networks are associated with the dynamics of the restaurant's operation and the relevance of the activities performed by the workers.Originality/value – The research shows that the analysis of social networks allows a better understanding of the relationships established between workers, as well as the intermediated content, formation of informal groups, identification of actors who are leaders and mapping of information flows, contributing to the understanding of the informal organization of work.
O objetivo deste artigo é descrever e analisar vivências de trabalho de feirantes de roupas que atuam na informalidade, em uma feira na cidade de Fortaleza-CE. Trata-se de uma pesquisa qualitativa que fez uso de observação direta e de entrevistas na coleta de dados, e da técnica de análise de conteúdo. Foram entrevistadas 17 feirantes que atuavam na comercialização de produtos e sem vínculo formal de emprego. Como resultados, identificou-se trajetórias laborais marcadas pela informalidade e precarização. As vivências de trabalho apresentam aspectos positivos, como a renda obtida, sensação de liberdade e flexibilidade de tempo, e negativos, como desconforto pelo período de funcionamento da feira e cansaço. Amizade, confiança e ajudas recíprocas compõem seu cotidiano, assim como a concorrência. Evidencia-se que as vivências relatadas são permeadas por ambivalências que, entretanto, não são suficientes para ensejar o desejo de mudança de ocupação.
Resumo O artigo objetivou investigar a formação de redes sociais de trabalho, e o consequente fomento de capital social, entre membros de uma associação de catadores de materiais recicláveis. Através de entrevistas e do uso de softwares especializados, foi realizado um mapeamento das redes sociais de seis catadores. Os resultados mostraram que as redes dos associados caracterizam-se por um elevado nível de homofilia de parentesco, com a presença sobretudo de laços fortes e com alto índice de localismo. A família, amigos e vizinhos oferecem mais benefícios do que o fato de ser associado, estando nessas relações a maior fonte de apoio e recursos dos catadores. As características das redes sociais dos associados, a saber, com significativo localismo, homofilia, pouca diversificação e sem interação entre os trabalhadores, revelam um contexto de trabalho que não oferece subsídios para a diminuição da situação de vulnerabilidade social e laboral dos sujeitos.
Este artigo tem o objetivo de descrever e analisar redes sociais de trabalho entre agricultores de um município do estado do Ceará. Para isso, foram mapeadas as redes sociais de dois agricultores e seus contatos, totalizando oito participantes. Para a coleta de dados, foi utilizada entrevista, observação e a técnica do gerador de nomes para mapeamento das redes sociais. Para a análise dos dados, foram utilizados indicadores de redes com o auxílio dos softwares Ucinet e NetDraw e de Análise de Conteúdo. Os resultados mostraram que as duas redes de trabalho fazem uso de laços de amizade e parentesco para o seu funcionamento, mobilizando capital social para viabilizar a produção rural em uma configuração semelhante a redes socioprodutivas. Contudo, apresentam diferenças, já que uma das redes é mais desenvolvida, com laços mais diversificados e uma maior quantidade de relações de trabalho remunerado e hierarquia. Conclui-se que as redes fazem parte da organização do trabalho dos agricultores e tornam viável a produção dos bens agrícolas, seja por meio de ajuda para a realização das atividades, seja pelo acesso a informações e recursos mais variados.
Este estudo tem como objetivo identificar redes sociais, especificamente redes de trabalho e de confiança, entre comerciantes de uma feira de roupas. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, com uso de observação, de entrevistas e de análise de conteúdo para tratamento dos dados. Utiliza-se também de técnicas de mapeamento de características relacionais e estruturais de redes sociais. Como resultados, constatou-se a existência de redes de trabalho e de confiança no dia a dia das interações entre feirantes, mobilizadas por meio de capital social, e sendo um arranjo importante na ordenação cotidiana de seu trabalho. As redes sociais envolvem laços familiares e de amizade, além de vínculos de trabalho remunerado. Identificou-se a formação de relações de ajuda e de reciprocidade entre feirantes de bancas diferentes, apresentando um contraponto às vivências de individualismo e de fragmentação social presentes na cultura do capitalismo flexível. Palavras-chave: Redes sociais. Trabalho. Confiança. Informalidade.
Resumo A pesquisa teve como objetivo geral analisar a atividade e o ofício dos mototaxistas de Sobral, Ceará. O objetivo específico foi compreender: a) a atividade exercida e o conceito de real da atividade; b) as prescrições; c) as regras informais; e d) as relações profissionais. A investigação adotou o referencial teórico da Clínica da Atividade, e participaram oito mototaxistas. Inspiradas no método da Instrução ao Sósia, foram realizadas e gravadas entrevistas semiestruturadas. Seu áudio foi transcrito e o conteúdo passou por análise construtivo-interpretativa. Os resultados mostraram que a atividade era regulamentada pela prefeitura e dependia da manutenção dos instrumentos utilizados. O expediente era organizado por uma regra do coletivo de trabalho relacionada ao horário de funcionamento de escolas e universidades. A busca por passageiros variava, sendo possível ficar em pontos fixos ou circular pela cidade. As condições ambientais demandavam cuidados como o uso de protetor solar e hidratação. A autonomia da profissão permitia organizar o próprio expediente e o ganho mensal. Entretanto, houve queixas relativas à falta de direitos previdenciários e ao fato de que a flexibilidade geraria uma sobrecarga de trabalho que poderia trazer prejuízos à saúde. Riscos foram identificados em acidentes de trânsito e violência urbana. Os relatos acerca das relações com os colegas mostraram um ambiente amistoso, e as relações com os passageiros eram definidas por cada situação, abrangendo desde interações objetivas até conversas pessoais.
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