OBJETIVOS: Com o aumento do número de casos notificados de Aids em mulheres, as intervenções comunitárias, que são fundamentais nesse contexto, são poucas e raramente avaliadas. Assim, objetivou-se realizar um estudo-intervenção de base comunitária, buscando desenvolver e avaliar um conjunto de ações de prevenção das DST e da Aids voltadas a atingir a vulnerabilidade da população feminina de baixa renda. MÉTODOS: O estudo foi realizado na favela Monte Azul, na cidade de São Paulo, SP, no período de um ano (1998-1999). Foram desenvolvidas as seguintes ações: treinamento de profissionais de saúde do ambulatório local, disponibilidade de recursos preventivos (camisinha masculina e feminina), realização de grupos educativos, distribuição de materiais educativos e realização de programas na rádio comunitária. Para avaliar a intervenção, foram analisados dados provenientes de quatro diferentes instrumentos de investigação: pré e pós-teste sobre capacitação de profissionais de saúde para o trabalho preventivo, monitoramento de retirada de preservativos, observação participante das atividades comunitárias e registro de depoimentos espontâneos dos profissionais de saúde e população-alvo durante as atividades. RESULTADOS: Entre os achados do estudo, destacam-se o aumento da demanda pela camisinha masculina e o interesse pela camisinha feminina; diferenças relevantes relacionadas a gênero e idade e à adesão às atividades propostas; e bons resultados na sensibilização e capacitação dos profissionais de saúde, embora com limites na manutenção de seu envolvimento com as atividades preventivas. CONCLUSÕES: As estratégias que corresponderam aos códigos, às demandas e aos interesses específicos da cultura local, principalmente em relação a papéis de gênero, tiveram sucesso como ações preventivas. A sobrecarga dos profissionais de saúde do ambulatório local mostrou-se um limite importante para uma ação preventiva sustentada.
O presente estudo objetivou analisar as possíveis contribuições da Acupuntura aplicada nos serviços públicos de saúde do município de São Paulo para a Promoção da Saúde. Foi utilizada a abordagem qualitativa de pesquisa, com uso de entrevistas em profundidade. Os resultados apontam que a Acupuntura praticada nos serviços públicos permite um trânsito interdisciplinar integrando a percepção do indivíduo sobre si mesmo e seu contexto, possibilitando mudanças nas causas primárias das doenças. Assim, o contato com a Acupuntura praticada nos serviços de saúde da rede municipal de São Paulo mostra-se passível de contribuir para o desenvolvimento de ações de Promoção de Saúde.
The position adopted by São Paulo's counties, which received amounts of emergency contraception from the Federal Health Department in 2005 and 2006, is described in relation to the distribution of these to adolescents. Using quantitative surveys carried out with semi-structured questionnaires sent by e-mail to the Municipal Health Offices: influxes, services and health care professionals and the criteria of dispensation were examined. Of the total, 91.0% answered to the research, demonstrating that 85.4% began to offer the method to adolescents less than 18 years old, especially at emergency rooms (69.1%). At public health care clinics traditional and public family health care clinics there was less integration, 65.3% and 37.6%, and in services specialized in adolescent care only 31.9% of the counties offer them (percentages not excludent). Usually, the distribution is carried out by doctors and/or nurses, but 30% of clinics sub-utilize the nursing potential. Cases of sexual violence are fundamentally attended to, but excluding these cases, there is a drop of 10 to 30 percentage points in the distribution of emergency contraceptive to adolescents in cases of the failure or non-use of the regular contraceptive. The conclusion is that there exists selectivity in the method's dispensation, very scarcely offered in Basic Adolescent Health Care Services, which makes it difficult for adolescents to have access to emergency birth control in situations where pregnancy is a risk. This selective behavior among health care professionals has become common practice and goes against the initial objectives of the Federal Health Department. This position is due in part to health care professionals not being up to date on the laws and federal norms concerning Sexual and Reproductive Health, and also to the lack of knowledge of the method's mechanism action (sometimes identified as dangerous or abortive), as well as the prejudice towards adolescent sexual practicesleading to the purchasing of emergency contraceptive in drugstores and its incorrect use.
ResumoSão apresentados aspectos da experiência do projeto de intervenção educativa voltado à prevenção de doenças sexualmente transmissíveis e da síndrome de imunodeficiência adquirida (DST/Aids) realizado com profissionais de farmácias e drogarias da área metropolitana de São Paulo. Discute-se a aquisição de contracepção de emergência como importante motivo de procura de farmácias e drogarias e seu uso como fonte de dúvidas para os profissionais. Concluiu-se que a intervenção educativa, realizada pelos profissionais nos estabelecimentos farmacêuticos, contribui na prevenção de DST/Aids, visto que o balcão de farmácia é meio frequentemente utilizado pela população na busca por orientação e indicação de produtos farmacêuti-cos, além de informações sobre saúde. Pode-se afirmar que é possível e indispensável a incorporação dessa estratégia educativa na prevenção de DST/Aids por estabelecimentos farmacêuticos, em situações cotidianas de risco ou preocupação com doenças presumíveis e com a gravidez por meio de proposição de condutas eficazes de saúde para a população. Extraíram-se lições sobre a experiência quanto à importância de ações de educação para jovens e para profissionais de farmácias em que se enfatizem os direitos sexuais e reprodutivos e a promoção do uso racional de fármacos. Palavras-chave: Prevenção e controle; Doença Sexualmente Transmissível; Aids; Farmácias; Educação em saúde; Contracepção de emergência.
The research conducted in public schools in São Paulo city, Brazil, studied the awareness and use of emergency contraception (EC) and its possible implications on the condoms use. Among the 4929 students, 55.6% had already had sex, 19.5% had got pregnant and 7.3% had had abortions. Condoms were used by 88.6% and were options for those who did not have a steady relationship. The EC was used by 30.3% after a faulty condom usage, and by the older ones, with a steady partner. It is needed to be given contraceptive alternatives to reduce the risk and provide access to other contraceptives.
Resumo Pouco se sabe sobre o uso da anticoncepção de emergência entre mulheres de diferentes regiões do país. Este estudo analisou o uso da anticoncepção de emergência e os aspectos associados, bem como o uso de métodos contraceptivos antes e após. Trata-se de estudo transversal, conduzido com 2.051 mulheres de 18-49 anos, usuárias de 76 Unidades Básicas de Saúde de São Paulo-SP, Aracaju-SE e Cuiabá-MT. Os aspectos associados ao uso da anticoncepção de emergência foram analisados por meio de regressão logística múltipla. Mais da metade das mulheres relatou já ter usado a anticoncepção de emergência (56,7%). Ter alta escolaridade, ser de grupo socioeconômico mais favorecido, ter trabalho remunerado e ter tido quatro ou mais parceiros sexuais associou-se com uso de anticoncepção de emergência. Ter 35 anos de idade ou mais e estar em união estável associou-se negativamente. Da última vez que usaram a anticoncepção de emergência, 53,2% usavam outro método, sendo preservativo masculino e pílula oral os mais frequentes. Das que não usavam método, metade adotou método regular após o uso (51,7%). Conclui-se que a anticoncepção de emergência é amplamente utilizada e parece não contribuir para interrupção do método contraceptivo de uso regular.
Apresenta-se inquérito feito com diretores de escolas públicas de Ensino Fundamental e EJA - Educação de Jovens e Adultos de Diadema/SP quanto à ocorrência de violência e uso de álcool e drogas. Responderam 59 escolas (83,1%), em 60% houve ao menos um evento de violência, sendo a mais comum a violência familiar: física (59,2%) e sexual (51,0%). Constatou-se a ocorrência de 20% de casos de violência racial, 10% de homofóbica e cerca de 5% contra meninas. Nas faixas etárias de EJA triplicam essas ocorrências. Bebidas alcóolicas dentro da escola ocorreram em 23,1% das escolas pesquisadas que possuem Ensino Fundamental 1 e uso de drogas ilícitas, incluindo o tráfico, em 42,9% das escolas que contam com classes de EJA; 55,1% fazem ações preventivas quanto à violência e drogas, porém necessitam para ampliar encaminhamento e notificações de protocolos de atuação intersetoriais de orientação.
O artigo aborda as origens da construção do padrão de classificação binária da sexualidade humana, apresentando as diversidades sexuais e de gênero humanas, registradas pelas Ciências Sociais ao longo da História. Sistematiza as ocorrências de diversidade sexual nas categorias: diversidades do sexo físico-biológicas; diversidades relativas à identidade de sentimento, autopercepção e classificação enquanto expressão de gênero; e diversidades de orientação dos afetos, desejos e parcerias sexuais. Com isso, visa difundir conhecimentos e facilitar a compreensão das discussões e propostas políticas, inclusive da área da Saúde, que têm o intuito de incluir e garantir plenos direitos a todos os indivíduos, incluindo aqueles que vivem a sexualidade de forma diversificada ao padrão binário e heteronormativo creditado pelo senso comum.
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